Conferência Metropolitana começa nesta segunda-feira (20)

Com a participação de 34 prefeitos, começa nesta segunda-feira (20/8/07), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, ...

17/08/2007 - 00:00
 

Conferência Metropolitana começa nesta segunda-feira (20)

Com a participação de 34 prefeitos, começa nesta segunda-feira (20/8/07), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, a 1ª Conferência da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os chefes dos executivos se juntarão a representantes da sociedade civil, a deputados estaduais e a outras autoridades para propor soluções para os principais problemas que atingem a terceira maior aglomeração urbana do Brasil.

A Conferência, organizada pela Secretária de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru) e pela ALMG, pretende também mobilizar o poder público, a população e o setor produtivo da RMBH para estabelecer metas e traçar planos de ação sobre temas ligados à gestão metropolitana.

A abertura será às 14 horas no Plenário da ALMG. Logo depois, acontece a exposição do vice-governador do Estado, Antônio Anastasia, que abordará o "Marco legal da Região Metropolitana de Belo Horizonte e o arranjo institucional de gestão". Ao longo da tarde e também na terça-feira (21), especialistas, administradores públicos e representantes de entidades e associações estarão reunidos tratando de assuntos como gestão ambiental, desenvolvimento econômico e social e política urbana.

Frente parlamentar - A Conferência será encerrada no fim da tarde de terça, com três acontecimentos importantes: a posse do Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano, a assinatura do decreto de regulamentação do Fundo Metropolitano e a entrega do projeto de lei de criação da Agência Metropolitana.

Também no fim do evento, será lançada oficialmente a Frente Parlamentar Mineira em prol da Região Metropolitana de Belo Horizonte. No manifesto de criação da Frente, os deputados estaduais que a subscreveram ressaltam que a RMBH é o centro político, financeiro e comercial de Minas Gerais, representando cerca de 40% da economia e 25% da população do Estado. A Grande BH é o 52º maior aglomerado urbano do mundo e 7º maior da América Latina.

O documento destaca as desigualdade existentes entre os municípios, com Belo Horizonte, Betim e Contagem respondendo por 87% do PIB da Região, o que justifica a necessidade de uma política integrada, diante da "significativa disparidade nas condições básicas das comunidades que a integram".

A Região Metropolitana de Belo Horizonte foi criada pela Lei Complementar Federal 14, de 1973, e atualmente é regulamentada pelas Leis Complementares estaduais 88 e 89, de 2006. A Constituição Federal determina que cabe aos Estados gerenciar, em conjunto com os municípios, os serviços e atividades de interesse supra-municipal nas regiões metropolitanas.

Especialista defende integração

Para o empreendedor público da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Gustavo Gomes Machado, a integração entre União, Estado e municípios é um dos caminhos para a solução dos problemas pelos quais passam as regiões metropolitanas do País.

Gustavo, que vai participar de um dos encontros temáticos da Conferência, mostra-se preocupado com as desigualdades econômicas e sociais entre os municípios de uma mesma região metropolitanta. "Na RMBH, por exemplo, a capital, Contagem e Betim têm 91% do total de arrecadação do ICMS. Há um desequilíbrio de forças muito grande. Cada cidade tem que descobrir sua própria vocação para que investimentos possam ser direcionados de forma correta. Até mesmo aquelas que são consideradas dormitórios", acrescentou.

Agricultura - Reforma agrária e questões ambientais também são assuntos na pauta da Conferência Metropolitana. O assessor de gabinete da Secretaria de Estado Extraordinária para a Reforma Agrária, Aldanny Guimarães Rezende, vai defender o investimento nas agriculturas urbana e periurbana, como forma de geração de renda, emprego e combate à fome nas grandes cidades. "Não se trata de uma horta de fundo de quintal, mas do aproveitamento, com apoio técnico, de terrenos baldios ou não aproveitados existentes, principalmente nas periferias. O processo envolve mão-de-obra qualificada, reduz a distância do alimento à mesa do consumidor e estimula a consciência ecológica. Sem falar que grande parte da população pobre de uma cidade grande vem do campo e tem vocação para a agricultura", defende.

Ele citou exemplos bem-sucedidos da agricultura urbana em Havana, Cuba, e Rosário, na Argentina, onde, segundo ele, a cadeia produtiva envolve 10 mil famílias. "Em Cuba, foi a solução encontrada quando o país vivia sob embargo econômico e não tinha sequer combustível para transporte dos produtos", explicou.

De acordo com Aldanny Guimarães, Minas Gerais é o primeiro estado do país a contar com uma legislação específica sobre o assunto. A lei, que existe há pouco mais de um ano, está em fase de regulamentação.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715