Deputados ouvem queixas de lojistas em visita ao Shopping Oi

A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se comprometeu com lojis...

23/08/2007 - 00:03
 

Deputados ouvem queixas de lojistas em visita ao Shopping Oi

A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se comprometeu com lojistas do Shopping Oiapoque a realizar uma audiência pública para tentar solucionar os diferentes problemas detectados no centro de compras. A medida, já aprovada em requerimento, foi anunciada durante visita da comissão ao shopping, nesta quinta-feira (23/8/07).

Durante a visita, os deputados puderam verificar várias irregularidades, denunciadas pelos comerciantes. No vão destinado a uma área verde pelo projeto inicial, por exemplo, foram construídos 15 boxes comercializados pelo proprietário a R$ 70 mil cada, conforme relato dos lojistas. Vitrines também foram instaladas debaixo de corrimãos e em espaços nos corredores, comercializadas por R$ 30 mil, ainda segundo os denunciantes.

Outro abuso ouvido pelos deputados é em relação à venda do empreendimento que foi apoiado pela prefeitura de Belo Horizonte. Pouco mais de um ano após a inauguração, o shopping foi vendido a Mário Valadares Resende Costa, sem que os inquilinos tenham sido consultados. Como lembrou o presidente da comissão, deputado Weliton Prado (PT), a venda foi irregular pois a prioridade de compra de qualquer imóvel é do inquilino.

Via de mão única - Os lojistas apresentaram muitas queixas contra o atual administrador, Márcio Valadares. Uma delas é com relação ao aumento do aluguel. Em 2003, o valor médio cobrado era de R$ 100,00; em 2005 passou para R$ 300,00 e, atualmente, foi majorado para R$ 1,5 mil. De acordo com a presidente da Associação da Economia Informal do Canteiro (Asseic), que congrega os comerciantes, Rosemary da Silva, há lojas cujo aluguel chega a R$ 4 mil.

Ela também denunciou que são cobradas taxas irregulares definidas unilateralmente pelo proprietário. Se um lojista instala uma vitrine ou uma placa, por exemplo, paga mais R$ 80,00 mensais pela intervenção. O administrador também cobra R$ 20,00 mensais pelo uso do telefone operado pela Telemar, além de R$ 100,00 quando a linha é instalada. A vice-presidente da associação, Eni Maria Souza, reclama que ele nunca presta contas ou realiza reuniões de condomínio. "Ele não negocia, não ouve; simplesmente faz".

O shopping apresenta outras irregularidades na construção. O andar inicialmente destinado a ser ocupado por 150 deficientes físicos da rua Carijós hoje abriga cerca de 50. O acesso a pessoas com dificuldades de locomoção é possível apenas por elevador, pois não há rampas; o corredor é estreito, assim como as lojas.

Por todo o centro de compras a circulação de pessoas é prejudicada pelo excesso de boxes de vitrines. "Não há qualquer segurança", observou o deputado Ronaldo Magalhães (PSDB). O parlamentar afirmou que é preciso encontrar alternativa que seja interessante para o proprietário, mas que, também, assegure os interesses das cerca de 5 mil pessoas que dependem financeiramente do trabalho no shopping.

O deputado Wander Borges (PSB) também ponderou que é preciso levantar todas as informações para checar os direitos e deveres de todos os envolvidos. "Precisamos falar com a razão e não com a emoção. Todos os direitos precisam ser respeitados", afirmou o parlamentar. Durante a visita, o deputado recebeu um telefonema de Mário Valadares que se dispôs a prestar todos os esclarecimentos. "Expliquei a ele que o momento oportuno será durante a audiência", disse Wander Borges.

Weliton Prado reconheceu as várias irregularidades apontadas, destacando que o local é tombado pelo patrimônio público e está sendo descaracterizado. Um espaço destinado a um museu está ocupado por um restaurante. "Vamos chamar todos os responsáveis para as explicações necessárias", assegurou.

Em reunião na quarta-feira (22/8), a comissão aprovou requerimento para solicitar informações à Prefeitura sobre a implantação do Shopping Oi e os contratos celebrados com os empreendedores e o atual administrador.

Presenças: Deputados Weliton Prado (PT), presidente; Ronaldo Magalhães (PSDB), vice; e Wander Borges (PSB).

 

 

 

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