ICMS Solidário recebe apoio de lideranças políticas em Diamantina

O Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que altera a Lei 13.803, de 2000, conhecida como Lei...

13/08/2007 - 00:01
 

ICMS Solidário recebe apoio de lideranças políticas em Diamantina

O Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que altera a Lei 13.803, de 2000, conhecida como Lei Robin Hood, recebeu apoio das lideranças políticas que participaram do segundo encontro regional do Fórum Técnico ICMS Solidário, realizado pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais em Diamantina, nesta segunda-feira (13/8/07). A etapa final do fórum, que acontece em Belo Horizonte nos dias 2 e 3 de outubro, será precedida de 12 encontros regionais. O primeiro deles aconteceu em Montes Claros, no último dia 10.

Em tramitação na ALMG, o PL 637/07 divide os critérios que hoje determinam a distribuição do ICMS em três grupos: critérios econômicos, sociais solidários; e de compensação solidária ou ICMS Solidário. A proposta original do projeto é distribuir pelo critério econômico do Valor Adicionado Fiscal (VAF) o mínimo determinado pela Constituição Federal, que é 75% - e não os 79,68% atuais. Dessa forma, os 4,68% restantes seriam redistribuídos a partir do critério do ICMS Solidário, beneficiando municípios que estejam em situação desfavorável em relação à média per capita do ICMS do Estado.

O deputado Doutor Viana (DEM), 1º-vice-presidente da Assembléia, representou o presidente Alberto Pinto Coelho (PP) na reunião e acredita que o projeto visa corrigir injustiças na distribuição do ICMS. Para ele, cabe ao Legislativo mineiro criar condições para que a proposta seja discutida com os municípios e aperfeiçoada, por isso a realização dos encontros nas diversas regiões do Estado. O deputado também acredita que a aprovação da matéria é uma questão de coerência para aqueles que defendem a revisão do pacto federativo. "Se criticamos a concentração de recursos nas mãos da União, temos que fazer a nossa parte dentro de casa também", comparou.

O prefeito de Itamarandiba e presidente da Associação dos Municípios do Alto Jequitinhonha (Amaje), Afonso Arinos de Campos Gandra, enfatizou que o projeto beneficia todos os municípios que fazem parte da Amaje e apoiou a fala do deputado Doutor Viana sobre o pacto federativo. "Os municípios já arcam hoje com muitas responsabilidades que não seriam suas, como as despesas com as polícias militar e civil, por exemplo, sem ter o aporte de recursos necessários para isso", completou.

Mesma opinião manifestou o prefeito de Diamantina, Gustavo Botelho Júnior, sobre a transferência de competências sem o repasse dos recursos. Para ele, a Lei Robin Hood, que foi um avanço na época de sua aprovação, já está desatualizada, e muitos municípios sobrevivem com recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Para o autor do projeto, o atual sistema de distribuição do ICMS é vergonhoso. "Onde já se viu um município como Betim ter direito a mais recursos que os 155 municípios do Norte e Vale do Jequitinhonha?", questionou. Ele criticou a oposição que os prefeitos de Betim e de Uberlândia têm feito ao projeto, porque os dois municípios perderiam receita com a aprovação do PL 637/07. "Eles precisam percorrer o Estado e ver a situação dos municípios mais pobres", afirmou. Segundo Dinis Pinheiro, os municípios que terão ganho de receita com o projeto reúnem 80% da população do Estado, ou seja, 16 milhões de mineiros.

A evolução da distribuição da cota-parte do ICMS para os municípios foi apresentada aos prefeitos, vereadores e outras lideranças da Região Central que participavam da reunião pela coordenadora técnica da Lei Robin Hood da Fundação João Pinheiro, Isabella Virgínia Freire Biondini. Ela mostrou que, até 1991, os recursos eram distribuídos observando-se apenas o VAF. De 1991 a 1995, 94% seguiam o VAF; 5,61% eram para os municípios mineradores; e 0,323% eram distribuídos entre os municípios emancipados. A partir de 1996, veio a Lei Robin Hood, em sua primeira versão.

Já o detalhamento do PL 637/07 e seu impacto sobre os diversos municípios do Estado foi apresentado pelo gerente de Economia e Finanças, Transportes, Comunicação e Obras Públicas da ALMG, Hélio Ferreira dos Santos. Ele afirmou que o projeto traz ganho de receita para 762 municípios e perda para 91.

Microrregião de Diamantina teria ganhos em todos os municípios

Simulação feita pela Consultoria da ALMG, com base nos valores de ICMS de abril deste ano, aponta que a Região Central teria seu repasse do imposto reduzido em 2,10%, em média. Porém, a microrregião de Diamantina, especificamente, teria ganho médio de 15,60%. Todos os municípios seriam beneficiados, sendo a maior alta percentual (22,92%) em Datas e o menor ganho (8,21%) em São Gonçalo do Rio Preto. No município de Diamantina, o repasse de ICMS seria ampliado em 17,95%.

Próximo à Diamantina, a microrregião de Curvelo também seria beneficiada pela proposição, com ganho médio de 12,17%, elevando a arrecadação de todos os municípios. Outras microrregiões da Região Central que teriam ganhos para todos os municípios são: Sete Lagoas (média de 2,86%); Conceição do Mato Dentro (21,20%); São João del Rei (12,07%); e Barbacena (7,42%).

Já na microrregião de Três Marias, a queda de 10,97% no município de Três Marias diluiria o aumento de arrecadação previsto para os demais municípios, fazendo com que a microrregião tenha queda média de 1,98%. Por outro lado, na microrregião de Pará de Minas, a queda de 26,50% em São José da Varginha seria compensada pelo aumento de arrecadação nos demais municípios, deixando a média positiva em 0,69%. O mesmo ocorreria na microrregião de Itaguara, onde a perda de 15,88% em Itatiaiuçu não impede a média final positiva de 1,46%.

As outras microrregiões da Região Central teriam o seguinte desempenho percentual médio: Belo Horizonte (-2,21%); Itabira (-7,42%); Ouro Preto (-9,19%); e Conselheiro Lafaiete (-3,80%). Ainda no município de Conselheiro Lafaiete, será realizada outra reunião do Fórum Técnico, no dia 23 de agosto.

Deputados reforçam necessidade de mobilização

O deputado Carlos Pimenta (PDT) procurou alertar os participantes do evento para a necessidade de mobilização dos municípios para a aprovação do projeto, mas, também para a importância de terem boas assessorias, que os oriente para que possam ter acesso aos recursos do ICMS, seguindo os critérios legais. "É preciso apurar bem o VAF e também investir em políticas públicas que acarretem mais participação no ICMS", concluiu.

O deputado Adalclever Lopes (PMDB) afirmou que a Frente Parlamentar em Defesa do ICMS Solidário teve a assinatura de mais de 60 deputados, demonstrando o apoio que o projeto tem dentro da Casa. Ele também reforçou a necessidade de mobilização dos municípios para que se chegue a uma distribuição mais justa dos recursos entre os municípios.

Propostas - Entre as principais propostas apresentadas na fase de debates da reunião está a valorização da quilometragem de estradas vicinais em virtude do transporte escolar e do PSF. Também foi sugerido aumentar o índice do critério meio ambiente e do patrimônio cultural e relacionar o gasto com transporte escolar e o FPM.

Presenças - Deputados Doutor Viana (DEM), Dinis Pinheiro (PSDB), Carlos Pimenta (PDT) e Adalclever Lopes (PMDB). Além das autoridades citadas, também compôs a mesa o presidente da Câmara Municipal de Diamantina, vereador Djalma Coelho.

 

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