Conferência de Políticas para Mulheres define prioridades

A II Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres foi encerrada nesta terça-feira (10/7/07) com a votação das p...

10/07/2007 - 00:00
 

Conferência de Políticas para Mulheres define prioridades

A II Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres foi encerrada nesta terça-feira (10/7/07) com a votação das propostas dos cinco grupos de trabalho na plenária final e a eleição das 183 delegadas que representarão o Estado na Conferência Nacional, que acontecerá em Brasília entre os dias 18 e 20 de agosto. Das 315 propostas estudadas pelos grupos, 49 foram votadas como prioritárias, para serem encaminhadas à conferência nacional. As demais serão enviadas aos governos estadual e federal como contribuições do Estado. Os grupos apresentaram sugestões a partir dos seguintes temas: "Autonomia e igualdade no mundo do trabalho", "Educação inclusiva e não sexista", "Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos", "Enfrentamento da violência contra as mulheres" e "Mulher e poder: participação social na política".

Entre as 183 delegadas eleitas para participar da Conferência Nacional, as seis deputadas estaduais representarão o Poder Legislativo Estadual: Elisa Costa (PT), Maria Lúcia Mendonça (DEM), Gláucia Brandão (PPS), Ana Maria Resende (PSDB), Cecília Ferramenta (PT) e Rosângela Reis (PV). O Estado será representado, no total, por 18 pessoas; o governo municipal por 55; enquanto os outros 110 delegados serão representantes da sociedade civil. De acordo com a coordenadora especial de Políticas Públicas para Mulheres do governo estadual, Virgília Rosa, algumas das propostas definidas na conferência, que são de competência do Estado, poderão ser implementadas de imediato. Um exemplo é a construção de novos centros de referência para atendimento à mulher. "Nossa intenção é construir de três a cinco novos centros no interior do Estado, até 2008", afirmou Virgília. Os centros prestam assistência nas áreas de saúde, profissionalização e apoio a vítimas de violência.

A questão que mais gerou polêmica na conferência mineira foi a legalização do aborto. Apesar de ter sido aprovada uma moção de apoio à revisão da legislação punitiva às mulheres que praticam o aborto, e de terem sido aprovadas propostas em favor da descriminalização, a questão acabou ficando fora das propostas prioritárias. Um tumulto chegou a se formar após a derrota de uma moção contrária à legalização do aborto, por 105 votos contra 83.

Propostas pedem ampliação de vagas em chapas eleitorais

Na abertura dos trabalhos, a deputada Elisa Costa (PT), que coordenou a votação dos temas prioritários, falou da necessidade de se ter ideologia para construir um modelo de sociedade melhor. Ela também fez um alerta para que os municípios assumam sua responsabilidade na efetivação das políticas públicas voltadas para as mulheres. A deputada também convocou as mulheres a se apresentarem como candidatadas nas próximas eleições, para que a cota de 30% reservada a elas possa ser ocupada e posteriormente ampliada, conforme proposta votada na conferência estadual pelo grupo 5, que defendeu que esse percentual fosse aumentado para 50%.

Outras propostas priorizadas na plenária final referem-se à capacitação das mulheres para o mercado de trabalho, especialmente das pertencentes às comunidades indígenas, quilombolas, domésticas e trabalhadoras rurais; à educação integral da escola infantil e creches até o ensino médio; à criação e fortalecimento de órgãos gestores de políticas públicas para as mulheres; e à priorização de projetos pedagógicos voltados para o acolhimento da diversidade. Em relação à saúde da mulher, foram apresentadas propostas de implementação, pelo Ministério da Saúde, de uma política de saúde destinada à prevenção de todos os tipos de câncer que acometem as mulheres; de criação de centros de saúde integral da mulher; e de ampliação dos programas preventivos de educação sexual voltados para adolescentes.

Entre as prioridades do enfrentamento da violência contra mulheres, foram priorizadas a dotação orçamentária para implantação e manutenção de serviços de atendimento à mulher; criação de delegacias especializadas, centros de referência e núcleos de defesa da mulher vítima de violência; realização de campanhas de divulgação da Lei Maria da Penha; capacitação da rede de atendimento à mulher e criação de casas-abrigo e casas de passagem. Na área de participação da mulher na política, foram definidas 29 propostas prioritárias, entre as quais a reserva, para as mulheres, de 50% das vagas em chapas para as eleições proporcionais. Outra propostas pede uma cota de 50% de vagas para mulheres nos cargos de livre nomeação nos órgãos públicos.

Coordenação - Compuseram mesa na plenária as deputadas Elisa Costa (PT), Gláucia Brandão (PPS) e Maria Lúcia Mendonça (DEM); a coordenadora Especial de Políticas para as Mulheres do Estado, Virgília Rosa; as coordenadoras do Grupo 1, Elizabeth Reis Martins Teixeira, assistente de Gestão e Políticas Públicas em Desenvolvimento da Sedese e Maria Izabel Vieira, assessoria da deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG); as coordenadoras do Grupo 2, Maria Izabel Bebela Ramos de Siqueira, representante da União Brasileira de Mulheres e Maria de Nazareth Barreto de Carvalho, vice-presidente do Conselho Estadual da Mulher; as coordenadoras do Grupo 3, Maria Beatriz de Oliveira, e Neuza Melo, ambas da Rede Feminista de Saúde; a coordenadora do Grupo 4, Márcia de Cássia Gomes, coordenadora dos Direitos da Mulher da Prefeitura de Belo Horizonte; e as coordenadoras do Grupo 5, Eliana Ferreira da Glória e Silva, superintendente de Políticas de Apoio e Assistência à Mulher da Coordenadoria Especial de Políticas para as Mulheres de Minas Gerais e Dehonara de Almeida Silveira, representante da Marcha Mundial de Mulheres.

 

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