Projeto de reajuste de professores passa pela Comissão de Educação

O Projeto de Lei (PL) 1.324/07, do governador, que reajusta os salários dos professores do Estado, recebeu parecer fa...

29/08/2007 - 00:01
 

Projeto de reajuste de professores passa pela Comissão de Educação

O Projeto de Lei (PL) 1.324/07, do governador, que reajusta os salários dos professores do Estado, recebeu parecer favorável da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (29/8/07). O relator, deputado Deiró Marra (PR), opinou pela aprovação do projeto com as três emendas apresentadas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O substitutivo apresentado pelo deputado Carlin Moura (PCdoB) e duas emendas do deputado Weliton Prado (PT) receberam parecer pela rejeição. O projeto seguiu para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, onde foram distribuídas cópias do parecer, adiando sua apreciação para esta quinta-feira (30).

Entre as alterações propostas pelo PL 1.324/07, estão o reajuste de 5% nos vencimentos de todos os servidores da educação básica e a instituição de piso remuneratório de R$ 850 para os professores por meio da criação de uma gratificação chamada Parcela de Complementação Remuneratória do Magistério (PCRM). O projeto também pretende equiparar os vencimentos das carreiras de analista educacional e de assistente técnico educacional com os de carreiras semelhantes da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).

As duas primeiras emendas da CCJ têm o objetivo de estender o reajuste de 5% e o piso remuneratório para os profissionais do Colégio Tiradentes. A terceira emenda apresentada pela comissão faz alterações formais no texto, sem alterar o seu conteúdo. As emendas do deputado Weliton Prado tinham a finalidade de substituir o piso proposto por reposicionamento na carreira do magistério e estender esse benefício aos diretores de escola. Já o substitutivo de Carlin Moura teria a finalidade de contemplar todas as categorias de servidores da educação com o reajuste salarial.

O relator elogiou o PL 1.324/07 por considerar que a proposta é mais um passo no sentido da valorização dos profissionais do magistério. Ele ressalta, no parecer, que é necessário dar continuidade a essas ações, com a previsão de mecanismos legais de incorporação progressiva da PCRM ao vencimento dos profissionais do magistério, sob pena de se reproduzirem as mesmas distorções apontadas pelo governo atual na política remuneratória do governo anterior. Deiró Marra chama atenção para a necessidade de equiparar também o vencimentos de outras carreiras da educação com atribuições semelhantes.

Projeto não agrada servidores

Com o Plenarinho II lotado de servidores insatisfeitos com o reajuste proposto pelo governo, a votação do parecer sobre o PL 1.324/07 suscitou um debate entre os parlamentares. O deputado Carlin Moura criticou o parecer de Deiró Marra e a proposta de reajuste linear de 5% para os professores. O deputado Weliton Prado (PT) apontou o crescimento da arrecadação do Estado na gestão Aécio Neves e informou que o piso salarial dos professores do Tocantins é de R$ 2 mil para a jornada de 40 horas. "Minas Gerais é um dos Estados mais ricos da federação e paga um dos piores pisos para os profissionais da educação", criticou. Para a deputada Elisa Costa (PT), o projeto não cria um piso salarial, mas um abono que não vai beneficiar todos os servidores do magistério.

Embora a oposição quisesse fazer modificações substanciais no PL 1.324/07 nas comissões, prevaleceu a proposta dos deputados da base do governo, que defendem que essa alterações sejam feitas durante a fase de discussão em Plenário. "A apresentação de emendas nas comissões vai atrasar a tramitação do projeto. No Plenário os 77 deputados terão a oportunidade de discuti-lo", justificou o presidente da comissão, deputado Deiró Marra.

A deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM) e os deputados Vanderlei Jangrossi (PP) e Ruy Muniz (DEM) ponderaram que o piso proposto é insuficiente, mas que o governo do Estado está empenhado em valorizar os profissionais da educação. Para o deputado Wander Borges (PSB), no entanto, o problema é a concentração de recursos nas mãos do governo federal.

Proposta de incentivo ao esporte

A comissão também analisou, em 1º turno, o PL 1.046/07, do deputado Carlin Moura, que trata de incentivos fiscais para atividades desportivas. Pelo texto original, patrocínio, doação e apoio direto a projetos desportivos poderiam ser deduzidos dos impostos devidos ao Estado. O parecer da relatora, deputada Maria Lúcia Mendonça, é pela aprovação do projeto na forma do substitutivo no 1, da CCJ. Com a mudança proposta, o projeto passa a modificar a Lei 16.318, de 2006, que dispõe sobre o estímulo à realização de projetos desportivos mediante a concessão de desconto para pagamento de crédito tributário inscrito em dívida ativa.

Pelo substitutivo, os incentivos fiscais, que antes incidiam apenas sobre o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), passam a recair sobre qualquer crédito tributário inscrito em dívida ativa. Outra alteração proposta é a extensão do prazo para a concessão do desconto de crédito tributário por mais um ano, ou seja, até 31 de dezembro de 2006. "As oportunidades para financiamento dos projetos desportivos serão significativamente ampliadas. A desoneração fiscal de crédito tributário inscrito em dívida ativa abre uma nova opção para a arrecadação desse crédito, cujo recolhimento pelo Estado costuma apresentar dificuldades", explica a relatora, no parecer.

Outros projetos analisados

A comissão aprovou pareceres favoráveis de 1o turno aos seguintes projetos:

* PL 946/07, do deputado João Leite (PSDB), que inclui o jogo de xadrez como atividade extra-curricular nas escolas estaduais. A relatora, deputada Ana Maria Resende (PSDB), opinou pela aprovação do projeto com as emendas no 1, da CCJ, e no 2, que ela apresentou. A primeira emenda retira do texto a previsão de convênio entre o Estado e entidades públicas e privadas para a capacitação de pessoal e aquisição de recursos materiais necessários à concretização da lei. A segunda emenda visa assegurar a implantação progressiva do xadrez nas escolas e retira do texto a obrigatoriedade de a atividade ser exercida por profissionais habilitados por entidades ligadas ao xadrez.

* PL 742/07, do deputado Carlin Moura, que originalmente institui o Programa de Prevenção à Epilepsia. A relatora, deputada Maria Lúcia Mendonça, opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo no 1, da CCJ, que substitui esse programa por uma Semana de Conscientização sobre o Tratamento da Epilepsia. Pelo substitutivo, seriam realizadas durante essa semana (a ser comemorada anualmente em setembro) campanhas e palestras em escolas, centros de saúde e repartições públicas, para conscientizar a sociedade sobre o tratamento da doença.

Em 2o turno, foi aprovado parecer favorável ao PL 224/07, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), que obriga as instituições de ensino superior a devolverem, dentro de dez dias, o valor da matrícula paga por alunos que desistirem do curso ou pedirem transferência antes do início das aulas. Esse valor pode ser descontado em 5% para cobrir os custos operacionais do processo de matrícula. A relatora, deputada Ana Maria Resende, opinou pela aprovação do projeto em 2o turno sem novas alterações (na forma do vencido em 1o turno).

Em turno único, a comissão aprovou parecer favorável ao PL 1.377/07, do deputado Gustavo Valadares (DEM), que cria o Dia do Atleticano.

Direito ao cinema - O PL 808/07, do deputado Weliton Prado, que pretende criar mecanismos para incentivar a freqüência de estudantes da rede pública estadual às salas de cinema, mediante a formalização de convênios entre o Estado e as empresas exibidoras, recebeu parecer pela rejeição. Para a relatora, deputada Maria Lúcia Mendonça, o direito que o projeto pretende instituir já está garantido por lei.

Requerimentos - A comissão aprovou ainda três requerimentos para a realização de audiências públicas. O deputado Deiró Marra solicita reunião em Vazante (Noroeste de Minas) para debater as condições das escolas da região. Já o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) pretende discutir denúncias de irregularidades no programa Brasil Alfabetizado. E o deputado Dinis Pinheiro (PSDB) pede audiência para debater a educação alimentar nas escolas mineiras.

Presenças - Deputados Deiró Marra (PR), presidente; deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), vice; deputados Carlin Moura (PCdoB), Vanderlei Jangrossi (PP), Wander Borges (PSB), Ruy Muniz (DEM), João Leite (PSDB), Weliton Prado (PT) e deputada Elisa Costa (PT).

 

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