Projeto que atualiza PMDI está pronto para Plenário em turno único

Está pronto para ser analisado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em turno único, o Projeto de ...

22/08/2007 - 00:00
 

Projeto que atualiza PMDI está pronto para Plenário em turno único

Está pronto para ser analisado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em turno único, o Projeto de Lei (PL) 1.026/07, do governador, que atualiza o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI 2007-2023). O parecer do relator, deputado Agostinho Patrús Filho (PV), foi aprovado nesta quarta-feira (22/8/07), em reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) ampliada, com a participação de membros das comissões permanentes. A contribuição dos movimentos sociais para aperfeiçoar o projeto foi destacada pelo relator e pelo presidente da Comissão de Participação Popular (CPP), deputado André Quintão (PT). Entre as emendas populares destacadas pelo deputado, estão as que inserem como objetivos estratégicos do PMDI a erradicação do trabalho infantil e a implantação e expansão do Sistema Único de Assistência Social (Suas), bem como a que prevê a expansão das Escolas Família Agrícola.

Conjunto de ações estratégicas de planejamento de médio e longo prazos, o PMDI tem meta de investimentos de R$ 80 bilhões até 2011, sendo R$ 20 bilhões do Tesouro do Estado e o restante distribuído entre empresas públicas e iniciativa privada. Elaborado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) - que envolve o governo, a iniciativa privada e organizações civis -, o plano tem como objetivo a promoção do desenvolvimento econômico, a melhoria dos indicadores sociais e a redução das desigualdades regionais do Estado. Suas metas e diretrizes são fundamentais para orientar a discussão das ações de planejamento de médio e curto prazos, contidas no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Resultado - Das 88 emendas apresentadas pelos parlamentares, 11 tiveram parecer pela aprovação na forma original e 11 na forma de subemendas. O relator opinou, ainda, pela rejeição de 66 emendas. Destas, 22 ficaram prejudicadas, o que significa que seu conteúdo estava contemplado no projeto ou em outra emenda acatada ou, ainda, que entrava em conflito com alguma emenda com parecer pela aprovação. Parte das emendas rejeitadas têm cunho alocativo ou visam introduzir no PMDI um conjunto de ações específicas, mais compatíveis com o PPAG, que será discutido neste semestre. Outro grupo de emendas trata de disposições que são objeto de legislação específica, enquanto o PMDI tem caráter apenas indicativo.

O relator apresentou duas emendas que fazem ajustes nos quadros de "Resultados Finalísticos". Ele opinou, então, pela aprovação do PL 1.026/07 com as emendas nºs 2, 4, 5, 9, 10, 44, 59, 65, 66, 76 e 77, na forma apresentada; com as emendas nºs 89 e 90, que apresentou; as subemendas nºs 1 às emendas nºs 7, 8, 13, 14, 20, 21, 42, 45, 58 e 64; as subemendas nºs 1 e 2 à emenda nº 15; e pela rejeição das emendas nºs 1, 3, 6, 11, 12, 16 a 19, 22 a 41, 43, 46 a 57, 60 a 63, 67 a 75, 78 a 88. Cópias do parecer tinham sido distribuídas no dia anterior.

Deputados destacam importância da análise do PMDI

O fortalecimento da agricultura familiar como objetivo estratégico inserido no plano também foi citado por André Quintão, que apresentou essa proposta, assim como outras prevendo o acesso da sociedade ao Orçamento e à execução orçamentária, bem como o estímulo à reciclagem de materiais. O presidente da FFO, deputado Zé Maia (PSDB), Agostinho Patrús Filho, André Quintão, Sebastião Helvécio (PDT) e a deputada Elisa Costa (PT) destacaram o importante papel da Assembléia de aperfeiçoar as peças de planejamento do Estado.

Para André Quintão, o momento atual é histórico, pois esta foi a primeira vez em que o PMDI foi objeto de um ciclo de debates - realizado no final de junho. Na opinião do parlamentar, a sociedade fica estimulada a participar quando vê como resultado da participação o acolhimento das propostas de emenda. Zé Maia e Sebastião Helvécio lamentaram, por outro lado, o fato de que o trabalho não tenha repercussão na mídia, enquanto o deputado do PDT destacou que a Assembléia de Minas dá um grande exemplo na valorização do planejamento, algo recente na vida pública.

Emendas abordam também segurança alimentar, consórcios, servidor e meio ambiente

Entre as emendas que tiveram parecer pela aprovação na forma apresentada, está a nº 2, do deputado André Quintão, que acrescenta, no item "Eqüidade e bem-estar", a área de assistência social como aquelas em que, especialmente, o setor público deverá prover serviços públicos de qualidade em todo o território. O foco deverá ser a transferência de renda condicionada, a universalização da proteção básica e a implantação da proteção especial, para a garantia dos direitos fundamentais. A emenda nº 5, também de Quintão, inclui o termo "nutricional sustentável" na parte relativa à segurança alimentar. Outras emendas, também dele, modificam trechos do PMDI que tratam desse tópico.

A emenda nº 59, do deputado Padre João (PT), com parecer pela aprovação na forma original, propõe que sejam enfatizados os consórcios públicos na disseminação de mecanismos de gestão e planejamento urbano, de modo a promover o desenvolvimento da rede de cidades mineiras por meio do fortalecimento do sistema de planejamento da rede de serviços públicos. A emenda nº 76, do deputado Sebastião Helvécio, dá nova redação ao artigo 5º, para deixar claro que a forma de concretizar as metas idealizadas pelo PMDI é o PPAG, por meio da criação e da alteração de programas, e que a execução dessas ações se torna possível pela compatibilização com a Lei Orçamentária. A emenda nº 77, também de Sebastião Helvécio, suprime o artigo 3º, que trata do programa Poupança Jovem, a fim de remeter esse comando ao PPAG, instrumento hábil para criar e alterar programas e ações.

Outras emendas, essas com nova redação sugerida pelo relator, são:

* Subemenda nº 1 à emenda nº 64, do deputado Padre João: acrescenta, ao final da iniciativa priorizada "ampliação da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica", a expressão "e a busca da diversificação da matriz energética, com ênfase para as energias renováveis".

* Subemenda nº 1 à emenda nº 15, do deputado André Quintão: acrescenta, no objetivo estratégico "aprofundar a profissionalização de gestores públicos", a expressão "e servidores".

* Subemenda nº 1 à emenda nº 20, da deputada Cecília Ferramenta (PT): acrescenta a expressão "a sustentabilidade do meio ambiente" aos objetivos do PMDI.

Deputada questiona relator e defende emendas de sua autoria

A deputada Elisa Costa demonstrou sua insatisfação quanto à decisão do relator, deputado Agostinho Patrús Filho (PV), de não acatar algumas emendas sugeridas por ela. Na opinião da parlamentar, a avaliação não teria sido criteriosa, mas poderia ter uma conotação política. Ela defendeu suas propostas, que tratam dos seguintes assuntos: implantação de escola de tempo integral no Norte, Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce; revitalização e saneamento das bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri e Doce; estabelecimento de um plano estadual de saneamento básico; inclusão de item sobre promoção da igualdade racial; e implantação de núcleos microrregionais de apoio técnico aos municípios.

Em resposta, o relator informou que a opção foi por não especificar regiões ou bacias, acrescentando que as iniciativas são previstas para todo o Estado no que diz respeito à escola integral e à revitalização de bacias. Disse que já existe uma lei, a 11.720, que institui o Plano Estadual de Saneamento Básico, e acrescentou que o apoio aos municípios tem ação orçamentária prevista. Elisa Costa também cobrou que o PMDI e as demais peças de planejamento estadual representem mais "o rosto de Minas" por meio da regionalização dos debates.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice; Agostinho Patrús Filho (PV); Sebastião Helvécio (PDT); Lafayette de Andrada (PSDB), Antônio Júlio (PMDB) e André Quintão (PT), além da deputada Elisa Costa (PT).

 

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