Políticas públicas e participação da mulher em debate

Avaliação das ações e políticas públicas desenvolvidas para as mulheres e A participação da mulher nos espaços de pod...

09/07/2007 - 00:03
 

Políticas públicas e participação da mulher em debate

Avaliação das ações e políticas públicas desenvolvidas para as mulheres e A participação da mulher nos espaços de poder foram os dois temas debatidos nesta segunda-feira (9/7/07), primeiro dia da II Conferência Estadual de Política para as Mulheres. Depois das palestras, os participantes se reuniram em grupos de trabalho para discutir cinco temas: Autonomia, igualdade no mundo do trabalho e cidadania; Educação inclusiva e não sexista; Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos; Enfrentamento da violência contra as mulheres; e Mulher e poder: participação social e política. A plenária final está marcada para esta terça-feira (10) quando acontecerá a discussão, votação e aprovação das propostas e moções e a eleição dos delegados para a Conferência Nacional.

O painel Avaliação de políticas públicas desenvolvidas para as mulheres" foi coordenado pelas deputadas Ana Maria Resende (PSDB) e Cecília Ferramenta (PT). A coordenadora dos Direitos da Mulher da Prefeitura de Belo Horizonte, Márcia de Cássia Gomes, lembrou que em julho de 2004 foi realizada a I Conferência das Mulheres, momento em que foram definidos os princípios básicos do Plano Nacional: a igualdade na diversidade, autonomia das mulheres, universalidade, participação e transparência dos atos públicos. Ela lembrou que a II Conferência Nacional foi convocada através de decreto do presidente da República, e será realizada de 18 a 20 de agosto, em Brasília. Para Márcia Gomes, a implementação do plano exige a superação de desafios orçamentários e operacionais, buscando igualdade entre os cidadãos, uma vez que "não há sociedade que sobreviva onde há desigualdade".

Plano Estadual - A coordenadora Especial de Políticas para as Mulheres do Estado de Minas Gerais, Virgília Rosa, fez um balanço das ações previstas no plano estadual e das ações que foram implementadas. Segundo ela, foram treinados 885 profissionais para o Programa Estadual Viva a Vida, implementado o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento em 90% dos municípios do Estado, e celebrados cinco convênios com ONGs para desenvolvimento de projetos direcionados à redução da mortalidade infantil e materna.

Dentro do Programa de Prevenção à Doenças Sexualmente Transmissíveis foram distribuídos anti-retrovirais para mais de 11 mil portadores do HIV e mais de 28 mil preservativos femininos e cerca de 12 mil e 500 masculinos. No Programa de Combate ao Câncer de Útero e de Mamas, foram realizados cerca de 1.300 exames ginecológicos, 5.550 cirurgias de alta freqüência, e 320 mil exames de mamografias. Foi instalado um mamógrafo em cada um dos três Centros de Referência implantados pelo Programa Viva a Vida e mais 24 adquiridos para a implantação em outros centros.

O Programa de Assistência e Proteção às Vítimas e Familiares de Crimes Violentos, também previsto no plano estadual, implantou um núcleo de atendimento às vítimas de crimes violentos na Região Metropolitana de Belo Horizonte e outro núcleo em Montes Claros. Foram criadas ainda quatro Defensorias Públicas Especializadas na Defesa dos Direitos das Mulheres em Situação de Violência nas cidades de Belo Horizonte, João Monlevade, Montes Claros e Itajubá. Na área da educação, mais de 41 mil mulheres foram alfabetizadas entre 2003 e 2006, e cerca de 3 mil se matricularam no curso de educação básica do Estado.

Reivindicações - A representante dos movimentos sociais, Neuza Cardoso de Melo, destacou os avanços conquistados pela mulher desde a realização da I Conferência, como por exemplo, a Lei Maria da Penha. Na opinião dela, ainda é necessário discutir mais sobre a saúde integral da mulher e sobre a Aids que, segundo ela, está aumentando. Ela reivindicou mais opções de trabalho para as mulheres, para criar, de fato, condições de competição no mercado. Para Neuza Melo, os Conselhos Deliberativos para as Mulheres devem ser permanentes e ter maior legitimidade. "Temos que trabalhar de forma crítica, sabendo que os planos estadual e federal devem ser monitorados para que haja a efetivação das políticas públicas", concluiu.

As deputadas Maria Lúcia Mendonça (DEM) e Rosângela Reis (PV) foram as coordenadoras do painel A participação da mulher nos espaços do poder. A deputada federal Jô Moraes (PCdoB), integrante da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, fez um breve histórico sobre as conquistas das mulheres. Ela lembrou que o voto feminino surgiu em 1932. "O direito ao voto feminino foi um subproduto da revolução de 30, em contraponto aos valores das oligarquias rurais", observou. Ela destacou também a licença-maternidade, "uma regulamentação necessária para incorporar as mulheres no mercado do trabalho". Jô Moraes citou ainda, como conquista, a criação dos conselhos nacional e estaduais da mulher e das delegacias específicas de crimes contra a mulher, desde 1985. "A articulação de redes de apoio que viabilizem e reforcem a participação da mulher na política são componentes essenciais nessas estratégias", observou a deputada.

Para a presidente do PMDB Mulher Nacional e integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, ex-deputada Maria Elvira, a luta da mulher deve ser suprapartidária. Ela lembrou que ainda é pequeno o número de mulheres que ocupam cargos políticos: são 10 senadoras no País, 46 deputadas federais, 123 deputadas estaduais e distritais; e 6.550 vereadoras. Na opinião de Maria Elvira, o fato de as mulheres ainda serem discriminadas no meio político não pode ser um impedimento para que elas se candidatem. E lembrou que, para este ano, aquelas que quiserem concorrer a algum cargos, devem se filiar a um partido até o dia 30 de setembro. A II Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres, que está acontecendo no Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte, é uma iniciativa da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e da Coordenadoria Especial de Políticas para as Mulheres.

 

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