Comandante dos Bombeiros não comparece à reunião conjunta

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), coronel José Honorato Ameno, não compareceu...

08/08/2007 - 00:00
 

Comandante dos Bombeiros não comparece à reunião conjunta

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), coronel José Honorato Ameno, não compareceu à reunião para a qual havia sido convidado nesta quarta-feira (8/8/07), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. As comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública tinham solicitado a presença do comandante para prestar esclarecimentos sobre as promoções dos praças da corporação chefiada por ele. As regras para essas promoções foram fixadas pela Lei Complementar 95, de 18 de abril de 2007, que reduz o tempo de serviço para promoção compulsória.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT) leu correspondência encaminhada pelo coronel José Honorato, na qual ele justifica sua ausência afirmando que "compromissos inadiáveis" o impossibilitaram de comparecer à reunião. Na carta, ele solicita que a reunião seja remarcada para o dia 6 de setembro, quinta-feira, às 17 horas.

Durval Ângelo avaliou que, com a correspondência, o comandante cumpriu o que prevê o Regimento Interno da ALMG nesses casos, mas ressaltou que há um clima grande de insatisfação entre os praças dos bombeiros. Já o presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Sargento Rodrigues (PDT), que solicitou a reunião, considerou que, apesar de o requisito legal haver sido cumprido, o aspecto moral não foi. "O comandante achou uma forma de procrastinar", afirmou Rodrigues. Ele lembrou que a data pedida pelo comandante é posterior à divulgação das promoções no CBMMG (10/8) e à efetivação delas (25/8). Mas ressaltou que, se a data da reunião não for mudada, estará presente no dia 6 de setembro para cobrar explicações do comandante. O deputado Paulo Cesar (PDT) acompanhou-o nessa decisão.

Antigüidade - Sargento Rodrigues disse que a Lei Complementar 95 garante a promoção por merecimento e antigüidade aos praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, sem necessidade de vagas. "A grande inovação da lei foi prever que não cabe ao comandante da corporação decidir se promove ou não nesses casos", declarou ele, acrescentando que a lei é imperativa nesse sentido.

De acordo com Rodrigues, a PMMG, seguindo o que prevê a lei, já anunciou que, do seu efetivo de cerca de 40 mil homens, 961 cabos com graduação terão promoção este ano e que até 2010, 5 mil cabos serão promovidos. Já o CBMMG estaria, na avaliação do deputado, adotando uma interpretação restritiva da lei. Seguindo essa proporcionalidade, deveriam ser promovidos este ano nos Bombeiros, 120 cabos, no mínimo, mas serão apenas 50 de um total de 400. Quanto às promoções de 3ºs para 2ºs sargentos, o parlamentar informou que a corporação só promoverá 179, sendo que deveria promover outros 126. O parlamentar alertou para a insatisfação crescente entre os praças bombeiros e que, caso o comando não reveja sua decisão, corre-se o risco de "greve branca".

Deputados querem força-tarefa para localizar crianças desaparecidas

Outro assunto que dominou as atenções na reunião foram as iniciativas das duas comissões em relação às crianças desaparecidas. Durval informou que participou do ato realizado no dia 7 de agosto, no Centro da Capital, quando foi lembrado o desaparecimento do menino Pedro Augusto, há exatamente um ano. O parlamentar lamentou que o número de menores desaparecidos em Minas já atingiu 74. "Há um mês, eram 60", disse. Diante desse quadro, ele defendeu a idéia de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o tema.

Sargento Rodrigues citou os avanços obtidos nessa área com a aprovação da Lei 15.432, de 2005, que instituiu o Sistema de Comunicação e Cadastro de Pessoas Desaparecidas, originada de um projeto de lei de sua autoria. "Com base nessa lei, foi desenvolvida a campanha publicitária 'Volta'", afirmou. Sobre a Comissão Especial sobre Crianças Desaparecidas, ele avalia que o relatório dela irá trazer dados e subsídios importantes para os envolvidos com a causa.

Requerimentos - O deputado João Leite (PSDB) fez três sugestões de ações quanto às crianças desaparecidas, acatadas pelos parlamentares na forma de requerimentos aprovados. Ele propôs a realização de reuniões conjuntas destas comissões, mensalmente, a partir do dia 21 de agosto, para continuar o debate sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes no Estado. João Leite solicitou também a realização de um fórum técnico para debater o tema, com a participação de todos os órgãos e entidades que lidam com a questão. Por fim, o deputado sugeriu uma visita dessas comissões ao Conselho Estadual de Defesa Social, para solicitar a constituição de uma força tarefa, composta por órgãos de defesa social do Estado, polícias Federal e Rodoviária Federal, com o objetivo de tentar solucionar os casos de desaparecimento de crianças e adolescentes.

Outro requerimento, de autoria de todos os deputados presentes, solicita o envio de ofício aos Tribunais de Justiça e de Contas e ao Ministério Público do Estado, aos órgãos e entidades da administração direta e indireta do Estado e ao Detran-MG. Eles pedem que essas instâncias apresentem em suas páginas na internet "link" de acesso ao "site" www.desaparecidos.mg.gov.br, visando dar maior divulgação aos casos de pessoas desaparecidas no Estado.

Seguro - Délio Malheiros denunciou que a Associação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais (Ascobom) estaria comercializando apólices de seguro de veículos, usando indevidamente a marca do CBMMG. Além disso, segundo Malheiros, a entidade estaria usando inclusive veículos pintados com a mesma cor dos carros de bombeiros, deixando entender que essa corporação estaria por trás desse seguro. O parlamentar alertou para o fato de que a Ascobom, apesar de não estar legalmente autorizada a vender seguros, já fechou 20 mil contratos com essa finalidade. "São contratos absolutamente ilegais. Estão cobrando cerca de R$70 por mês e arrecadando milhões. Ao final, vão deixar o Corpo de Bombeiros e os consumidores lesados", preveniu Malheiros.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT) e Sargento Rodrigues (PDT), presidentes das comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública, respectivamente; João Leite (PSDB), Délio Malheiros (PV) e Paulo Cesar (PDT).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715