Cipe Rio Doce comemora convênios ambientais assinados em
Aimorés
Três deputados da Cipe Rio Doce participaram da
cerimônia de assinatura de convênios entre os governos de Minas e do
Espírito Santo, com a Agência Nacional das Águas e com o Instituto
Terra, para uma série de ações de preservação ambiental no Vale do
Rio Doce, entre elas a elaboração do Plano Diretor da Bacia do Rio
Doce, que é uma antiga recomendação da Cipe. José Henrique (PMDB),
Elisa Costa (PT) e Ronaldo Magalhães (PSDB) manifestaram otimismo
com a atitude cooperativa dos governadores Aécio Neves e Paulo
Hartung.
Ao todo, o Governo de Minas está investindo R$ 5,2
milhões na recuperação da bacia do Rio Doce e nas áreas de Mata
Atlântica. R$ 1,8 milhão do Fhidro são a contrapartida do Estado na
elaboração do Plano Diretor, que será licitada em breve, com a
conclusão prevista para junho de 2009. Outros R$ 500 mil vão para a
parceria entre o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Instituto
Terra e a organização ITTO japonesa para a proteção, recomposição e
uso sustentável dos recursos florestais e ambientais da Mata
Atlântica em Minas.
O IEF e o IGAM assinaram convênio com o Instituto
Terra para a produção de 1,5 milhão de mudas de espécies nativas da
Mata Atlântica, e para a recuperação e preservação de nascentes
dentro do projeto Produtor de Água. O deputado Ronaldo Magalhães
(PSDB) acompanhou com interesse a exposição do vice-presidente do
Instituto Terra, Sebastião Salgado, sobre a degradação histórica
daquela região, que em três décadas devastou as matas e disseminou o
capim para a pecuária extensiva. "Nesta região o mundo acabou em
braquiária. Eles perderam as árvores, depois a água, e agora
perderam a população, que foi trabalhar nos Estados Unidos deixando
para trás uma terra degradada", comentou o deputado.
Instituto Terra recebe em doação as terras da
Fazenda Bulcão
O paciente e corajoso trabalho de recuperação
empreendido pelo Instituto Terra desde 1999 é elogiado pelo
secretário de Estado de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, e
respalda o otimismo do deputado José Henrique (PMDB), originário de
Conselheiro Pena e veterano nas lutas da Cipe Rio Doce. "Nossa
esperança de implantação do Plano Rio Doce Limpo cresce com o
compromisso assumido pelos dois governadores de trabalhar em
conjunto pela salvação do rio", disse o parlamentar
peemedebista.
De fato, Aécio Neves disse que Minas guarda com o
Espírito Santo identidades e afinidades que não tem com nenhum outro
Estado, e os dois estados têm interesses e metas tão assemelhadas
que ambos cresceram quase o dobro da média nacional no último ano.
"Se o governador Paulo Hartung e eu fôssemos um pouco mais
revolucionários, eliminaríamos as fronteiras e faríamos um Estado
só", disse ele.
A deputada Elisa Costa, que é a 1ª secretária da
Cipe, mostrou grande apreensão com os relatos de degradação
ambiental na região. "A assinatura desses convênios é resultado do
intenso trabalho dos deputados estaduais da Cipe Rio Doce, que
realizaram diversas reuniões com a ANA, os governos Federal, de
Minas e do Espírito Santo, buscando recursos para que o plano de
recuperação avance efetivamente. Esperamos que isso ocorra o mais
breve possível, pois a degradação do rio avança em escala
exponencial", disse Elisa Costa.
Um gesto de compromisso ambiental fechou a
cerimônia ocorrida em Aimorés. O casal Lélia e Sebastião Salgado
assinou termo de doação dos 700 hectares da Fazenda Bulcão ao
Instituto Terra. O projeto de recuperação da Mata Atlântica, que já
plantou 1.080.000 árvores desde 1999, e tem capacidade de produção
anual de 700 mil mudas de 160 espécies nativas por ano, deixa de
pertencer ao casal e passa ao instituto que criaram. Segundo Lélia
Salgado, "a Fazenda Bulcão é a primeira experiência de Reserva
Particular de Patrimônio Natural em terra degradada do Brasil".
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