Sindicatos pedem revogação de desapropriação de imóveis do Ipsemg

Representantes do Executivo se comprometeram a encaminhar ao governador do Estado pedido de revogação de dois decreto...

27/06/2007 - 00:00
 

Sindicatos pedem revogação de desapropriação de imóveis do Ipsemg

Representantes do Executivo se comprometeram a encaminhar ao governador do Estado pedido de revogação de dois decretos que declararam de utilidade pública, para fins de desapropriação, imóveis localizados na Praça Sete de Setembro e próximo à Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Ambos são de propriedade do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). O pedido foi feito por representantes de sindicatos de servidores públicos, presentes em reunião da Comissão de Administração Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (27/6/07) e pelo deputado André Quintão (PT), que solicitou a realização da audiência pública.

Os dois decretos, sem número, publicados em 20 de abril de 2007, declararam de utilidade pública imóveis localizados no quarteirão entre a rua São Paulo, avenida Amazonas e rua Carijós, junto à Praça Sete de Setembro, onde funcionam uma agência do Psiu, um shopping popular, um estacionamento e uma agência do Banco Itaú. Também foi declarado de utilidade pública uma casa na rua Gonçalves Dias, 1.608, próximo à Praça da Liberdade.

A presidente do Sindicato dos Servidores do Ipsemg (Sisipsemg), Antonieta de Cássia Faria, afirmou que os servidores não foram consultados sobre a declaração de utilidade pública e que foram surpreendidos com a publicação dos decretos. "Nós pedimos a revogação dos decretos, pois entendemos que a desapropriação dos imóveis representa uma dilapidação do patrimônio do Instituto", ressaltou.

O diretor da Coordenação Intersindical dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Minas Gerais, Renato de Almeida Barros, cobrou do Executivo o compromisso que foi feito de valorização dos servidores públicos. Para ele, é necessário que o governo reavalie a desapropriação dos imóveis, pois eles fazem parte do patrimônio dos servidores estaduais e representam uma reserva técnica do Ipsemg.

O chefe de gabinete da Vice-governadoria do Estado, Gustavo Magalhães, explicou que, desde o dia 8 de maio, a pedido dos sindicatos dos servidores, os processos de desapropriação estão paralisados. Ele explicou que a publicação dos decretos foi feita sem a consulta aos sindicatos e ao Ipsemg, pois essa negociação é feita em um momento seguinte, durante o processo de desapropriação, quando são discutidos os valores a serem pagos pelos imóveis. Diante da solicitação dos servidores de revogação dos decretos, Gustavo Magalhães e a chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Kênnya Dias Duarte, se comprometeram a encaminhar o pedido ao governador do Estado.

Imóveis serão destinados à ampliação do Psiu e do Corredor Cultural

O objetivo do governo do Estado com as desapropriações são a ampliação da agência do Psiu, que funciona na Praça Sete de Setembro, com a adequação do local para atendimento a deficientes físicos; e do projeto do Corredor Cultural da Praça da Liberdade. Essa foi a informação trazida pelos chefes de gabinete Gustavo Magalhães e Kênnya Dias Duarte, sendo que, para tanto, o Estado teria interesse na desapropriação do prédio onde já funciona o Psiu, do prédio ao lado onde funciona o shopping popular e da casa localizada na rua Gonçalves Dias.

Entretanto, Gustavo Magalhães explicou que os outros imóveis onde funcionam uma agência bancária e um estacionamento, também localizados na Praça Sete de Setembro, e que foram declarados de utilidade pública, não são de interesse do Estado. Ele afirmou que, na verdade, houve um erro na publicação dos decretos, tendo sido omitido um parágrafo que excluía esses imóveis da previsão de desapropriação. O chefe de gabinete ainda disse que, diante do erro, a Advocacia-Geral do Estado informou que não seria necessária a publicação de uma retificação, pois como o Executivo não irá dar prosseguimento ao processo de desapropriação desses imóveis, o decreto perderia o valor em cinco anos.

A representante da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, Elisabeth Cristina Reis, defendeu que o Estado corrija o erro na publicação, pois, mesmo que o Executivo se comprometa a não desapropriar os imóveis, permanece uma situação de insegurança jurídica para o Ipsemg. A correção da publicação também foi solicitada pelo deputado André Quintão e pelos representantes dos servidores. A presidente do Sisipsemg, Antonieta de Faria, lembrou que o governo não pode garantir que os imóveis não serão desapropriados, já que, daqui a cinco anos, prazo em que o decreto perde validade, outras pessoas estarão à frente do Executivo.

Deputados cobram valorização do Ipsemg

Durante os debates, o deputado André Quintão e a deputada Elisa Costa (PT) cobraram do governo do Estado a valorização dos servidores do Ipsemg. André Quintão afirmou que acredita ser de interesse público a expansão do Psiu e também a ampliação do Corredor Cultural, mas defendeu que esses projetos não sejam feitos em detrimento dos interesses dos usuários e dos servidores do Ipsemg. O deputado sugeriu que, em vez da desapropriação, o Estado alugue os imóveis do instituto, o que geraria uma renda mensal extra ao Ipsemg e evitaria a diminuição do seu patrimônio.

Nesse sentido, André Quintão afirmou que apresentou dois requerimentos solicitando que a Comissão de Administração Pública peça ao governador a revogação dos decretos e a constituição de uma comissão, composta por servidores e representantes da Seplag e do Ipsemg, para discutir a destinação dos imóveis e outros assuntos de interesse do instituto. Os requerimentos foram recebidos pelo presidente da comissão, deputado Elmiro Nascimento (DEM), e serão votados na próxima reunião.

Já a deputada Elisa Costa cobrou do Estado a ampliação dos recursos destinados ao Ipsemg. Ela também se posicionou contrariamente à desapropriação. "A primeira preocupação do Estado deveria ser cuidar do patrimônio dos servidores e do Ipsemg e não promover a sua desapropriação", afirmou. A chefe de gabinete da Seplag, Kênnya Duarte, considerou que a secretaria já reconheceu a necessidade de ampliação dos recursos e investimentos destinados ao Ipsemg e lembrou que várias ações já estão sendo implementadas com esse objetivo.

Na reunião também foram aprovados dois requerimentos que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente da comissão; Ademir Lucas (PSDB), vice-presidente; André Quintão (PT), Chico Uejo (PSB), Domingos Sávio (PSDB) e Inácio Franco (PV); e a deputada Elisa Costa (PT). Além dos convidados citados também participou da reunião a representante do Sisipsemg, Andréa Guimarães.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715