FJP apresenta Agenda de Desenvolvimento Integrado do Vale do Aço

A institucionalização da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) precisa evitar os erros cometidos na de Belo Hori...

20/06/2007 - 00:01
 

FJP apresenta Agenda de Desenvolvimento Integrado do Vale do Aço

A institucionalização da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) precisa evitar os erros cometidos na de Belo Horizonte, onde critérios políticos fizeram com que se expandisse para um total de 34 municípios. Essa foi a principal conclusão a que chegaram os participantes da reunião da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, realizada na tarde desta quarta-feira (20/6/07), para apresentação do trabalho "Vale do Aço 2020 - uma Agenda de Desenvolvimento Integrado", preparado pela Fundação João Pinheiro (FJP), por encomenda da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru).

A agenda é o primeiro passo para a retomada do desenvolvimento metropolitano do Vale do Aço. A elaboração do plano propriamente dito, segundo José Osvaldo Lasmar, da FJP, será competência da futura agência de desenvolvimento metropolitano. "A solicitação foi para que preparássemos uma agenda que não fosse uma coisa de gabinete, mas contemplasse os pontos de vista da população", disse ele. Ao longo de 2005 e 2006, a FJP se ocupou de cinco temas: saneamento ambiental, transporte, gestão territorial, política social e desenvolvimento econômico.

Para cada um desses temas foi feito um perfil diagnóstico, com viagens ao Vale do Aço, e a conclusão foi em torno de cinco oficinas de trabalho, preparadas em parceria com a Universidade do Leste Mineiro (Unileste), com cerca de 40 participantes cada. Da plenária final, participaram 300 pessoas selecionadas em todos os segmentos de interesse.

Construída a agenda, a Sedru vai convocar um fórum metropolitano, que é o primeiro passo para a institucionalização da região. O Vale do Aço terá uma Assembléia Metropolitana, um Conselho Deliberativo e uma Agência de Desenvolvimento. A Lei Complementar 98/06 constitui um Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, para o qual a expectativa de aporte do Estado é de 50%. O custeio da Agência, segundo Lasmar, vai requerer um estudo à parte, porque se trata de uma iniciativa pioneira. O técnico disse que o estudo no Vale do Aço já indicou um vetor de expansão para Mesquita, Ipaba e Belo Oriente. Um projeto de lei de autoria da deputada Rosângela Reis já busca integrar essas três cidades-dormitório à Região Metropolitana.

Deputados e prefeitos alertam para mudança de mentalidade

Depois de ouvir a exposição a deputada Cecília Ferramenta (PT) representante da região, mostrou entusiasmo com a proposta: "Temos tudo para implementar a Região Metropolitana do Vale do Aço. Proponho a realização de uma audiência pública para começarmos a mobilização da população", disse ela.

O titular da Sedru, deputado Dilzon Melo, informou que sua equipe tem grande disposição de trabalho e está às ordens, mas precisa de reforço orçamentário para atender. Citou a solicitação do deputado José Henrique (PMDB), que apresentou emenda no valor de R$ 6 milhões e lhe encomendou estudos sobre a bacia hidrográfica do Rio Doce.

O deputado Ronaldo Magalhães (PSDB) elogiou o desempenho da Sedru na gestão Dilzon Melo. "Em pouco tempo que o Sr. está à frente dessa Pasta, já se nota a diferença na qualidade dos serviços oferecidos". Dilzon Melo alertou também que é necessário evitar os erros cometidos na criação da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a expansão para 34 municípios se deveu ao subsídio do transporte, sem qualquer justificativa técnica.

Para a deputada Elisa Costa (PT), "o grande desafio da RMVA é superar as diferenças políticas, unificar o diálogo e buscar a pacificação, unindo as idéias e os partidos num grande pacto de lideranças que exigirá desprendimento de cada cidade para potencializar ações coletivas". Segundo ela, os índices de desenvolvimento humano nas várias cidades são muito diferenciados, e a expansão da Usiminas e da Cenibra vai afetar até Governador Valadares.

Wander Borges (PSB) também alertou que, se os prefeitos não abraçarem, a causa não decola. Ele anotou as grandes diferenças entre a renda per capita dos vários municípios, que vão de R$ 700 a R$ 2.000. Borges deu vários exemplos de iniciativas metropolitanas que jamais vingaram, e criticou a inclusão de municípios sem critério. Célia Pedrosa, secretária de Desenvolvimento de Timóteo, disse que a consciência metropolitana hoje é fragmentada e que o conceito municipal ainda prevalece na mentalidade da maioria.

Por sua vez, o prefeito de Belo Oriente, Pietro Chaves Filho, que também preside a Associação Metropolitana do Vale do Aço, queixou-se da injusta distribuição do bolo tributário. Segundo seus cálculos, a União fica com 64% das receitas, os Estados com 22% e os municípios com apenas 14%. O presidente da comissão, deputado Weliton Prado, aproveitou o mote para defender a revisão do pacto federativo e informou que foi relator do projeto do deputado Dinis Pinheiro que altera os critérios da Lei Robin Hood.

Requerimento - Ao final da reunião, foi aprovado requerimento da deputada Elisa Costa, no qual pede que a Fundação João Pinheiro estenda ao Vale do Rio Doce os estudos que realizou para o Vale do Aço.

Presenças - Deputados Weliton Prado (PT), presidente; Ronaldo Magalhães (PSDB), vice; Wander Borges (PSB), Agostinho Patrús Filho (PV), e as deputadas Rosângela Reis (PV), Cecília Ferramenta (PT) e Elisa Costa (PT). Além dos citados, participaram o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Dilzon Melo; o prefeito de Ipatinga, Sebastião Quintão; os prefeitos de Joanésia e Mesquita, e vereadores de cidades do Colar Metropolitano do Vale do Aço.

 

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