Movimentos sociais querem gerenciar projetos de moradia

Os movimentos sociais que lutam para garantir o direito à moradia aos cidadãos brasileiros querem participar da gestã...

13/06/2007 - 00:00
 

Movimentos sociais querem gerenciar projetos de moradia

Os movimentos sociais que lutam para garantir o direito à moradia aos cidadãos brasileiros querem participar da gestão dos programas habitacionais e ter o direito de acessar recursos para promover projetos próprios. A reivindicação foi apresentada pelo coordenador da União Estadual por Moradia Popular (Uemp), Saulo Manoel da Silveira, durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (13/6/07), pela Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A audiência reuniu, no auditório da ALMG, representantes de associações habitacionais de municípios mineiros e de movimentos sociais. O objetivo foi discutir questões relacionadas à política habitacional no Estado. O autor do requerimento, deputado Padre João (PT), lembrou que "o sonho da casa própria" faz parte da natureza do ser humano. "Sem ela (a casa), a pessoa sente-se desalojada", explicou. O deputado admitiu que nos últimos anos houve avanços em programas habitacionais no Brasil, mas ressalvou que as exigências para os financiamentos acabam impedindo a efetivação de muitos projetos.

O presidente da comissão, deputado Weliton Prado (PT), ressaltou que 90% do déficit habitacional, cerca de 8 milhões de moradias, atingem a população que recebe até três salários mínimos mensais. Durante os debates, a maioria das pessoas que se manifestaram reclamou da falta de investimentos do governo estadual. "Quarenta mil casas não é o déficit nem de Belo Horizonte. Essa política é tacanha e pequena", criticou um dos coordenadores da Uemp, Whelton Pimentel de Freitas sobre a meta do executivo para os quatro anos do atual governo.

Prestação de contas - O secretário municipal adjunto de Habitação de Belo Horizonte, Carlos Henrique Cardoso Medeiros, afirmou que o órgão trabalha não só com a produção de moradias, mas, também, com a urbanização de vilas e favelas, com o objetivo de reduzir o déficit qualitativo das habitações. Medeiros citou o Orçamento Participativo da Habitação, implantado em 1996 e que já entregou 3.155 casas, das 6.068 aprovadas no período. Outras 1.356 unidades estão em construção e 1.556 previstas.

O presidente da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab), Teodoro Alves Lamounier, relatou o programa Lares Gerais, que, desde 2005, entregou quase 13 mil casas em 139 municípios. Ele admitiu que o número ainda é pequeno em relação ao déficit do Estado de 682 mil moradias. "Sei que é muito pouco, mas é mais do que foi feito nos últimos 15 anos", disse. Acrescentou que se o governo estadual cumprir a meta de construir 40 mil casas, será um recorde na história de Minas Gerais.

O superintendente regional da Caixa Econômica Federal BH/Sul, Ronaldo José Gouvêia Roggini, rebateu a crítica de que a instituição é muito burocrática. Lembrou que a burocracia do banco significa assegurar o cumprimento da legislação e que a Caixa não é responsável pela formulação de políticas e nem de programas e, por isso, não pode ser responsabilizada pela exigência de documentações para os financiamentos. "Somos entes públicos e cumprimos normas".

A deputada Elisa Costa (PT) reconheceu que não é fácil manter uma política habitacional, mas ressaltou as dificuldades que principalmente os pequenos municípios enfrentam, sobretudo no setor de habitação rural. "Há um clamor pelas dificuldades de infra-estrutura".

Presenças - Deputados Weliton Prado (PT), presidente; Ronaldo Magalhães (PSDB), vice-presidente; Neider Moreira (PPS), Sebastião Costa (PPS) e Padre João (PT); deputada Elisa Costa (PT), o superintendente de Habitação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), Pedro Rabelo; gerente regional de Mercado da Caixa Econômica Federal BH/Sul, Luiz Carlos de Menezes, além dos citados na matéria.

 

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715