Três projetos de lei são aprovados na Reunião Ordinária de Plenário

Os deputados da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovaram, na Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira...

05/07/2007 - 00:03
 

Três projetos de lei são aprovados na Reunião Ordinária de Plenário

Os deputados da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovaram, na Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira (5/7/07), três projetos de lei. O primeiro deles, o PL 133/07, do deputado Adalclever Lopes (PMDB), cria o cadastro do patrimônio histórico e artístico do Estado. A proposição foi aprovada em 1º turno, na forma do substitutivo nº 1, apresentado pela Comissão de Constituição e Justiça. O substitutivo acrescenta dispositivos à Lei 13.956, de 2001, que trata das obras representativas do patrimônio cultural do Estado, e ainda estabelece a previsão de multa àquele que realizar operações de transferência de propriedade de bem ou obra integrante do patrimônio cultural ou transportá-lo sem a devida autorização do poder público.

Também em 1º turno, foram aprovados os PLs 426 e 458, ambos de 2007. O primeiro, do deputado Leonardo Moreira (DEM), determina a instalação de mecanismos para detectar e prevenir vazamentos de gás em estabelecimentos comerciais, escolas, indústrias e residências. O segundo, da deputada Ana Maria Resende (PSDB), obriga a realização de exames para diagnóstico da infecção pelo HTLV pelos hospitais públicos do Estado, que ficariam obrigados também a oferecer tratamento para a doença, que pode causar complicações neurológicas e leucemia. O projeto foi aprovado na forma do substitutivo nº 1, que ajustou o texto às rotinas operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS), transferindo a responsabilidade pelos exames da rede hospitalar para a rede laboratorial pública e conveniada.

Ministério Público - O Projeto de Lei Complementar (PLC) 17/07, do procurador-geral de Justiça, que muda dispositivos da Lei Complementar 34, de 1994, sobre a organização do Ministério Público do Estado foi discutido em 1º turno. O projeto cria uma gratificação para promotores que acumulam funções em mais de uma vara ou comarca, além de uma indenização por plantões aos finais de semana e feriados. A gratificação proposta não poderá exceder 15% do subsídio dos membros do Ministério Público, o que significa um teto de R$ 3.316,00.

O projeto recebeu, no Plenário, 70 emendas, entre elas as que ampliam o rol de autoridades a serem processadas e investigadas pelo procurador-geral de justiça. A emenda nº 1, dos deputados Antônio Júlio (PMDB) e Paulo Cesar (PDT), por exemplo, diz que o procurador-geral deve "exercer suas atribuições previstas no artigo 129, II e III da Constituição Federal, quando a autoridade reclamada for o governador ou o vice-governador, o secretário de Estado, o advogado-geral do Estado, o integrante da Assembléia Legislativa, o magistrado, o membro do MP, o conselheiro do Tribunal de Contas, o prefeito e o presidente da Câmara Municipal". As emendas 6,14,15 e 40 tratam de assunto semelhante.

Os parlamentares discutiram por mais de duas horas a proposição, que retorna agora para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). O deputado Lafayette de Andrada (PSDB), relator do projeto na FFO, entendeu que, desde que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) seja respeitada, cabe ao próprio Ministério Público administrar seus recursos da maneira que melhor lhe convier. "É uma questão interna, de âmbito administrativo", ponderou. Em seu parecer, ele informou que as despesas com pessoal do Ministério Público representam 1,84% da Receita Corrente Líquida do Estado, abaixo do limite de 2% estabelecido pela (LRF).

Críticas - O deputado Antônio Júlio (PMDB) criticou a atuação dos integrantes do MP que abusam do poder para promoverem perseguições políticas. "Queremos criar responsabilidades aos promotores que se acham acima da lei e das instituições. A Assembléia está dando um grito de liberdade aos que passam dos limites", disse. Na opinião de Antônio Júlio, desde a Constituição de 1988, o MP "só vem agregando vantagens e direitos, sem limites e responsabilidades". O deputado criticou ainda a atuação do MP em relação à prática de nepotismo na Câmara Municipal de Belo Horizonte. "È uma hipocrisia, que dá ibope para a imprensa. Um parlamentar não tem cargo vitalício e é avaliado de quatro em quatro anos e quer dizer que não podemos trabalhar com gente de nossa confiança?".

O deputado Getúlio Neiva (PMDB) voltou à tribuna para falar do assunto. Ele criticou os promotores jovens e malformados, que "brincam" com a justiça. "Eles desperdiçam tempo e dinheiro em ações que sabem que não vão dar em nada. E é o que realmente acontece. Cerca de 90% dos procedimentos iniciados pelo MP ficam nos tribunais", afirmou. O parlamentar criticou ainda a imprensa, que, segundo ele, não deu uma linha sequer sobre a denúncia da existência de uma escuta clandestina mantida pelo MP em sua sede em Belo Horizonte.

Reflexão - Já o deputado Carlin Moura (PCdoB) propôs uma reflexão para que seja evitada uma generalização em relação à atuação dos promotores. Ele citou a boa atuação do órgão em Contagem, onde foi feito um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a prefeitura, limitando a contratação de funcionários sem concurso pelo Executivo Municipal.

O deputado Rêmolo Aloise (PSDB) disse que as emendas apresentadas por ele ao PLC 17/07 serão defendidas até o fim. Rêmolo ainda questionou alguns pontos do projeto em tramitação e criticou o procurador-geral de justiça Jarbas Soares Júnior. "Quando o procurador esteve na ALMG na votação dos subsídios dos integrantes do MP, ele enviou comunicado aos integrantes da instituição informando que eu era contra a retroatividade reivindicada por eles, o que não era verdade".

Rêmolo Aloise lembrou a situação de comarcas próximas a São Sebastião do Paraíso, que não têm promotores. "Dois promotores dividem os dias durante a semana. Como fica a situação da diária em casos como esse?", indagou. O deputado Durval Ângelo (PT) concordou com o colega e considerou que as 70 emendas apresentadas representam o clima de insatisfação dos deputados. "E a origem disso é a falta de entendimento e de negociação", acrescentou.

Rêmolo Aloise aproveitou para agradecer ao governo do Estado pela estadualização das cadeias públicas de São Sebastião do Paraíso e Piumhi, que receberão melhorias e mais agentes de segurança.

 

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