Assembléia debaterá descriminalização do aborto

A descriminalização do aborto será o tema discutido pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais,...

06/07/2007 - 00:00
 

Assembléia debaterá descriminalização do aborto

A descriminalização do aborto será o tema discutido pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (11/7/07), às 9h15, no Plenarinho I. O debate atende requerimento do deputado Fahim Sawan (PSDB), que elencou argumentos a favor e contra a descriminalização na sua justificativa. "Não se trata apenas de ser contra ou a favor, e sim da mudança de paradigmas culturais, sociais e políticos da nossa sociedade. Devemos trabalhar para romper também com determinados conceitos e preconceitos com relação ao aborto e assumir seu caráter verdadeiramente laico", afirma o parlamentar, no requerimento.

Conforme salienta Fahim Sawan, que é médico especialista em Patologia Clínica, Infectologia e Administração em Saúde Pública, o aborto hoje só é permitido nos casos de risco à vida da mãe e quando a gravidez resulta de estupro. A Justiça também pode autorizar o procedimento em casos de anencefalia (ausência de cérebro) fetal. O parlamentar observa que há juristas que reconhecem direitos legais do feto, inclusive de defender a própria vida.

Por outro lado, Fahim Sawan lembra o problema dos abortos clandestinos, que freqüentemente deixam seqüelas médicas e psicológicas para muitas mulheres, quando não causam a morte. Estimativa publicada em matéria do site da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) registra que são realizados anualmente no País mais de 750 mil abortos sob condições de risco, representando a quarta causa de mortalidade materna. O cálculo é da professora doutora da Escola de Serviço Social da UFRJ, Ludmila Fontenele Cavalcanti. "A legalização do aborto pouparia, talvez, muitas mulheres de buscar estes caminhos, assim como minimizaria seu sofrimento. De acordo com o ministro da Saúde, pelo menos 250 mil mulheres que praticaram o aborto ilegal no ano passado procuraram o SUS para atendimento médico", afirmou Fahim Sawan.

Estão convidados a participar da reunião o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor de Oliveira Azevedo; o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Raimundo Cândido Júnior; o presidente do Conselho Regional de Medicina, Edson de Oliveira Andrade; o presidente da Sociedade Mineira de Ginecologia, João Pedro Junqueira Caetano; e um representante da Igreja Evangélica, pastor José René Toledo.

 

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