Plenário aprova seis projetos em extraordinária desta
quinta-feira
O Projeto de Lei (PL) 22/07, que procurava
disciplinar a repartição da receita do ICMS entre os municípios,
referente às operações tributáveis realizadas por meio de oleoduto,
gasoduto e mineroduto no Estado, foi uma das seis proposições
aprovadas pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais,
na manhã desta quinta-feira (28/6/07). O projeto, do deputado Ivair
Nogueira (PMDB), foi aprovado em 1º turno, na forma do substitutivo
nº1, apresentado pela Comissão de Fiscalização Financeira e
Orçamentária (FFO). Na forma em que foi aprovada, a proposição passa
a afetar a distribuição do imposto gerado por indústrias,
mineradoras, empreendimentos rurais e quaisquer outros
estabelecimentos situados em mais de um município.
Com a nova redação, fica modificada a forma de
apuração do Valor Adicional Fiscal (VAF) ocorrido nos
estabelecimentos que se situem no território de mais de um
município. O projeto prevê que, se não houver acordo entre os
municípios envolvidos sobre a apuração do VAF, ao prestar sua
declaração anual, o contribuinte do imposto deverá informar os
valores adicionados nas operações realizadas no território de cada
município.
Projeto reduz intervalo entre auditorias
ambientais
O PL 347/07, do deputado Doutor Viana (DEM), que
altera o artigo 4º da Lei 10.627, de 1992, e reduz de três para dois
anos o intervalo de realização das auditorias ambientais em empresas
ou atividades de elevado potencial poluidor, foi aprovado em 1º
turno na forma do substitutivo nº1. De acordo com o novo texto,
apresentado pela Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, as
empresas ficam obrigadas a enviarem relatórios das auditorias à
Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Além disso, o
substitutivo prevê punições em caso de infração, de acordo com a
legislação ambiental vigente. A emenda nº1, apresentada pela
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi rejeitada. A emenda
propunha que o intervalo entre as auditorias fosse de, no máximo, um
ano.
Também foram aprovados três projetos de doação de
imóvel e um de reversão. O PL 915/07, do deputado Jayro Lessa (DEM),
que autoriza a doação de imóvel ao município de Sete Lagoas, foi
aprovado em 2º turno. O PL 1.014/07, do governador, que autoriza a
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) a doar imóvel
ao Estado, foi aprovado em 1º turno, na forma do substitutivo nº1. O
objetivo da doação é a construção da Penitenciária Jason Soares
Albergaria, em São Joaquim de Bicas. O novo texto apenas adequa o
projeto à técnica legislativa.
Outro projeto aprovado em 1º turno foi o PL
1.143/07, do governador do Estado, que autoriza o Executivo a doar
imóvel ao município de Poços de Caldas. O PL 318/07, do deputado
Domingos Sávio (PSDB), que autoriza o Executivo a reverter imóvel ao
município de Pimenta também foi aprovado em 1º turno, na forma do
substitutivo nº1. O novo texto autoriza a doação pelo DER-MG - a
quem pertence o imóvel - e define os limites da área de 3 mil m² a
ser doada, com os necessários ajustes na redação.
O deputado Paulo Guedes (PT) iniciou a discussão do
PL 1.143/07 e aproveitou para pedir o apoio dos deputados para a
doação de imóvel à Prefeitura de Belo Horizonte, prevista no PL
930/07, do governador do Estado. O projeto estabelece que o terreno
doado será utilizado para a regularização fundiária, titularização
dos lotes e moradias do bairro Confisco. O projeto está na FFO
aguardando parecer de 2º turno. O deputado Weliton Prado (PT) falou
das dificuldades encontradas pelas prefeituras para pagar as contas
de luz e criticou o pedido da Cemig de autorização para novo
reajuste de 20% .
MP - As denúncias de
abusos cometidos por promotores voltaram a ocupar os discursos dos
deputados durante a reunião. Os parlamentares comentaram
experiências pessoais envolvendo o Ministério Público. O deputado
Ademir Lucas (PSDB) criticou a condenação antecipada pela imprensa
que promove, segundo o parlamentar, a execração pública de pessoas
que sofrem processos. Ele disse que não vai mais tolerar os abusos
do MP. O deputado Paulo Guedes (PT) ponderou que a indignação dos
deputados não é com toda a instituição, mas com os promotores que se
excedem no exercício de suas funções. Para o deputado Getúlio Neiva
(PMDB), a perseguição aos prefeitos pelo Ministério Público parece
uma estratégia de promoção dos servidores desse órgão.
O deputado Sargento Rodrigues (PDT) condenou o
denuncismo irresponsável que, segundo ele, é cometido por alguns
representantes do MP. "Tenho muito respeito pelo MP, mas os abusos
precisam ser apurados", afirmou. Na opinião do deputado Inácio
Franco (PV), os promotores, em alguns casos, atrapalham o trabalho
dos prefeitos que estão tentando melhorar a qualidade de vida de
seus munícipes. O deputado Paulo Cesar (PDT) afirmou que os
processos contra prefeitos estão ocorrendo em todo o Estado.
Deputado quer CPI para analisar TACs
O deputado Irani Barbosa (PSDB) anunciou no
Plenário que vai recolher as assinaturas dos parlamentares para a
instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
investigar os Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) que vêm sendo
assinados pelo Ministério Público no Estado. Irani Barbosa
apresentou denúncia sobre um TAC assinado pelo MP que teria
permitido a continuidade das obras do Programa Luz para Todos, em
Minas Gerais.
Segundo ele, o órgão teria constatado várias
irregularidades no edital do processo licitatório para a realização
das obras do programa, divulgado pela Cemig. O edital conteria
vícios que beneficiariam as maiores empreiteiras. Ainda de acordo
com Irani Barbosa, após julgamento de um mandato de segurança, a
Justiça teria determinado a anulação do edital e dos contratos
firmados pela Cemig. Entretanto, o deputado afirmou que, após essa
decisão judicial, o Ministério Público e a Cemig assinaram um TAC,
dando prosseguimento às obras do Programa Luz para Todos, orçadas em
R$ 1,274 bilhão.
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