Comissões receberam quase mil convidados no 1º semestre de 2007

O balanço do 1º semestre de 2007 revela intensa atividade nas 17 comissões permanentes e nas comissões temporárias da...

18/07/2007 - 00:11
 

Comissões receberam quase mil convidados no 1º semestre de 2007

O balanço do 1º semestre de 2007 revela intensa atividade nas 17 comissões permanentes e nas comissões temporárias da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Tradicionais espaços de interlocução com a sociedade e de aprimoramento dos projetos em tramitação, as comissões promoveram 504 reuniões, sendo 25 no interior, até o dia 18 de julho - último dia dos trabalhos parlamentares, antes do recesso do meio do ano. Com a presença de 962 convidados, as audiências públicas marcaram os trabalhos do semestre. Foram promovidos debates sobre meio ambiente, defesa do consumidor, educação, saúde e administração pública, entre outros temas. As comissões também aprovaram 111 projetos não sujeitos à apreciação do Plenário. Entre essas proposições de deliberação conclusiva das comissões, 61 foram transformadas em lei.

As audiências públicas realizadas para discutir projetos em tramitação apresentaram resultados concretos, traduzidos na apresentação de emendas que atenderam às expectativas dos segmentos interessados. Exemplos são os projetos, com tramitação encerrada, que trataram do subsídio ao prêmio de seguro rural, as regras para concessão de financiamentos pelo Fundo de Recuperação e Desenvolvimento Sustentável (Fhidro).

Cento e oitenta pessoas apresentaram denúncias à Comissão de Direitos Humanos. Os deputados também realizaram 27 visitas a obras, instituições e órgãos de governo, entre outros. Encarregadas de opinar sobre as proposições em tramitação na ALMG, a fim de subsidiar as votações em Plenário, as comissões apresentaram mais de 950 pareceres sobre proposições sujeitas à apreciação do Plenário. No 1º semestre, os deputados receberam em comissões secretários de Estado, que falaram sobre os projetos de governo para os próximos quatro anos. Estiveram na Assembléia os secretários de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho; de Saúde, Marcus Pestana; e de Turismo, Érica Drummond.

Debate Público - As comissões foram responsáveis também pela promoção de quatro Debates Públicos - eventos que reúnem no Plenário sociedade civil, especialistas e representantes dos demais Poderes. Um dos Debates Públicos lotou o Plenário de agricultores, em março. Eles cobraram políticas públicas para o agronegócio e falaram ao secretário de Estado de Agricultura, Gilman Viana Rodrigues, que participou do evento. Outro aconteceu em maio, quando foram discutidas as políticas públicas voltadas para a saúde da mulher. Também naquele mês, o papel da Guarda Municipal e os direitos humanos foi abordado em evento desse tipo. Em junho, o tema foi a situação financeira dos hospitais frente à não regulamentação, pelo Congresso Nacional, da Emenda 29 - que garante a aplicação da receita resultante de impostos na saúde. Os Debates Públicos foram promovidos pelas comissões de Política Agropecuária e Agroindustrial, de Saúde e de Direitos Humanos.

As comissões da ALMG também foram responsáveis pelo aprimoramento dos projetos em tramitação, sob a forma de emendas ou substitutivos. Exemplo marcante do início deste ano foi a análise de projeto que criou subsidiárias da Copasa para atuar em regiões carentes e no Projeto Jaíba (Lei 16.698, de 2007). Durante a tramitação, ele recebeu quatro substitutivos, o que evidencia as mudanças implementadas no texto original, resultado de sugestões do governo, do sindicato que reúne os trabalhadores da Copasa e dos deputados. Na tarefa de aprimorar os projetos, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é a primeira a atuar. Tendo em vista o início da 16ª Legislatura (2007/2011), várias proposições foram apresentadas ou desarquivadas. Por isso, a atuação da CCJ foi intensificada. O balanço dos trabalhos revela que a comissão aprovou pareceres pela constitucionalidade de 592 proposições e pareceres pela inconstitucionalidade de 250 projetos. Ao lado da CCJ, as comissões de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária se revelaram instâncias importantes para apreciação de projetos que afetam a administração pública.

Participação popular é destacada

Para aperfeiçoar as proposições, os deputados ouviram os segmentos interessados, como é rotina na ALMG. Exemplos da participação popular foram as audiências que colheram subsídios para aperfeiçoar proposições que trataram dos seguintes assuntos: subsídio ao prêmio de seguro rural (PL 409/07, do governador, transformado na Lei 16.745, de 2000), que recebeu emendas durante a tramitação; e alteração da lei que dispõe sobre o Fundo de Recuperação e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas (Fhidro) (PL 68/07, do deputado Paulo Guedes). No caso do prêmio de seguro rural, os produtores serão beneficiados com a subvenção de 25% do valor das apólices, além dos 50% já concedidos pelo governo federal, totalizando 75%. A intenção é protegê-los de eventuais perdas, garantindo a segurança do negócio do homem que vive no campo.

No caso do Fhidro, por sugestão dos comitês de bacias, o texto que será encaminhado brevemente à sanção do governador possibilitou que os custos de execução de projetos e empreendimentos de proteção e melhoria de recursos hídricos aprovados pelos comitês sejam financiados a fundo perdido. Hoje os recursos são liberados mediante reembolso, como determina a Lei 15.910, de 2005, que dispõe sobre o fundo. Neste ano, o Fhidro tem R$ 60 milhões, originados de royalties das usinas hidrelétricas.

Com o trabalho focado em ampliar a participação social, também se destacaram as comissões de Defesa do Consumidor e do Contribuinte; Cultura; Educação, Ciência, Tecnologia e Informática; Meio Ambiente e Recursos Naturais; Política Agropecuária e Agroindustrial; Segurança Pública; Saúde; Trabalho, Previdência e Ação Social e Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo. Algumas reuniões promovidas abordaram os seguintes temas: eventual formação de cartel por parte dos revendedores de combustível; cobrança de meia-entrada em estabelecimentos culturais; acesso à internet por alunos da rede estadual; impacto de acidente ambiental com barragem em Miraí e criação da "caução ambiental"; venda de bebida alcóolica no Mineirão; situação financeira dos hospitais filantrópicos; situação dos defensores públicos que estiveram em greve; e políticas públicas para o desenvolvimento do turismo.

A cobrança da meia-entrada, o acesso à internet, a criação da "caução ambiental" e a venda de bebida alcoólica no Mineirão são temas de projetos em tramitação que puderam receber, nessas audiências, sugestões de aperfeiçoamento pelos segmentos interessados.

Interior é priorizado; comissões atuam para intermediar a resolução de conflitos

As comissões também são o espaço onde se desdobra a bandeira da participação popular, incorporando-se a diretriz de interiorização das atividades do Legislativo. É a Assembléia dizendo para a população que se importa com ela. Essa presença cotidiana do Legislativo no interior é pioneira no País e componente importante para a consolidação do Poder, ainda que dela não se origine nenhuma lei. Nas reuniões de comissões, seja na Capital ou no interior do Estado, o papel dos deputados também é de intermediar a solução de conflitos e colaborar para esclarecer questões que afligem a comunidade.

A Comissão de Direitos Humanos é uma das que têm papel destacado nesse processo, tendo promovido até 18 de julho seis audiências no interior para discutir temas como a violência contra trabalhadores rurais; e 16 visitas, muitas para verificar a situação de cadeias públicas. Em suas audiências, ouviu 210 convidados, além de receber denúncias de 180 pessoas.

Luz para Todos - A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização também esteve no interior (em Montes Claros, Paracatu e Araçuaí), para obter informações sobre a execução do Programa "Luz para Todos", contribuindo para esclarecer dúvidas da população atendida. Em julho, em nova audiência, desta vez em Belo Horizonte, os deputados e prefeitos tiveram da Cemig a garantia de que o programa não será interrompido em Minas. Já a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas destacou-se na visita a obras em rodovias mineiras.

As comissões de Meio Ambiente e Recursos Naturais e de Política Agropecuária e Agroindustrial também percorreram regiões do Estado para ouvir a comunidade. A Comissão de Meio Ambiente esteve em Buenópolis, na região Central, quando averiguou o impacto do plantio de eucalipto no entorno do Parque Estadual da Serra do Cabral. Em julho, os deputados estiveram em Ouro Preto para discutir a proposta de criação do Parque Estadual da Serra do Ouro Branco.

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial foi a Minas Novas, nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, avaliar os impactos ambientais provocados pelo avanço da monocultura do eucalipto. Em Pouso Alegre, no Sul, colheu sugestões da comunidade sobre como incrementar a cadeia da bataticultura; e em São Gotardo, no Alto Paranaíba, ouviu produtores sobre as demandas do setor agropecuário. Como resultados de encontros desse tipo, os deputados podem cobrar ações dos órgãos competentes, por meio de requerimentos aprovados, ou apresentar projetos de lei, quando houver necessidade de aprimorar a legislação sobre determinado tema.

Comissão especial lista propostas para beneficiar portadores de deficiência

No primeiro semestre, comissões especiais também atuaram na Assembléia para emitir pareceres sobre propostas de emenda à Constituição (PECs) e sobre indicações do Executivo para estruturas governamentais. São as chamadas comissões temporárias, que funcionam por período determinado. Outra comissão especial, esta temática, estudou questões relacionadas à pessoa com transtorno, deficiência mental ou autismo. Criada em abril, a requerimento do deputado Célio Moreira (PSDB), essa comissão apresentou contribuições para as políticas públicas voltadas para esse segmento. Entre as 26 recomendações do relatório final, destacam-se: a realização de cadastro ou censo para levantar dados sobre os portadores de deficiência mental e/ou autistas; e a realização, pela Secretaria de Estado de Fazenda, de treinamento específico para os médicos da rede pública de saúde, a fim de capacitá-los para o diagnóstico precoce dos distúrbios do espectro autista.

Conjuntas - Até 18 de julho, no encerramento do 1º semestre, as comissões também promoveram 33 reuniões de forma conjunta, para discutir assuntos de interesse comum, ouvindo 117 convidados. Entre eles, o desaparecimento de crianças e adolescentes no Estado, entre 2005 e 2007; a maioridade penal na legislação brasileira; a criação, pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de novas normas para os condutores de veículos automotores; a isenção do ICMS sobre empresas operadoras de transporte intermunicipal a pequenas distâncias; a gestão de resíduos sólidos; a precarização das relações de trabalho na Cemig e o Projeto Corredor Cultural Praça da Liberdade, do governo do Estado, que dividiu opiniões na Assembléia.

As comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública visitaram, ainda, o presidente do Tribunal de Justiça, Orlando Adão Carvalho, a fim de cobrar a criação do Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, como determina a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006). Essas duas comissões também foram ao comando geral do Corpo de Bombeiros para intermediar a busca de soluções para a concessão de promoção aos praças. A criação do Juizado de Violência contra a Mulher está prevista, inclusive, no Projeto de Lei Complementar (PLC) 26/07, que começou a tramitar recentemente na ALMG e contém a nova organização e divisão judiciárias.

Planejamento participativo

Agora, no final do 1º semestre, duas comissões se destacaram na análise do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI): as de Fiscalização Financeira e Orçamentária e de Participação Popular. Conjunto de ações estratégicas de planejamento de médio e longo prazo, elaborado pelo governo, o PMDI foi tema de um Ciclo de Debates promovido no dia 26 de junho. O PL 1.026/07, que aprova a atualização do PMDI para o período 2007/2023, tramita na Assembléia, onde recebeu emendas parlamentares. O mesmo aconteceu com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2008 - outra peça do planejamento do Estado -, que também foi discutida por essas comissões, com a presença dos deputados das demais comissões temáticas permanentes.

Outro exemplo do esforço da Assembléia de aprimorar o planejamento governamental com a participação dos segmentos afetados pelas políticas públicas foi audiência promovida em julho pela Comissão de Participação Popular. Nessa reunião, foi encaminhado à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) documento com 46 prioridades para a defesa dos direitos da criança, elaborado por movimentos que militam no setor. O relatório foi encaminhado por meio do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, para ser incorporado ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008/2011. Esse plano, com metas físicas por região, será analisado no 2º semestre pelos parlamentares. Um dos pontos mais enfatizados pelos participantes da reunião foi a necessidade de concentrar recursos, via Orçamento do Estado, no conselho estadual, como órgão definidor da política para a área, além de interlocutor dos movimentos sociais.

 

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