Governo do Estado vai a Brasília negociar impasse sobre o Fundomac

Os municípios mineiros que aderiram ao Programa Máquinas para o Desenvolvimento (Fundomaq) e que estão impedidos de f...

27/06/2007 - 00:01
 

Governo do Estado vai a Brasília negociar impasse sobre o Fundomac

Os municípios mineiros que aderiram ao Programa Máquinas para o Desenvolvimento (Fundomaq) e que estão impedidos de firmar convênios com outros entes federativos tiveram uma boa notícia durante a reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas Gerais desta quarta-feira (27/6/07). O secretário de Estado de Fazenda, Simão Cirineu Dias, e o advogado-geral do Estado, José Bonifácio Borges de Andrada vão à Brasília, nesta quinta-feira (28), para tratar do tema com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). A informação foi repassada pelo assessor especial do secretário adjunto da Fazenda de Minas Gerais, Eduardo Antônio Codo. O assessor afirmou que, caso o STN permaneça com o questionamento jurídico, o governo encaminhará à ALMG um projeto para solucionar o impasse apresentado pelo Tesouro Nacional.

Os deputados Padre João (PT) e Elisa Costa (PT) explicaram que solicitaram a reunião devido à demanda de alguns prefeitos cujos municípios, atendidos pelo Fundomaq, foram surpreendidos pelo STN, que não permitiu a realização de convênios com o Governo Federal, por entender que isso infringia a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), uma vez que eles já tinham participação em uma espécie de arrendamento mercantil, o Fundomaq. O governo do Estado contesta essa afirmação. "Fomos pegos com muita surpresa, pois o Tesouro Nacional já analisou dois exercícios do nosso governo, com o Fundomaq inserido. Para nós, o programa estava legitimado", disse Eduardo Codo.

O assessor informou que o governador Aécio Neves levou o problema para o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teria determinado que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) atuasse junto ao STN. A Secretaria de Estado da Fazenda encaminhou ao Tesouro Nacional um ofício com sustentação preliminar que questiona a decisão do órgão. O documento foi disponibilizado aos representantes de municípios que estavam presentes.

Deputados propõem doação das máquinas

A ausência de um representante do STN, que recebeu convite para a reunião na pessoa de seu secretário, Arno Hugo Augustin Filho, foi lamentada por todos os presentes, assim como a do presidente da Associação dos Municípios Mineiros (AMM), Celso Cota. "O Ministério da Fazenda tem representação em Belo Horizonte e poderia ter enviado alguém em respeito aos presentes e à comissão", argumentou o deputado Lafayette de Andrada (PSDB). "A discussão fica prejudicada. Queríamos ouvir o Tesouro Nacional", salientou o deputado Wander Borges (PSB).

"Essa burocracia está matando nosso país. O financiamento é bom para todos e agora vem o Tesouro Nacional questionando o fundo", falou o deputado Antônio Júlio (PMDB). "É preciso destacar que o governo teve o cuidado de atender a Lei de Responsabilidade Fiscal, inclusive com a tramitação de todo o processo dentro do mandato dos prefeitos atuais", disse o deputado Zé Maia (PSDB). O assessor Eduardo Codo afirmou que o judiciário acolheu prontamente a concessão de liminar aos municípios que entraram com ação contra a iniciativa do STN. Montes Claros e Governador Valadares são as duas cidades que já conseguiram a liminar.

Os prefeitos presentes reclamaram da situação, pediram providências e relataram casos de sucesso do Fundomaq, como o prefeito de Tabuleiro, Jorge Elias Senhorinha, que utilizou os recursos para a compra de um ônibus que faz transporte escolar. O prefeito de São Brás do Suaçuí, Luiz Carlos Fernandes, falou que gostaria que novos fundos fossem criados. "O Fundomaq foi um avanço, pois enfrentamos muitas dificuldades para conseguir recursos para a administração local", falou.

Padre João salientou que o Fundomaq não estava sendo questionado. "Não é uma questão política. Há uma dúvida legal", frisou. Eduardo Codo considera que a sustentação da PGFN é frágil. "Estamos seguros que o posicionamento jurídico será revertido", disse. Ele ainda explicou que as máquinas compradas via Fundomaq são de propriedade do Estado, o que configura "cessão onerosa". "Na prática, é como se fosse um aluguel das máquinas. Não estou aqui desconsiderando essa contribuição, mas o governo tem que apresentar uma solução para esse impasse. A nossa solução já foi proposta, que é a doação dessas máquinas aos municípios", informou a deputada Elisa Costa, que chegou à reunião depois de participar de solenidade com o presidente Lula, onde foram assinados acordos de cooperação que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Antônio Júlio (PMDB), Lafayette de Andrada (PSDB), Wander Borges (PSB), Padre João (PT) e a deputada Elisa Costa (PT). Entre os convidados, além dos citados acima, os prefeitos Welerson Valério Moreira, de São Geraldo do Baixio; Ronei Brito, de Nova Rezende; e João Mauro, de Brasópolis; o procurador dos municípios de Estrela do Indaiá e de Quartel Geral, Maurício Vinhal Neto; e a procuradora-geral de Ouro Branco, Maria José Honorato dos Santos.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715