Deputados esclarecem dúvida sobre Circuito Cultural Praça da
Liberdade
As obras do Circuito Cultural Praça da Liberdade
não vão descaracterizar o prédio da Secretaria de Estado de
Educação, garantiram os coordenadores do projeto a integrantes das
comissões de Cultura e de Participação Popular da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (17/7/07). A deputada
Gláucia Brandão (PPS) e o deputado João Leite (PSDB) visitaram o
prédio e ouviram explicações sobre as reformas necessárias para
transformá-lo em centro cultural. "As pessoas podem ficar
tranqüilas. A parte principal do edifício será restaurada, apenas o
anexo será adaptado", assegurou a gerente do Circuito Cultural,
Patrícia Galvão.
O prédio em estilo eclético data de 1895, e tem
como característica marcante uma cúpula no alto da fachada. No hall
principal, há uma escadaria de ferro importada da Bélgica. A fachada
original, o elevador e a escada serão mantidos. A cobertura do pátio
interno será trocada por outra de cristal, mais moderna, com
tratamento acústico e circulação de ar. O piso do pátio também será
trocado, assim como o do porão. As alterações mais profundas, para
que o espaço possa abrigar exposições de arte, serão feitas no anexo
construído na década de 60, segundo a arquiteta Jô Vasconcellos.
O futuro Centro da Indústria, Arte e Cidade será um
espaço de produção artística com o objetivo de preservar a memória
da metalurgia e da mineração. O projeto é assinado pelo arquiteto
Paulo Mendes da Rocha, ganhador do Prêmio Pritzker e responsável
pela restauração da Pinacoteca do Estado e pela construção do Museu
da Língua Portuguesa, em São Paulo. Na opinião de Patrícia Galvão, o
uso cultural dos prédios históricos, amplamente difundido nas
capitais européias, é a melhor maneira de garantir a sua
preservação. O início das obras no prédio da Secretaria de Educação
ainda depende de parceria do governo do Estado com a iniciativa
privada.
Mas a proposta de transformação da Praça da
Liberdade em corredor cultural ainda enfrenta resistências. O
presidente do Sindicato dos Arquitetos, Eduardo Fajardo Soares, faz
duras críticas à proposta do governo do Estado. Ele alega que o
anexo que se pretende alterar data de 1928 e também é tombado pelo
Patrimônio Histórico. Ele também reclama que o Museu da Escola de
Minas Gerais, que funcionava ali, teria sido desmantelado, e
reivindica a realização de nova audiência pública na ALMG para
discutir essa questão.
Explicações convencem parlamentares
O deputado João Leite, que solicitou a visita
juntamente com a deputada Gláucia Brandão, é a favor do Circuito
Cultural e lembra que o projeto recebeu pareceres favoráveis dos
órgãos de preservação do patrimônio histórico. "A Praça da Liberdade
é um sítio histórico que merece ser preservado, pois Belo Horizonte
carece de espaços assim", afirmou. A presidente da Comissão de
Cultura, deputada Gláucia Brandão, se disse satisfeita com as
explicações sobre o projeto. Ela ressalta a importância de se criar
um novo espaço cultural aberto à população, e avalia que as mudanças
propostas nos prédios históricos serão feitas segundo critérios
técnicos rigorosos.
A parlamentar ainda visitou as novas instalações do
Museu da Escola, que agora funciona em um amplo salão do Instituto
de Educação de Minas Gerais. O acervo do museu tem mais de 6 mil
peças, entre elas preciosidades como um mimeógrafo americano do
século XIX e um projetor de filmes movido a querosene. A
transferência para a nova sede teve início em dezembro, e o novo
museu deve ser aberto para visitação em agosto. A coordenadora do
espaço, Sônia Aroeira Barbosa, diz que as denúncias de desmantelo do
acervo são improcedentes.
Presenças - Deputada
Gláucia Brandão (PPS) e deputado João Leite (PSDB).
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