Comissões cobram promoção de praças no Corpo de Bombeiros

O descumprimento da Lei Complementar 95, de 2007, que altera o Estatuto da Polícia Militar de Minas Gerais e muda as ...

28/06/2007 - 00:00
 

Comissões cobram promoção de praças no Corpo de Bombeiros

O descumprimento da Lei Complementar 95, de 2007, que altera o Estatuto da Polícia Militar de Minas Gerais e muda as regras para concessão de promoções, motivou visita das Comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais ao Comando-Geral do Corpo de Bombeiros do Estado, nesta quinta-feira (28/6/07). A norma, em vigor desde o último dia 18 de abril, reduz o tempo de serviço para promoção compulsória, o que, de acordo com os parlamentares, vem sendo adotado na Polícia Militar, mas não no Corpo de Bombeiros.

Segundo o deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública, o tempo para promoção de sargentos, por exemplo, foi reduzido de dez a 12 anos para cinco a sete anos. "A PM já deu celeridade à implantação da norma, mas, no Corpo de Bombeiros, a Diretoria de Recursos Humanos está fazendo uma interpretação restritiva da lei, alegando que é preciso um decreto para regulamentá-la. Porém, a lei é auto-aplicável. O que está havendo é a protelação de um direito garantido em lei", afirmou Rodrigues.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), reiterou que a lei é imperativa. "Se fosse preciso o regulamento, seria o caso de o Corpo de Bombeiros fazer, mas a interpretação da PM é que está correta", afirmou. Segundo Rodrigues, a PM já convocou para promoção 961 cabos, dos quais 230 já se formaram. Os dois deputados foram recebidos pelo comandante-geral da corporação, coronel BM José Honorato Ameno, a quem entregaram um documento reivindicando o cumprimento da legislação.

Deputado alerta para insatisfação dos praças

Durante o encontro, o deputado Sargento Rodrigues relatou que, no final de 2006, houve um expressivo número de promoções de oficiais entre os Bombeiros, e que a promessa era de que as promoções dos praças (soldados, cabos, sargentos e sub-tenentes) ocorresse agora. "Há uma revolta entre os praças, e o tratamento diferenciado foi exatamente o estopim de 1997", afirmou, referindo-se ao movimento grevista dos praças da PM.

Citando queixas recebidas em seu gabinete, Rodrigues disse ainda que a corporação estaria exigindo testes físicos para concursos internos sem o devido treinamento. "Vamos ter mobilizações entre os Bombeiros. E ela terá apoio das comissões por se tratar de uma manifestação por um direito. Eles vão ver as promoções na PM. E eu não vou assistir passivamente a um direito ser dado a uns e não a outros", advertiu o parlamentar.

O coronel Honorato informou que o número de promoções ainda não foi definido. Ele argumentou que precisa conciliar a Lei Complementar 95 com a 'lei do efetivos', que prevê um sistema piramidal na corporação, com um número maior de pessoas na base operacional. "A PM fez uma lei de efetivos já prevendo a nova legislação sobre promoções. Mas esse não é o nosso caso. Não temos como fazer todas a promoções, sob o risco de desestruturar a instituição no campo de trabalho", argumentou. O comandante disse que aguarda, desde março passado, autorização do Executivo para realizar concurso para provimento de mil vagas.

Sargento Rodrigues lembrou, porém, que a função de sargento (nos três níveis) e de sub-tenente é a mesma. Nesse caso, então, as promoções não criariam dificuldades. Os deputados queixaram-se ainda ao comandante do comportamento do diretor de Recursos Humanos do Corpo de Bombeiros, coronel Oliveira, que teria anunciado apenas três promoções - criando um mal estar na tropa - e estaria se referindo à Lei Complementar e ao próprio Poder Legislativo de forma desrespeitosa. "Suas observações são irônicas e autoritárias. Se ele se meter com membros do Poder, tem que saber que é o lado mais fraco", sintetizou Durval Ângelo.

Sargento Rodrigues lembrou, por último, que a Lei Complementar 95 prevê anistia aos policiais excluídos da PM e reintegrados aos Bombeiros, o que já foi concedido a ele e ao ex-deputado federal Cabo Júlio. O coronel Honorato admitiu que,, em função de orientações iniciais da Secretaria de Planejamento e Gestão, essa norma também não vem sendo cumprida. A reunião foi acompanhada pelo tenente-coronel Alexandre Marcelo Costa de Oliveira, assessor da presidência da ALMG.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos; e Sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública.

 

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