Teófilo Otôni sedia terceiro encontro regional do ICMS Solidário

Lideranças da região do Jequitinhonha/Mucuri se reúnem com deputados estaduais na próxima sexta-feira (17/8/07), em T...

10/08/2007 - 00:04
 

Teófilo Otôni sedia terceiro encontro regional do ICMS Solidário

Lideranças da região do Jequitinhonha/Mucuri se reúnem com deputados estaduais na próxima sexta-feira (17/8/07), em Teófilo Otôni, para o terceiro encontro regional do Fórum Técnico ICMS Solidário. A reunião será no Clube Palmeiras (Rua Hélio Otoni, s/n, Bairro São Diogo), de 8h30 às 13 horas, e visa coletar sugestões para o Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que altera a Lei 13.803, de 2000, conhecida por Lei Robin Hood.

Em tramitação na ALMG, o PL 637/07 divide os critérios que hoje determinam a distribuição do ICMS em três grupos: critérios econômicos; sociais solidários; e de compensação solidária. O objetivo é redistribuir uma parte do imposto, beneficiando municípios que estejam em situação desfavorável em relação à média per capita de ICMS do Estado.

O PL 637/07 é resultado de ampla discussão realizada na ALMG em 2001, pela Comissão Especial da Lei Robin Hood, que concluiu ser necessário alterar a forma de distribuição do ICMS. Após seguidas tentativas de aprovação da matéria, sem sucesso, a proposta foi desarquivada agora pelo relator daquela comissão, deputado Dinis Pinheiro. "A proposta busca uma distribuição de recursos mais justa, mais humana e mais cristã. O exercício da vida pública só tem significado se for voltado para as pessoas mais carentes. Esse projeto beneficia mais de 15 milhões de pessoas, é um grande instrumento de transformação social", argumenta o autor do projeto.

Ganhos para todos os municípios

Conforme simulação feita pela Consultoria da ALMG, com base nos valores de ICMS de abril deste ano, a região do Jequitinhonha/Mucuri será a mais beneficiada com a mudança proposta pelo projeto, elevando a arrecadação de todos os municípios. O repasse médio do imposto para a região subiria de R$ 6,88 per capita para R$ 8,23, representando um ganho de 19,66%. Chapada do Norte é o município que mais ganharia, elevando o per capita em 31,66% (de R$ 4,93, para R$ 6,49) e Salto da Divisa é o que teria a menor variação, de 0,95%, passando de R$ 27,54 para R$ 27,81.

A microrregião de Teófilo Otôni teria uma aumento de 19,09% em sua parcela do imposto. Ladainha é o município que teria a maior vantagem, com 30,86% a mais no valor per capita; e Teófilo Otôni, com 15,32% de aumento, o que apresentaria a menor variação. As outras microrregiões teriam os seguintes aumentos médios: Capelinha, 18,36%; Araçuaí, 28,59%; Pedra Azul, 19,7%; Almenara, 20,29%; e Nanuque, 15,2%.

No total do Estado, 762 municípios seriam beneficiados com as novas regras propostas pelo PL 637/07, enquanto 91 perderiam recursos.

A programação do encontro em Teófilo Otôni inclui exposições técnicas sobre a Lei Robin Hood e sobre o projeto, além de pronunciamentos e debates. Solicita-se que as sugestões para aprimoramento do PL 637/07 sejam apresentadas por escrito e, se possível, em disquete ou CD, com o nome do proponente, telefone, endereço eletrônico e nome da instituição que representa. Todas as propostas serão consolidadas na etapa final do Fórum, em Belo Horizonte. A programação completa do Fórum está disponível no hotsite do evento, na página da Assembléia: www.almg.gov.br.

Previsão legal - De acordo com a Constituição Federal, de todo o ICMS arrecadado no Estado, 25% destinam-se aos municípios. Desse montante, pelo menos 75% devem ser distribuídos de acordo com o Valor Adicionado Fiscal (VAF), que retrata o movimento econômico do município. E até 25% conforme determinar a lei estadual.

Atualmente, o ICMS em Minas é distribuído de acordo com os seguintes critérios e percentuais dos recursos destinados aos municípios: VAF (79,68%); área geográfica (1%); população (2,71%); população dos 50 municípios mais populosos (2%); educação (2%); produção de alimentos (1%); patrimônio cultural (1%); meio ambiente (1%); saúde (2%); receita própria (2%); cota mínima (5,5%); e municípios mineradores (0,11%). O cálculo da parcela de cada município é uma média aritmética que leva em conta o desempenho do município e o peso de cada critério.

O que prevê o PL 637/07 - A proposta original do PL 637/07 é distribuir, pelo critério do VAF, o mínimo determinado pela Constituição Federal, que é 75% - e não os 79,68% atuais. Assim, os 4,68% restantes serão redistribuídos a partir de um novo critério, chamado ICMS solidário. Já os demais critérios não terão o índice alterado, mas serão separados em dois grupos, um relativo a critérios econômicos e outro relativo a critérios sociais.

Os critérios econômicos são o VAF (75% dos recursos), produção de alimentos (1%), meio ambiente (1%), receita própria (2%) e municípios mineradores (0,11%). Os critérios sociais são área (1%), população (2,71%), população dos 50 mais populosos (2%), educação (2%), patrimônio cultural (1%), saúde (2%) e a cota mínima (5,5%).

A divisão dos recursos será feita em três etapas. Todos os municípios participam da primeira fase, relativa aos critérios econômicos. Aqueles que apresentarem índice de ICMS per capita igual ou superior à média do Estado acrescida de 40% não participam da divisão de recursos do segundo grupo, de critérios sociais solidários. Realizada essa nova distribuição, cada município alcança um novo valor per capita, que é confrontado com o novo valor médio do Estado. Apenas os municípios que ficarem abaixo da média do Estado acrescida de 40% seguem para a divisão de recursos do ICMS solidário. Essa parcela, instituída pelo PL 637/07, é distribuída conforme a população de cada município participante.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715