Dia Mundial sem tabaco é lembrado em
Plenário
A Reunião Ordinária do Plenário da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais desta quinta-feira (31/5/07) foi
interrompida para a comemoração do Dia Mundial sem Tabaco. Dois
especialistas fizeram palestras para mostrar os males do fumo e
defender a implantação de ambientes de trabalho livres do cigarro -
tema central, este ano, da campanha em todo o mundo. A reunião foi
requerida pelos deputados Doutor Viana (DEM) e Doutor Rinaldo
(PSB)
A pneumologista Adriana Gomes Carneiro, presidente
da Comissão de Controle ao Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras
Drogas da Associação Médica de Minas Gerais, lembrou que o tabagismo
passivo - a inalação da fumaça por aqueles que convivem com fumantes
- já é considerado a terceira maior causa de doenças evitáveis,
perdendo, apenas, para o tabagismo ativo e para o alcoolismo. Por
isso, a única maneira de preservar a saúde dos não fumantes é impor
restrições do uso do cigarro no ambiente de trabalho.
Segundo a especialista, a proibição do fumo motiva,
também, o fumante a abandonar o vício. "Quando o cigarro é proibido,
entre 10% e 20% dos fumantes acabam parando", afirmou. Adriana
Carneiro explicou que a fumaça do cigarro que é jogada no ambiente
possui cerca de 400 substâncias tóxicas, provocando várias doenças
em quem compartilha do ambiente contaminado. O fumante passivo tem
24% a mais de probabilidade de sofrer infarto; a criança que convive
com dois fumantes em casa corre risco 50% maior de adquirir
infecções respiratórias.
O bebê de gestante que fuma pode nascer com baixa
estatura e peso, além de sofrer de má formação congênita. A mãe que
fuma durante a amamentação pode causar sérios problemas de saúde ao
bebê como irritação, taquicardia e cianose (cor azulada na pele por
falta de oxigenação no sangue). A médica salientou que a maioria da
população, cerca de 75%, não fuma e que o direito ao ar puro é de
todo cidadão.
Resultados positivos - O
pneumologista Renato César Gonçalves, da Santa Casa de Misericórdia
e do Grupo de Cessação do Tabagismo da Unimed-BH, fez um balanço
sobre a campanha realizada pela ALMG desde o ano passado, entre os
servidores. De acordo com o especialista, 60% dos funcionários
fumantes participaram ativamente do programa de cessação e cerca de
40% conseguiram deixar o cigarro.
O programa é dividido entre uma palestra de
motivação, consulta individual para avaliar a necessidade de cada
fumante e grupos de apoio durante o processo do abandono do vício.
Renato Gonçalves disse que o tabagismo é uma doença clínica e,
portanto, crônica, que atinge 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo.
Segundo ele, 80% dos fumantes têm vontade de parar de fumar, mas 65%
deles precisam do auxílio médico.
O subsecretário de Políticas Antidrogas da
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes, Cloves
Benevides, elogiou a iniciativa da Assembléia de realizar a reunião,
ressaltando que o legislador "deve ser o defensor dos direitos e das
garantias do cidadão". Disse que os parlamentares precisam, mesmo,
se engajar na luta para reduzir o número de fumantes no mundo,
Benevides afirmou que o Brasil e também Minas
Gerais, possuem leis muito avançadas para o combate ao fumo, mas
advertiu que a legislação precisa, também, assegurar a ampliação do
atendimento e assistência àqueles que querem se livrar do vício.
Nesse aspecto, ele acredita que a Assembléia pode contribuir com
propostas para políticas públicas mais eficientes.
O deputado Doutor Rinaldo (PSB), que presidiu a
reunião, admitiu que é preciso regras mais rigorosas e o
envolvimento da sociedade para combater o tabagismo. O deputado
ressaltou que a fumaça do cigarro provoca várias doenças a não
fumantes, como a síndrome da morte súbita infantil, e que são
registradas cerca de 200 mil mortes por ano no mundo, em decorrência
do ato de fumar. "O cigarro é um assassino silencioso", afirmou.
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