Projeto sobre remuneração de servidor da SEF pronto para o Plenário

Após muita polêmica numa reunião que se estendeu por quase quatro horas, a Comissão de Fiscalização Financeira e Orça...

13/06/2007 - 00:01
 

Projeto sobre remuneração de servidor da SEF pronto para o Plenário

Após muita polêmica numa reunião que se estendeu por quase quatro horas, a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou nesta quarta-feira (13/6/07) o parecer de 1o turno sobre o Projeto de Lei (PL) 597/07. De autoria do governador, o projeto faz alterações nas diretrizes para concessão de gratificações para os servidores da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF). O projeto, que está pronto para ir a votação em Plenário, recebeu parecer pela aprovação na forma do substitutivo no 1, apresentado pelo relator, deputado Lafayette de Andrada (PSDB).

O PL 597/07, em sua forma original, estabelecia que os limites, a forma e as condições de atribuição da Gratificação de Estímulo à Produção Individual (Gepi) seriam fixados em decreto (altera a Lei 16.190, que estabeleceu as tabelas salariais dos servidores da SEF em 2006). Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o projeto recebeu a emenda no 1, de modo a fazer retroagir os efeitos da futura lei a 1o de abril de 2007, conforme entendimento com o governo do Estado.

Por sua vez, o substitutivo no 1 estabelece um teto de R$ 3.045 para a Gepi (valor correspondente a 40% do vencimento básico do grau J do nível III da carreira de auditor fiscal da Receita Estadual). Além disso, propõe que os efeitos do projeto sejam retroativos a 1º de maio de 2007. A deputada Elisa Costa (PT) apresentou um substitutivo cuja finalidade era garantir que os limites, a forma e as condições de atribuição do excedente de pontos da Gepi fossem disciplinados em decreto. Mas essa proposta foi derrotada.

A polêmica ficou por conta de um pedido de vista feito pelo deputado Antônio Júlio (PMDB), negado pelo presidente da comissão, deputado Zé Maia (PSDB). O presidente alegou que a comissão já havia perdido o prazo regimental para analisar o PL 597/07. Antônio Júlio, por sua vez, fez duras críticas ao projeto e defendeu que a remuneração dos servidores da SEF seja estabelecida em lei, e não por decreto. Ele e a deputada Elisa Costa também criticam o PL 597/07 por considerar que a proposta não atende às reivindicações do grupo formado pelos gestores fazendários.

Fosso salarial separa duas categorias de funcionários da SEF

O gestor é um funcionário administrativo, de nível superior, encarregado das atribuições inerentes à competência da Subsecretaria da Receita Estadual (SRE) não privativas do auditor fiscal. As duas categorias de servidores são separadas por um fosso salarial. Enquanto o vencimento básico de um gestor em início de carreira gira em torno de R$ 2,2 mil, o dos fiscais é de R$ 6,6 mil. A proposta do governo é elevar os salários das duas categorias gradativamente até 2010, quando a remuneração inicial dos gestores chegaria a R$ 3.186, contra R$ 9.645 dos fiscais. O Sindicato dos Técnicos em Fiscalização, Arrecadação e Tributação (Sinffaz), que representa os gestores, defende que o PL 597/07 corrija essa distorção e aproxime os salários das duas categorias.

A Gepi é distribuída na forma de pontos e varia de acordo com o desempenho de cada funcionário, o grau de complexidade das tarefas e o cumprimento de metas de arrecadação. Ela existe desde 1975, e é regulamentada por decretos do governo do Estado.

O deputado Lafayette de Andrada lembra, em seu parecer, que a aprovação do PL 597/07 não acarretará impacto financeiro, uma vez que as despesas com o pagamento da Gepi já estão incluídas no orçamento da SEF. A folha de pagamento dessa secretaria deve consumir R$ 325,9 milhões neste ano, e o relator destaca que as despesas com pessoal do Poder Executivo estão dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). No ano passado, elas representaram 44,58% da receita corrente líquida do Estado, abaixo do limite de 49% da LRF.

Aposentadoria especial de policial também é analisada

Outro projeto sobre funcionalismo público analisado pela FFO nesta quarta-feira (13) é o Projeto de Lei Complementar (PLC) 20/07, do governador, que concede aposentadoria especial para os policiais civis. Caso o projeto seja aprovado, os servidores da Polícia Civil poderão se aposentar com 30 anos de serviço, independente da idade, desde que tenham exercido 20 anos de atividades estritamente policiais.

O parecer do relator, deputado Zé Maia, é pela aprovação da proposta na forma do substitutivo no 1, da CCJ. Esse substitutivo faz alterações no texto de modo a explicitar que a atividade policial é de alto risco. Além disso, faz correções de modo que o texto passa a alterar a Lei Complementar 84, de 2005, que dispõe sobre a estrutura das carreiras da Polícia Civil.

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) apresentou duas emendas com a finalidade de garantir o reconhecimento em lei de que as carreiras dos bombeiros, policiais militares e agentes penitenciários e de segurança sócio-educativo também são atividades de risco. Já a deputada Elisa Costa propôs um substitutivo, em nome da bancada do PT, de modo a retirar das atividades de risco da Polícia Civil as carreiras de médico legista e auxiliar de necropsia. Além disso, esse substitutivo pretendia garantir aposentadoria aos 25 anos de serviço para as mulheres da Polícia Civil. Mas tanto as emendas quanto o substitutivo proposto foram rejeitados pela comissão.

O PLC 20/07 também está pronto para votação em 1o turno no Plenário.

Outros projetos - Os demais projetos que estavam na pauta da reunião não foram analisados. Os PLs 1.137/07, 11/07 e 433/07 foram retirados da pauta. Já o PL 852/07, do deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), que altera o prazo de duração do Fundo Máquinas para o Desenvolvimento, teve análise adiada porque o relator, deputado Lafayette de Andrada, pediu prazo para elaborar seu parecer. A comissão votou ainda duas proposições que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Agostinho Patrús Filho (PV), Antônio Júlio (PMDB), Lafayette de Andrada (PSDB), Weliton Prado (PT), Adalclever Lopes (PMDB), Sargento Rodrigues (PDT), Gustavo Corrêa (DEM), Getúlio Neiva (PMDB), Wander Borges (PSB), Fábio Avelar (PTB), Carlos Pimenta (PDT) e deputada Elisa Costa (PT).

 

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