Inquéritos contra oficiais da PMMG não prosperam na Corregedoria

O deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública, denunciou, na reunião conjunta de s...

21/06/2007 - 00:00
 

Inquéritos contra oficiais da PMMG não prosperam na Corregedoria

O deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública, denunciou, na reunião conjunta de sua comissão com a de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, realizada na manhã desta quinta-feira (21/6/07), que a Corregedoria da PMMG adota dois pesos e duas medidas para investigar oficiais e praças da corporação. Inquéritos contra majores e coronéis se arrastam por meses para ser instaurados e anos para resultarem em punição. Já aqueles que envolvem as patentes mais baixas ganham agilidade fora do comum, segundo o deputado.

A audiência pública conjunta das duas comissões foi convocada para discutir o Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado pela Portaria 3.033/07, da Corregedoria Geral da PMMG, o qual visa apurar uma reunião realizada pelo deputado Sargento Rodrigues no Salão Paroquial de uma igreja de Ribeirão das Neves, em 13 de março último, com a participação de 80 pessoas, entre elas presidentes de Conseps e militares de folga, à paisana. Nessa ocasião, teriam sido feitas críticas ao comandante do 40° Batalhão de Polícia Militar, coronel Silas Barnabé. O próprio deputado foi chamado a prestar depoimento no IPM.

O corregedor-geral da PM, coronel Cézar Romero Machado Santos, esclareceu que a abertura de IPM se justifica porque foram feitas críticas a superiores, e que o inquérito tem a finalidade de apurar se houve crime, como prevê o Código Penal Militar. Ele declara que assinou a portaria após a informação de transgressão chegar ao Estado Maior, e ressalva que o inquérito apenas apura. A decisão caberá à Justiça Militar.

Por sua vez, o deputado Sargento Rodrigues mostrou grande indignação pelo que considera uma afronta inédita ao Parlamento, um constrangimento ilegal à função constitucional do deputado de fiscalizar os atos da Administração. Para ele, não só o parlamentar, mas os militares que prestaram informações na reunião em Neves tem que estar resguardados como cidadãos de uma democracia. "O deputado é inviolável por suas palavras e votos. Essa prática dos IPMs vem dos tempos do AI-5. Suspeito que esse ato faça parte de uma estratégia de intimidação contra o trabalho deste deputado", disse Rodrigues.

Deputado recebe solidariedade

O deputado Durval Ângelo (PT), que presidiu a reunião conjunta, prestou total solidariedade e apoio a Rodrigues. "Essa portaria extrapola a questão legal. Nunca houve punição a servidor público por responder com a verdade a perguntas de deputados", sustentou. Durval Ângelo relatou uma denúncia levada à comissão pelos perueiros de Ribeirão das Neves, de que o comandante Barnabé estaria agindo contra eles, no interesse das empresas de ônibus da cidade. "Polícia não decide sobre trânsito. O poder de disciplinar o transporte é do Executivo Municipal. O prefeito de Ribeirão das Neves quis licitar o transporte alternativo. Como não foi possível, deixou correr o transporte clandestino", esclareceu o deputado.

O coronel Romero disse que, nesse caso, caberia reclamação ao Comando, porque a PM só pode agir no caso de transportes quando tem convênio com o município, e ele desconhece que Ribeirão das Neves tenha feito tal convênio. Os representantes dos perueiros presentes à platéia detalharam arbitrariedades que estariam sendo cometidas contra eles por instrução do comandante. Veículos são multados e rebocados em locais permitidos e seus motoristas ficam sob a mira das armas. O deputado Vanderlei Miranda ofereceu-se para buscar o diálogo com o coronel Silas Barnabé e com o prefeito Walace Ventura, de Ribeirão das Neves.

Outro assunto tratado na reunião foi um teste repentino aplicado nos bombeiros militares, para fins de promoção. Duas dezenas de bombeiros ocuparam lugares na platéia, em busca de apoio contra a iniciativa discriminatória de seus comandantes. Sargento Rodrigues disse que, dos 150 participantes, apenas 30 foram aprovados, e há suspeitas de favorecimento.

Requerimentos: Foram aprovados os seguintes requerimentos dos deputados Sargento Rodrigues, que solicita realização de visita destas comissões ao comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, com o objetivo de discutir e buscar soluções para a concessão de promoções, conforme o disposto na Lei Complementar 95/07; e Ruy Muniz, que solicita o envio de ofício ao Corregedor da Polícia Militar do Estado, pedindo providências com relação às denúncias contidas nas notas taquigráficas da reunião.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos; Sargento Rodrigues (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública; João Leite (PSDB), Vanderlei Miranda (PMDB), Paulo César (PDT) e Ruy Muniz (DEM).

 

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