Proposição dos salários da educação recebe parecer favorável

O Projeto de Lei (PL) 1.324/07, do governador, que reajusta os vencimentos dos profissionais da educação básica em 5%...

08/08/2007 - 00:03
 

Proposição dos salários da educação recebe parecer favorável

O Projeto de Lei (PL) 1.324/07, do governador, que reajusta os vencimentos dos profissionais da educação básica em 5% a partir de 1o/9/07, e garante à categoria o piso salarial de R$ 850 para 24 horas semanais, a partir de 1º/1/08, recebeu, nesta quarta-feira (8/8/07), parecer favorável da Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O relator, deputado Ademir Lucas (PSDB), opinou pela aprovação do projeto com as emendas nºs 1 a 3, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e rejeitou emenda apresentada pelo deputado Weliton Prado (PT) em reunião anterior, quando foi concedida vista do parecer ao parlamentar petista.

De acordo com o projeto, na hipótese de remuneração inferior ao piso fixado, será criada a Parcela de Complementação Remuneratória do Magistério (PCRM). A emenda apresentada por Weliton Prado previa o reposicionamento dos servidores em suas respectivas carreiras, até atingir o piso de R$ 850 proposto pelo Executivo. Na defesa da alteração, o deputado André Quintão (PT) lembrou que, da forma como está, o projeto cria o piso, mas com um valor complementar sobre o qual não incide nenhum benefício. "É um abono, e sobre abono não há benefício. Por isso o interesse de posicionar os R$ 850 na tabela", reforçou.

Segundo Quintão, a proposta do Executivo recria a antiga Parcela Remuneratória Complementar (PRC), do governo Itamar Franco, apenas com um novo nome. "Quando votamos aqui o plano de carreira, o objetivo foi extinguir esses penduricalhos, que criam distorções. Nesse aspecto, o PL é um retrocesso", argumentou. Já Weliton Prado lembrou que sua emenda foi uma solicitação dos próprios servidores da educação, que temem ter os salários congelados por um período extenso, caso o PL 1.324/07 seja aprovado na forma como proposto.

O deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), ex-secretário de Administração do Governo Itamar Franco, lembrou que a PRC foi criada àquela época para garantir uma remuneração mínima aos servidores com faixa salarial menor. Após sua saída da Secretaria, porém, parcelas diferentes foram criadas para as outras faixas salariais. "Do ponto de vista da gestão, é complicado, pois esse mecanismo iguala a remuneração de servidores com diferentes carreiras e tempos de trabalho. Vejo com preocupação o retorno dessa parcela", ponderou. Para Cruz, o ideal seria encontrar um mecanismo como sugerido por Prado, que não seja a volta da PRC, respeitando a capacidade financeira do Estado.

Por outro lado, o impacto financeiro provocado pela emenda foi justamente um dos argumentos usados pelo deputado Ademir Lucas para rejeitá-la. No parecer sobre a emenda, o relator argumenta que ela provoca aumento imediato de despesa. "Embora, individualmente, o impacto seja pequeno, o montante é significativo", completa. Os outros argumentos do relator são de ordem técnica e operacional. De acordo com Lucas, a emenda exigiria um cálculo caso a caso, considerado impossível pela Secretaria de Planejamento e Gestão. "É impossível implementar a emenda sem desvirtuar o plano de carreira. E ela pode trazer um desestímulo ao aumento da escolaridade, já que o servidor não precisará disso para a progressão", afirmou.

Emendas CCJ - Ao final dos debates, o parecer sobre a emenda foi aprovado, com voto contrário do deputado André Quintão. Já as emendas da CCJ, acatadas no parecer sobre o PL 1.324/07, produzem as seguintes alterações: a emendas nºs 1 e 2 incluem no texto os profissionais da Educação do Colégio Tiradentes, da Polícia Militar, e a emenda nº 3 dá clareza ao enunciado do parágrafo 5º do artigo 3º, que estabelece o cálculo do valor PCRM, trocando a expressão "a soma de todas as vantagens pecuniárias a que o servidor fizer jus" por "a soma do vencimento básico e de todas as vantagens a que o servidor fizer jus".

Segundo o deputado Ademir Lucas, as modificações constantes do projeto são relevantes, convenientes e oportunas para educação básica de boa qualidade no Estado. O PL 1.324/07 segue ainda para as comissões de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática e de Fiscalização Financeira e Orçamentária para parecer de 1o turno.

Ainda na reunião, a comissão aprovou proposições que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente; Ademir Lucas (PSDB), vice; André Quintão (PT); Chico Uejo (PSB); Inácio Franco (PV), Wander Borges (PSB); Sávio Souza Cruz (PMDB); e Weliton Prado (PT).

 

 

 

 

 

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