Polícia Civil não vai impedir visitas da Comissão de Direitos Humanos

A Polícia Civil não tem intenção de colocar obstáculos à entrada da Comissão de Direitos Humanos nas carceragens, pre...

26/06/2007 - 00:01
 

Polícia Civil não vai impedir visitas da Comissão de Direitos Humanos

A Polícia Civil não tem intenção de colocar obstáculos à entrada da Comissão de Direitos Humanos nas carceragens, presídios e delegacias administrados pela Secretaria de Defesa Social. Apenas gostaria de receber comunicação prévia dessas visitas para garantir a segurança dos visitantes. Essa foi a mensagem trazida aos deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais pelo superintendente geral de Polícia Civil, Gustavo Botelho Neto, na audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (26/6/07).

A presença do superintendente Botelho Neto foi solicitada pela comissão para esclarecer o constrangimento a que foi submetido o deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, durante inspeção à cadeia do bairro Palmital, no dia 24 de maio. O deputado ficou sob a mira da arma de um agente penitenciário, o qual também impediu a entrada da assessoria e da consultoria da comissão. "Se eu tivesse agido com rispidez e exigisse o cumprimento da lei, poderia ter acontecido uma tragédia naquela visita", lembra o deputado.

A Lei 13.955, de 2001, permite a entrada de senadores, deputados federais e estaduais em qualquer estabelecimento penal do Estado, sem aviso ou autorização prévia. O agente que se interpôs contra a visita também ameaçou a defensora pública que acompanhava a comissão. Foi dito ao deputado que ele só entraria com ordem expressa do chefe de Polícia Civil, Marco Antônio Monteiro Castro.

O deputado João Leite relatou conversa que manteve com o delegado Monteiro Castro, e acredita ter havido ruído na comunicação repassada aos agentes penitenciários, já que a preocupação manifestada pelo chefe de Polícia Civil era tão-somente com a segurança dos deputados e demais visitantes. "Sempre que possível, pedimos que comuniquem a visita à Superintendência, para que um delegado nosso possa acompanhá-la e organizar um esquema de segurança para os visitantes", disse o superintendente Botelho Neto.

Visitas de surpresa vão continuar sendo realizadas

Durval Ângelo disse que não tem qualquer relação de hierarquia com o chefe de Polícia, já que é deputado e possui poder constitucional de entrar em qualquer estabelecimento público para fiscalizar. Assegurou que vai continuar fazendo visitas de surpresa, para evitar a "maquilagem" da cadeia, como teria acontecido no Palmital. Afirmou que não visita cadeias por prazer, mas pelo compromisso de levar paz aos presídios, e aos encarcerados a esperança de que a Justiça não morreu.

"Sempre fomos muito bem recebidos dentro dos estabelecimentos penais. Nossos problemas sempre acontecem do lado de fora, com delegados, carcereiros ou agentes penitenciários. Foi assim nas crises da Furtos e Roubos, do Deoesp e da Segurança Máxima, por exemplo. Nossa ação e nossas denúncias têm levado a uma melhoria na situação dos encarcerados, com diminuição da superlotação, e também à melhoria na situação dos carcereiros, já que defendemos que a Polícia Civil trabalhe como polícia judiciária, e não com a guarda de presos".

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) pediu à Comissão de Direitos Humanos parceria com a de Segurança Pública para convocar o comandante do Corpo de Bombeiros em busca de esclarecimentos, na Assembléia, sobre os critérios de um teste repentino realizado na corporação para fins de promoção. Tal teste pareceu ao deputado conter suspeitas de favorecimento. O deputado Durval Ângelo sugeriu a data de 2 de julho, aniversário da aprovação da lei que deu autonomia ao Corpo de Bombeiros.

Requerimento - foi aprovado requerimento do deputado Durval Ângelo pedindo o envio de cópias do relatório sobre a acidentada visita à cadeia do bairro Palmital à Superintendência de Polícia Civil, à Defensoria Pública e ao Ministério Público.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; João Leite (PSDB), Sargento Rodrigues (PDT) e Lafayette de Andrada (PSDB).

 

 

 

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