Comissão analisa projeto sobre aposentadoria dos policiais civis

Está pronto para ser votado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em 1º turno, o Projeto de Lei Co...

20/06/2007 - 00:00
 

Comissão analisa projeto sobre aposentadoria dos policiais civis

Está pronto para ser votado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em 1º turno, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 20/07, do governador do Estado, que dispõe sobre a aposentadoria especial de policial civil. A Comissão de Administração Pública aprovou, nesta quarta-feira (20/6/07), parecer sobre as emendas nºs 1 a 5 apresentadas em Plenário, durante discussão em 1º turno. No parecer, o presidente da comissão e relator, deputado Elmiro Nascimento (DEM), opinou pela aprovação da emenda nº 3, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), na forma da subemenda nº 1, que apresentou, e pela rejeição das emendas nºs 1, 2, 4 e 5.

O PLC 20/07 estabelece que o servidor policial civil será aposentado voluntariamente, independentemente da idade, após 30 anos de contribuição, desde que conte, pelo menos, 20 anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial. Atualmente, a aposentadoria é com 35 anos. Determina, ainda, que os proventos do policial civil aposentado nos termos da lei corresponderão à totalidade da remuneração no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria.

A emenda nº 3, acolhida pelo relator na forma da subemenda º 1, tem como objetivo alterar o disposto no art. 40 da Lei Complementar 84, de 2005, sobre as exigências para o provimento de cargo comissionado. Com a redação dada pela subemenda nº 1, o artigo 40 passa a estabelecer que o cargo de provimento em comissão e a função de confiança da estrutura da Polícia Civil, ressalvados os cargos de chefe de Polícia Civil e de chefe adjunto de Polícia Civil, são privativos de servidores que estejam no nível final da respectiva carreira ou que não tenham excedido em cinco anos o tempo exigido para a aposentadoria voluntária.

O relator, deputado Elmiro Nascimento, rejeitou as emendas de nºs 1 e 2, por considerar que as modificações por elas trazidas não estão previstas no ordenamento constitucional. A emenda nº 1, do deputado Rômulo Veneroso (PV), altera o disposto no artigo 1º da proposição, com o objetivo de estabelecer aposentadoria compulsória para o servidor policial civil, independentemente da idade, após trinta anos de contribuição, desde que conte pelo menos vinte anos de exercício em cargo de natureza estritamente policial. No mesmo sentido, a emenda nº 2, do deputado Adalclever Lopes (PMDB), estabelece que o servidor ocupante de cargo de natureza estritamente policial será aposentado compulsoriamente aos trinta anos de serviço, ressalvados os ocupantes de cargos em comissão.

Elmiro Nascimento também rejeitou as emendas nº 4 e 5. A emenda nº 4, do deputado Weliton Prado (PT) e das deputadas Elisa Costa (PT) e Cecília Ferramenta (PT), estabelecia prazos diferenciados para a aposentadoria de servidores homens e mulheres. Já emenda nº 5, do deputado Weliton Prado, acrescenta à Lei Complementar 84, de 2005 a previsão de que sejam utilizados, para contagem de tempo na aposentadoria, o tempo de exercício em cargo que tenha o mesmo benefício.

Durante as discussões, o deputado Domingos Sávio (PSDB) afirmou que os policiais exercem uma profissão de risco, sendo necessário aprovar o PLC 20/07, garantindo uma aposentadoria com regime diferenciado. O vice-presidente da comissão, deputado Ademir Lucas (PSDB), destacou que o projeto mostra o compromisso do governador com a população e com a segurança pública no Estado. O deputado Dalmo Ribeiro Silva ressaltou que a emenda nº 3, acolhida pela subemenda nº 1, irá garantir que os policiais que estão há muito tempo na polícia possam dar continuidade ao seu trabalho. Por fim, o deputado Weliton Prado lembrou que irá votar pela aprovação do projeto, mas que vai tentar aprovar em Plenário as emendas por ele apresentadas.

Projeto regula utilização de bens públicos

Na reunião, os deputados da Comissão de Administração Pública aprovaram ainda pareceres favoráveis a outros três projetos de lei (PLs). Foi aprovado parecer de 2º turno favorável ao PL 132/07, do deputado Adalclever Lopes (PMDB), que estabelece a cobrança de preço público pela utilização de bens de domínio ou propriedade do Estado.

O relator, deputado Chico Uejo (PSB), opinou pela aprovação do projeto na forma do vencido em 1º turno. Ele considerou ser importante para o Estado a instituição de lei que evite a utilização equivocada da concessão, da permissão e da autorização de uso de bens públicos.

Na forma em que foi aprovado em 1º turno, o PL 132/07 estabelece que os instrumentos públicos de outorga de uso privativo de bem patrimonial do Estado são a concessão, a permissão e a autorização. O texto define concessão, permissão e autorização de uso e determina que o uso privativo de bem patrimonial será remunerado e dependerá de licitação quando destinado a finalidade econômica. A permissão e autorização de uso serão formalizados por prazo indeterminado e poderão ser revogadas pela autoridade administrativa competente, independentemente de indenização ao usuário. Na forma do vencido, o texto faculta a qualquer um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) a definição de critérios sobre o uso remunerado dos bens de que trata a lei.

Dispositivos hidráulicos - O PL 495/07, do deputado Leonardo Moreira (DEM), que dispõe sobre a instalação de dispositivos hidráulicos visando o controle e a redução do consumo de água, teve aprovado parecer de 1º turno favorável. O relator, deputado Inácio Franco (PV), opinou pela sua aprovação, com as emendas nºs 1 e 2, apresentadas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O projeto torna obrigatória a instalação de dispositivos hidráulicos em todos os empreendimentos imobiliários destinados ao serviço público e a substituição gradativa dos atuais equipamentos, com o objetivo de reduzir o consumo de água. A emenda nº 1, da CCJ, retira expressão do artigo 1º, considerada desnecessária; e a emenda nº 2, também da CCJ, inclui no artigo 2º, que afirma que o Executivo poderá instalar outra tecnologia que possibilite a redução do consumo de água, os outros Poderes do Estado. No parecer, Inácio Franco lembrou que a escassez da água é um problema universal, sendo oportuna a aprovação do projeto.

Reserva de vaga - Também teve aprovado parecer de 1º turno favorável ao PL 641/07, do deputado Paulo Guedes (PT), que dispõe sobre reserva de vagas de estágio para portadores de deficiência em órgãos e empresas públicos. O relator, deputado Chico Uejo, opinou pela sua aprovação na forma do substitutivo nº 1, da CCJ, e lembrou que o projeto regula um direito que já é reservado aos deficientes.

O objetivo do PL 641/07 é assegurar 5% das vagas para os portadores de deficiência. O substitutivo no 1, da CCJ, torna facultativa a reserva de vagas para os deficientes. Com esse substitutivo, a futura norma alteraria a Lei 12.079, de 1996, que regulamenta o estágio no serviço público.

Deputados rejeitam projeto que prevê envio de relatório de órgãos públicos

Foi ainda aprovado parecer pela rejeição do PL 586/07, do deputado Weliton Prado, que dispõe sobre o encaminhamento de relatório semestral de atividades desenvolvidas pelos órgãos e entidades componentes da administração dos Poderes do Estado, do Tribunal de Contas e do Ministério Público. O projeto obriga os órgãos e as entidades da administração pública direta e indireta a encaminharem semestralmente à ALMG, no prazo de 90 dias contados a partir do término de cada semestre, o relatório de suas atividades.

O relator, deputado Ademir Lucas, considerou que o projeto é inconstitucional, pois interfere na independência dos Poderes, além de ser de difícil execução. O deputado Domingos Sávio também se manifestou contrário a aprovação do projeto, mas ressaltou que a fiscalização do Poder Público é uma prerrogativa dos parlamentares e que já é exercida através do auxílio do Tribunal de Contas.

Fiscais - Os deputados adiaram a votação do parecer de 2º turno sobre o PL 597/07, do governador, que altera a Lei 16.190, de 2006, que estabelece as tabelas de vencimento básico dos servidores da Secretaria de Estado de Fazenda. A votação foi adiada para reunião extraordinária da Comissão de Administração Pública, na parte da tarde desta quarta-feira (20/6/07), por meio de requerimento do deputado Lafayette de Andrada (PSDB), após apresentação de emenda do deputado Weliton Prado, que tem o objetivo de reduzir a diferença salarial entre as carreiras de auditor fiscal e gestor fazendário. O relator, deputado Domingos Sávio, opinava pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1, que tornou mais clara a definição legal da parcela da Gratificação de Estímulo à Produção Individual (Gepi).

Cemig - Durante a reunião, os deputados Weliton Prado e Domingos Sávio polemizaram sobre o aumento do valor da conta da Cemig. O deputado Weliton Prado criticou a previsão de aumento divulgada pela Cemig e afirmou que apresentou requerimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária solicitando o cancelamento do reajuste. Já o deputado Domingos Sávio afirmou que a responsabilidade pelo aumento da conta é do governo federal, que deveria realizar uma reforma fiscal, reduzindo os tributos que estão inseridos no valor da conta.

Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente da comissão; Ademir Lucas (PSDB), vice-presidente; Chico Uejo (PSB), Domingos Sávio (PSDB), Inácio Franco (PV), Lafayette de Andrada (PSDB), Weliton Prado (PT), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Sargento Rodrigues (PDT).

 

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