Encontro temático aborda desafios da gestão metropolitana

Como conciliar a gestão metropolitana com a autonomia municipal? Como promover a regularização fundiária num contexto...

21/08/2007 - 00:00
 

Encontro temático aborda desafios da gestão metropolitana

Como conciliar a gestão metropolitana com a autonomia municipal? Como promover a regularização fundiária num contexto de escassez de recursos? Como oferecer transporte público de qualidade acessível a toda a população? A forma de dar uma resposta a estas questões mobilizou os participantes do encontro temático sobre Política Urbana, que integrou a programação do segundo dia da Conferência Metropolitana de Belo Horizonte, realizada na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Nesta terça-feira (21/8/07), representantes de órgãos públicos e da sociedade civil discutiram propostas para aprimorar a gestão metropolitana.

A subsecretária de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, Maria Madalena Franco Garcia, citou como exemplo das conseqüências desastrosas da falta de planejamento, o crescimento urbano desordenado. Segundo ela, Belo Horizonte transbordou para as cidades vizinhas, o que gerou a proliferação de loteamentos clandestinos e ocupação desordenada do solo. Os casos mais extremos são Ibirité e Ribeirão das Neves, que se transformaram em cidades-dormitório. De acordo com a subsecretária, Neves vai receber R$ 140 milhões de recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para investir em saneamento, mas esse montante vai ser insuficiente para beneficiar os bairros da periferia.

Outro desafio a ser superado é o transporte coletivo. Como cada município tem seu próprio sistema de transporte, há sobreposição de itinerários e as linhas de ônibus não são integradas, segundo o presidente do Conselho de Transporte Coletivo Intermunicipal e Metropolitano da Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas, Lindberg Ribeiro Garcia. Ele reclama também da falta de subsídios diretos para o sistema e das tarifas oneradas por impostos e contribuições. A melhoria da qualidade do transporte coletivo metropolitano passa por investimentos em engenharia de trânsito, administração integrada, bilhetagem eletrônica e racionalização dos custos operacionais, de acordo com Lindberg.

Para solucionar o histórico déficit habitacional, o governo do Estado vem investindo na construção de moradias populares, como informou o presidente da Cohab-MG, Teodoro Lamounier. O programa Lares Geraes já construiu 11.500 casas, enquanto outras 1.260 estão em construção em todo o Estado. O déficit habitacional de Minas é de 682.432 moradias, das quais 174.400 são na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), segundo pesquisa da Fundação João Pinheiro realizada em 2005. O governo do Estado pretende construir outras 40 mil casas até 2010, mas esbarra na resistência dos municípios da RMBH. Segundo Lamounier, muitos prefeitos têm receio de ver suas cidades transformadas em dormitórios com a construção de conjuntos populares. Dos 34 municípios da RMBH, apenas oito se beneficiaram do Lares Geraes.

Conforme ressaltou o empreendedor público da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Gustavo Gomes Machado, a gestão metropolitana deve ser compartilhada entre os entes federados. O Estatuto das Cidades determinou a elaboração dos planos diretores municipais, mas eles não podem desrespeitar as diretrizes do plano metropolitano.

Coordenado pelo deputado Délio Malheiros (PV), o encontro temático reuniu também especialistas que participaram da discussão de propostas de macrodiretrizes de gestão para a RMBH. Essas macrodiretrizes vão integrar o plano de gestão que vai ser elaborado pela assembléia metropolitana a ser criada por projeto de lei.

 

 

 

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