Juiz de Fora sedia debate sobre ICMS Solidário na sexta-feira (24)

O município de Juiz de Fora, na Zona da Mata, sedia nesta sexta-feira (24/8/07), o quinto encontro regional do Fórum ...

20/08/2007 - 00:02
 

Juiz de Fora sedia debate sobre ICMS Solidário na sexta-feira (24)

O município de Juiz de Fora, na Zona da Mata, sedia nesta sexta-feira (24/8/07), o quinto encontro regional do Fórum Técnico ICMS Solidário, promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O objetivo do encontro é colher sugestões para aprimorar o Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que altera a Lei 13.803, de 2000, conhecida por Lei Robin Hood. A proposta modifica os critérios de distribuição do ICMS entre os municípios mineiros. O assunto vem sendo discutido em todas as regiões do Estado. Em Juiz de Fora, o encontro será no Hotel Victory Business (Avenida Independência, 1.850), a partir das 8h30. Outra cidade da Zona da Mata que também debaterá o tema é Manhuaçu, no dia 21 de setembro.

Em tramitação na ALMG, o PL 637/07 divide os critérios que hoje determinam a distribuição do ICMS em três grupos: critérios econômicos; sociais solidários; e de compensação solidária ou ICMS Solidário. O objetivo é redistribuir uma parte do imposto, de 4,68%, beneficiando municípios que estejam em situação desfavorável em relação à média per capita de ICMS do Estado. A previsão é de que 762 municípios sejam beneficiados com aumento de repasse, enquanto 91 perderiam recursos. Após a fase de audiências regionais, o PL será discutido na Assembléia, na etapa final do Fórum, marcada para os dias 2 e 3 de outubro.

Zona da Mata teria ganho de 8,35%, em média, no repasse do ICMS

Simulação feita pela Consultoria da ALMG, com base nos valores de ICMS de abril deste ano, aponta que a Zona da Mata teria seu repasse do imposto aumentado em 8,35%, em média. O cálculo por microrregião também dá resultado médio positivo em todas elas: microrregião de Ponte Nova (11,88%); Manhuaçu (12,58%); Viçosa (16,48%); Muriaé (13,41%); Ubá (9,92%); Cataguases (2,80%).

Na microrregião de Juiz de Fora, a média de crescimento seria de 4,87%. Somente o município de Matias Barbosa teria perda, de 10,99%. Três municípios, no entanto, teriam ganho superior a 20%: Bias Fortes (20,21%), Chiador (20,51%) e Ewbanck da Câmara (21,33%).

Em toda Zona da Mata, Cipotânea é o município que teria o maior ganho: 27,65%. Por outro lado, a região engloba também o município que teria a maior perda de repasse de todo o Estado: Pedra Dourada, com queda de 47,26%. De acordo com o deputado Dinis Pinheiro, autor da proposta, a meta é atingir uma distribuição de recursos mais justa, mais humana e mais cristã. "O exercício da vida pública só tem significado se for voltado para as pessoas mais carentes. Esse projeto beneficia mais de 15 milhões de pessoas, é um grande instrumento de transformação social", argumenta.

A programação do encontro em Juiz de Fora inclui exposições técnicas sobre a Lei Robin Hood e sobre o projeto, além de pronunciamentos e debates. Solicita-se que as sugestões para aprimoramento do PL 637/07 sejam apresentadas por escrito, e, se possível em disquete ou CD, com o nome do proponente, telefone, endereço eletrônico e nome da instituição que representa. Todas as propostas serão consolidadas na etapa final do Fórum, em Belo Horizonte. A programação completa do Fórum está disponível no hot site do evento, na página da Assembléia: www.almg.gov.br.

Previsão legal - De acordo com a Constituição Federal, de todo o ICMS arrecadado no Estado, 25% destinam-se aos municípios. Desse montante, pelo menos 75% devem ser distribuídos de acordo com o Valor Adicionado Fiscal (VAF), que retrata o movimento econômico do município. E até 25% conforme determinar a lei estadual.

Atualmente, o ICMS em Minas é distribuído de acordo com os seguintes critérios e percentuais dos recursos destinados aos municípios: VAF (79,68%); área geográfica (1%); população (2,71%); população dos 50 municípios mais populosos (2%); educação (2%); produção de alimentos (1%); patrimônio cultural (1%); meio ambiente (1%); saúde (2%); receita própria (2%); cota mínima (5,5%); e municípios mineradores (0,11%). O cálculo da parcela de cada município é uma média aritmética que leva em conta o desempenho do município e o peso de cada critério.

O que prevê o PL 637/07 - A proposta original do PL 637/07 é distribuir, pelo critério do VAF, o mínimo determinado pela Constituição Federal, que é 75% - e não os 79,68% atuais. Assim, os 4,68% restantes serão redistribuídos a partir de um novo critério, chamado ICMS solidário. Já os demais critérios não terão o índice alterado, mas serão separados em dois grupos, um relativo a critérios econômicos e outro relativo a critérios sociais.

Os critérios econômicos são o VAF (75% dos recursos), produção de alimentos (1%), meio ambiente (1%), receita própria (2%) e municípios mineradores (0,11%). Os critérios sociais são área (1%), população (2,71%), população dos 50 mais populosos (2%), educação (2%), patrimônio cultural (1%), saúde (2%) e a cota mínima (5,5%).

A divisão dos recursos será feita em três etapas. Todos os municípios participam da primeira fase, relativa aos critérios econômicos. Aqueles que apresentarem índice de ICMS per capita igual ou superior à média do Estado acrescida de 40% não participam da divisão de recursos do segundo grupo, com critérios sociais solidários. Realizada essa nova distribuição, cada município alcança um novo valor per capita, que é confrontado com o novo valor médio do Estado. Apenas os municípios que ficarem abaixo da média do Estado acrescida de 40% seguem para a divisão de recursos do ICMS solidário. Essa parcela, instituída pelo PL 637/07, é distribuída conforme a população de cada município participante.

 

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