Entidades apresentam prioridades para direitos das crianças

Uma resolução contendo 46 prioridades para a defesa dos direitos da criança, trabalhada por todos os movimentos que m...

13/07/2007 - 00:02
 

Entidades apresentam prioridades para direitos das crianças

Uma resolução contendo 46 prioridades para a defesa dos direitos da criança, trabalhada por todos os movimentos que militam na área, foi entregue nesta sexta-feira (13/7/07) - data em que se comemora os 17 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) -, à Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag). O documento foi encaminhado por meio do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente para ser incorporado ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-2011. A representante da Seplag, Cristiane Dominique Kunzi, informou que a proposta será analisada e aproveitada na medida do possível.

A audiência foi solicitada pelo deputado André Quintão (PT), presidente da comissão e da Frente Parlamentar de Defesa da Criança e do Adolescente, que lembrou a aprovação do ECA, dizendo que "muito foi conseguido, mas muito ainda precisa ser feito". Especificamente sobre Minas Gerais, destacou os pontos que precisam ser atacados, carências reconhecidas no próprio Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), como a alta mortalidade entre jovens e a evasão escolar.

O deputado João Leite (PSDB) comemorou a oportunidade de dialogar com a sociedade por meio da Comissão de Participação Popular, e manifestou sua crença no Estatuto da Criança e do Adolescente, exemplificando com os atendimentos "sempre traumáticos" que eram feitos antes, em unidades da Febem, e os de hoje, depois do ECA.

Documento reflete integração da rede de proteção à criança

Em todos os comentários sobre o documento, foi ressaltado o caráter coletivo de sua elaboração, como definiu o presidente do Conselho Estadual, Dagoberto Alves Batista. A resolução contém sugestões na área de saúde, educação, proteção especial, política sócio-educativa e área de gestão. Entre elas, destacam-se a universalização da atenção à saúde; a redução de taxas de mortalidade infantil e materna, criação e implementação das comunidades terapêuticas voltadas para crianças e adolescente; a implantação de escolas de tempo integral de ensino fundamental; capacitação continuada dos policiais militares do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd); além da garantia de recursos financeiros para os centros de Referência ao Atendimento à Mulher e Criança vítimas de violência sexual.

Um dos pontos mais enfatizados pelos participantes - que incluíam representantes do Ministério Público, da Frente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil, do Fórum Mineiro de Educação Infantil - foi a necessidade de concentrar recursos, via Orçamento do Estado, no Conselho Estadual, como órgão definidor da política para a área, além de interlocutor dos movimentos sociais. Todos manifestaram a expectativa de que as propostas sejam absorvidas pelo PPAG, com prioridade para algumas, como a expansão do Sistema Integrado de Proteção à Infância e Adolescentes, cadastro único do Estado, sobre as demandas do setor, conforme destacou Marilene Cruz, da Frente de Defesa.

A efetivação do "Orçamento Criança", com recursos específicos para a área, foi lembrada também por outros convidados. A participação de toda a sociedade, "que tem instrumentos para isto, como a destinação de percentual do Imposto de Renda para o Fundo da Criança", foi salientada pela promotora da Infância, Maria de Lurdes de Santa Gema.

A importância da participação institucional da Defensoria Púbica, "como órgão que garante a defesa técnica dos menores em conflito com a lei", foi lembrada pela sua representante, Roberta Ribeiro, enquanto o subsecretário de Direitos Humanos, João Batista de Oliveira, disse que a maior conquista nesta área foi a extensão de mais um ano no ensino fundamental, "que garantiu o ingresso na escola de mais de 400 mil crianças em quatro anos do programa".

Convidados defendem correção de falhas do Censo Escolar

A representante do Fórum Mineiro de Educação Infantil, Dinéia Domingues, apontou falhas do governo estadual e do MEC no cadastramento de creches de ensino infantil no censo escolar, que garante a destinação de recursos do Fundeb para esses estabelecimentos. Segundo ela, a escola infantil deve ser vista como complemento da proteção às crianças, mas, para isso, é preciso que os profissionais estejam devidamente habilitados. "O dinheiro do Fundeb deve ser usado nessa capacitação. Por isso, precisamos incluir todas as creches no censo", alertou.

O deputado João Leite afirmou que é possível que as creches não contempladas se cadastrem, por meio do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (www.inep.gov.br).

Ao final da reunião, Cristiane Kunzi disse que o documento possui itens críticos, que serão encaminhados ao governados de forma prioritária. De acordo com ela, o Protagonismo Juvenil consta do PMDI e tem o intuito de defender os interesses das crianças e adolescentes. "A reunião aconteceu em boa hora. Afinal, ainda podemos incluir as propostas apresentadas na discussão do PPAG", disse.

Em alusão aos 17 anos do ECA, o deputado Carlin Moura (PCdoB) afirmou que o documento está próximo de atingir a sua maioridade, portanto, é preciso que não haja omissão da sociedade, para que se possa garantir que os recursos para a educação sejam devidamente aplicados. "Acredito que eventos como o de hoje são o caminho certo para garantir o atendimento dos interesses de nossos jovens", afirmou.

Presenças: Deputados André Quintão (PT), João Leite (PSDB); Carlin Moura (PCdoB), a representante do Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente, Elvira Cosendy; além dos convidados citados na matéria.

 

 

 

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