Deputados criticam atos abusivos de promotores públicos

Críticas à atuação de alguns membros do Ministério Público (MP) marcaram a Reunião Extraordinária de Plenário na manh...

27/06/2007 - 00:00
 

Deputados criticam atos abusivos de promotores públicos

Críticas à atuação de alguns membros do Ministério Público (MP) marcaram a Reunião Extraordinária de Plenário na manhã desta quarta-feira (27/6/07) na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Diversos deputados foram ao microfone para relatar atos abusivos cometidos por promotores públicos no interior e na Capital. Eles fizeram questão, no entanto, de dizer que as críticas são dirigidas a apenas parte do MP, e não ao órgão como um todo.

O primeiro a abordar o assunto foi o deputado Antônio Júlio (PMDB), que acusou o MP de extrapolar de suas obrigações, assumindo atribuições que muitas vezes cabem ao Executivo ou ao Legislativo. Ele citou uma ação de três procuradores de Divinópolis, que exigiram de todos os candidatos votados no município o ressarcimento por crimes ambientais causados pela panfletagem. Segundo Antônio Júlio, atos como esse não passam de iniciativas com o objetivo de aparecer na mídia.

O deputado afirmou que os promotores precisam ser responsabilizados pelos abusos que cometem. Em aparte, o deputado Vanderlei Jangrossi (PP) questionou o custo desses processos para os cofres públicos e lembrou que o caso de Divinópolis é um assunto eleitoral, que não compete ao Ministério Público.

A partir daí, diversos parlamentares se revezaram no microfone, citando processos inusitados sofridos por eles. Ademir Lucas (PSDB) contou que um promotor de Contagem manda emoldurar e pregar na parede reportagens em que aparece processando o parlamentar. Paulo Guedes (PT) disse que foi acusado de enriquecer ilicitamente por produzir um jornal na sede de uma associação de vereadores. "Não tínhamos nem computador na associação, quanto mais máquinas de impressão", ironizou.

Gustavo Valadares (DEM) criticou o promotor de Belo Horizonte que conseguiu proibir a venda de bebidas alcoólicas no Mineirão. Sargento Rodrigues (PDT) lembrou que, em Itajubá, o MP processou por crime de tortura policiais chamados para conter uma rebelião na cadeia pública daquela cidade.

Termos de Ajustamento estariam substituindo o Judiciário

Lafayette de Andrada (PSDB) questionou os termos de ajustamento de conduta (TACs) utilizados pelo Ministério Público, dizendo que esses instrumentos estão substituindo o Poder Judiciário, uma vez que absolvem crimes já cometidos. Paulo Cesar (PDT), Inácio Franco (PV) e Alencar da Silveira Jr. (PDT) também manifestaram indignação contra alguns promotores.

Outro que participou da discussão foi Gilberto Abramo (PMDB), que sugeriu que ONGs como a "Mãos Limpas" e a "Meu Deputado" publiquem em seus sites também os atos ilícitos praticados por membros do Ministério Público.

Os deputados criticaram também o pequeno ou mesmo inexistente espaço que a imprensa dá aos crimes cometidos pelos procuradores. Ao final da reunião, Rêmolo Aloise (PSDB) lembrou que foi na Assembléia Legislativa que nasceu a lei (Lei Complementar 34, de 1994) que deu aos procuradores os poderes que agora estão sendo criticados. "Precisamos modificar para melhor o que foi dado por esta Casa", afirmou.

Os parlamentares falaram também sobre os vencimentos dos promotores, cujo salário-base é superior a R$ 19 mil. Gustavo Valadares lembrou que tramita na Assembléia um projeto de lei que concede uma gratificação de R$ 3 mil aos promotores que trabalham em mais de uma comarca.

 

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