Polícia combate furto e roubo de veículos

Com as ocorrências de furto e roubo de veículos estabilizadas em Belo Horizonte e apenas crescimento em regiões espec...

20/06/2007 - 00:02
 

Polícia combate furto e roubo de veículos

Com as ocorrências de furto e roubo de veículos estabilizadas em Belo Horizonte e apenas crescimento em regiões específicas como a Noroeste, as polícias Militar e Civil vêm trabalhando no combate a este tipo de criminalidade, basicamente com a fiscalização permanente e o ataque aos locais de receptação. Para tanto, criou um grupo de atuação permanente composto pelas duas instituições, a Delegacia Regional do Trabalho, Prefeitura de Belo Horizonte, Corpo de Bombeiros, Ministério Público e Receita Estadual, que apresentou como primeiros resultados o "estouro" de dois locais de desmanche na avenida Pedro II; e a sugestão encaminhada ao Ministério Público de que os locais reincidentes sejam desapropriados e destinados à construção de equipamentos públicos.

Estas foram algumas das informações prestadas à Comissão de Segurança Púbica da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (20/6/07), que, em audiência pública, discutiu o problema do furto e roubo de veículos, o desmanche e revenda irregular de peças. A requerimento de seu presidente, deputado Sargento Rodrigues (PDT), a comissão discutiu ainda formas de aperfeiçoar o Projeto de Lei (PL) 429/07, do deputado Leonardo Moreira (DEM), que disciplina o funcionamento de estabelecimentos comerciais de desmonte de veículos automotores. Relator do projeto na Comissão de Segurança Pública, Sargento Rodrigues disse que o objetivo é aperfeiçoar a proposição que visa dar maior segurança jurídica aos compradores de peças automotivas e à ação policial.

Polícia não tem instrumentos legais para atacar o problema

De acordo com dados apresentados pelo comandante do 34º Batalhão da PMMG, tenente coronel Cícero Nunes Moreira, no primeiro quadrimestre deste ano, foram registradas em Belo Horizonte 2.347 ocorrências de furto de veículos, contra 2.332 no mesmo período do ano passado. De roubo foram registradas 1.080 ocorrências, contra 1.278 do ano passado. Entre as duas modalidades, foi registrada a recuperação de 1.334 carros, no primeiro quadrimestre deste ano contra 1.501 do ano mesmo período do ano passado.

Os números mostram estabilidade, segundo o coronel, mas apresentam aumento em regiões como a Noroeste (bairros, Padre Eustáquio, Carlos Prates, Caiçara, Coração Eucarístico), historicamente a campeã neste tipo de ocorrência policial. Os motivos continuam os mesmos, segundo o coronel Cícero Nunes, que são a proximidade com o anel rodoviário e o grande numero de casas de peças usadas e ferros-velho, ao longo da Pedro II e Carlos Luz. Estudos da PM mostram que os veículos destinados ao desmanche são os oriundos de furto, aquela ocorrência em que não há agressão ao motorista.

A principal queixa em relação ao combate a esse tipo de crime, feita pelo coronel e também pelo titular da 6ª Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, delegado Ramon Sandoli, é a falta de instrumentos legais para interdição dos locais receptadores, além da impossibilidade de identificar as peças roubadas.

Autoridades apresentam soluções

Os convidados elogiaram a audiência e o projeto e sugeriram algumas modificações: pediram que as montadoras gravem o número do chassi também em peças móveis, como portas e capô, com o objetivo de facilitar a identificação em caso de suspeita de roubo e furto; que os proprietários de ferros-velhos não sejam nomeados pela Justiça os depositários das peças, nas operações de fiscalização feitas pela polícia, como vem ocorrendo atualmente; que haja a apresentação da nota fiscal, discriminada por peça, sua cor e marca no momento da operação policial e não com possibilidade de apresentação posterior, o que permite nova burla; definição da ocupação do espaço urbano pela Prefeitura com a implantação de fiscalização e multa para verificação do cumprimento do Código de Uso e Ocupação do Solo; que novos empreendimentos comerciais tenham previsão de crescimento e do impacto urbano, com a destinação de vagas para estacionamentos (escolas, faculdades, shoppings etc.)

Seguradoras - Outra ponta do problema foi destacada pelo deputado Délio Malheiros (PV), que denunciou a ilegalidade da ação das seguradoras, que recolocam no mercado, por meio de leilões, veículos que foram classificados como perda total, e que são remontados sem qualquer controle das peças. O deputado destacou que as seguradoras cometem crime contra a Ordem Tributária e contra o Código de Defesa do Consumidor. "As seguradoras são grandes incentivadoras desse tipo de crime", disse o deputado. O delegado Ramon Sandoli informou que há um acordo entre Ministério Público e seguradoras para que sejam fornecidos aos Detrans dados dos veículos sinistrados, para que tal informação conste de seus prontuários.

Deputados irão aperfeiçoar PL 429/07

O deputado Sargento Rodrigues lembrou também que o furto e o roubo de veículos alimentam outros crimes como o tráfico de drogas, o latrocínio, a formação de quadrilha e o homicídio. E que a prioridade do projeto será penalizar os empreendimentos que revendam peças roubadas. Ele acatou a sugestão de uma visita junto com a PM e Polícia Civil a alguns estabelecimentos da Pedro II. "Também devemos inserir, na condição de relator, a exigência da obrigatoriedade da nota fiscal em poder do proprietário ou do representante legal no local fiscalizado". O autor do projeto 429/07, deputado Leonardo Moreira, disse que o problema das seguradoras é caso de polícia e que sua proposição visa detalhar e complementar a legislação já existente. O deputado Weliton Prado (PT) informou que Uberlândia é uma das cidades cujos valores de seguro de carro são mais altos, devido ao grande número de furto e roubo. "Vou apresentar um requerimento para uma audiência pública na cidade, da Comissão de Segurança e de Assuntos Municipais, para tratarmos do tema".

PL 429/07 - O projeto estabelece que o desmonte de automóveis e a venda de peças usadas e recondicionadas deverão ser efetuados exclusivamente por estabelecimento comercial credenciado junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MG). Na Comissão de Constituição e Justiça a proposição recebeu o Substitutivo nº 1 que acrescenta dispositivos para que o projeto passe a alterar a Lei 14.080, de 2001, que dispõe sobre o controle do desmonte de veículos. Isso para atender ao objetivo de consolidação da legislação.

A comissão aprovou ainda parecer de 1º turno dos PLs 567/07 e 698/07. O primeiro, do deputado Fábio Avelar (PSC) dispõe sobre a criação do Relatório de Impacto de Segurança Pública (Rise). O objetivo é garantir a segurança das comunidades onde se pretenda instalar unidades prisionais e policiais e centros de reabilitação de menores infratores. O parecer do relator, deputado Sargento Rodrigues foi aprovado na forma do Substitutivo nº 2, que mantém a essência do Substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, e caracteriza melhor os equipamentos de segurança pública que devem demandar a elaboração de um relatório de Impacto Ambiental

O segundo projeto, do deputado Sargento Rodrigues, dispõe sobre a vigilância sanitária nos estabelecimentos prisionais. O parecer do relator Délio Malheiros foi aprovado com a emenda nº 1 apresentada pela CCJ. A proposição tem como finalidades básicas submeter os estabelecimentos prisionais do Estado a controle sanitário; e alterar o Código de Saúde do Estado, a fim de se mencionar explicitamente os estabelecimentos prisionais como órgãos destinatários da vigilância sanitária. A emenda remete as modificações para a Lei 13.317, de 1999. Foram aprovadas ainda três proposições que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Paulo Cesar (PDT), vice; Délio Malheiros (PV), Leonardo Moreira (DEM) Luiz Tadeu Leite (PMDB) e Weliton Prado (PT). Além dos convidados citados, participou ainda o major Fagundes, do 34º Batalhão.

 

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