Ponte Nova: Comissão quer indenização a parentes de presos mortos

Em audiência pública em Ponte Nova, nesta quarta-feira (29/08/07), a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legis...

29/08/2007 - 00:00
 

Ponte Nova: Comissão quer indenização a parentes de presos mortos

Em audiência pública em Ponte Nova, nesta quarta-feira (29/08/07), a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais discutiu iniciativas para reduzir a dor e apreensão dos parentes dos presos envolvidos na tragédia ocorrida na cadeia daquela cidade, no último dia 23, quando 25 pessoas morreram queimadas numa briga de gangues.

Um dos dez requerimentos aprovados pela comissão prevê o envio de ofício ao governador Aécio Neves, pedindo que o Poder Executivo encaminhe um projeto de lei à ALMG, prevendo indenização às famílias dos mortos.

Atualmente, a cadeia de Ponte Nova está interditada. Os presos foram transferidos para outras unidades prisionais em Juiz de Fora, Muriaé, Ipatinga e Três Corações, mas os familiares temem que os detentos possam ser vítimas de agressões por serem suspeitos de terem participado da chacina. A possibilidade foi descartada pelo subsecretário de Administração Prisional da Secretaria de Estado de Defesa Social, Genilson Ribeiro Zeferino. Ele informou que os presos transferidos não terão contato com outros detentos nos próximos 60 dias, até que seja levantada a situação criminal de cada um.

O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), informou que, nesta quinta-feira (30), uma força-tarefa da Defensoria Pública estará na Câmara Municipal de Ponte Nova, a partir das 10 horas, para prestar assessoria jurídica aos parentes dos mortos e fazer um diagnóstico da situação de cada preso.

Já na próxima segunda-feira (3), a Subsecretaria de Administração Prisional se reunirá com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Ponte Nova e com familiares dos detentos transferidos para estabelecer um atendimento diferenciado às famílias, a fim de viabilizar visitas e verificar se os presos estão recebendo assistência adequada onde estão agora alojados.

Questionamento - O delegado de Polícia de Ponte Nova, Wanderley José Miranda, foi muito questionado pelos deputados, que mostraram documentos comprovando diversos avisos feitos sobre a possibilidade de uma tragédia ocorrer na cadeia. Wanderley justificou dizendo que participou de várias ações para melhorar as condições dos presos e tentou de todas as formas evitar que membros de uma gangue ficasseM juntos de desafetos. "Mas numa cadeia que já teve 220 presos onde só cabem 70 tal tarefa é impossível", afirmou.

O corregedor da Polícia civil, Alexandre Penna, garantiu aos deputados que toda a investigação sobre o caso está sendo conduzida com rigor e transparência. Ele prometeu que as medidas cabíveis serão tomadas "doa a quem doer".

Presenças - Durval Ângelo (PT), presidente da comissão; Luiz Tadeu Leite (PMDB), vice-presidente; João Leite (PSDB), Ruy Muniz (DEM) e Padre João (PT).

 

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