Executivo deve encaminhar projeto para política de resíduos sólidos

Mais uma vez, Minas Gerais poderá servir de exemplo para o País em matéria de meio ambiente, assunto em que o Estado ...

30/05/2007 - 00:00
 

Executivo deve encaminhar projeto para política de resíduos sólidos

Mais uma vez, Minas Gerais poderá servir de exemplo para o País em matéria de meio ambiente, assunto em que o Estado sempre foi pioneiro. No dia 12 de junho, durante a inauguração do Centro Mineiro de Referência em Resíduos, o governador Aécio Neves assinará uma mensagem encaminhando à Assembléia Legislativa de Minas Gerais um projeto de lei para estabelecer a política estadual de gestão de resíduos sólidos. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (30/5/07) pelo presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), José Cláudio Junqueira Ribeiro, que participou da reunião conjunta das comissões de Meio Ambiente e Recursos Naturais e de Participação Popular.

A audiência pública teve por objetivo discutir a elaboração e implementação de uma política estadual voltada para o gerenciamento da coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos de origem domiciliar, industrial e hospitalar.

Embora não seja o primeiro estado a criar uma lei específica, é o pioneiro em abordar três princípios que, hoje, representam os entraves para o estabelecimento de uma política nacional: a implantação da responsabilidade compartilhada, definindo obrigações em relação à destinação dos resíduos para geradores, fabricantes, distribuidores, comerciantes e usuários; a inserção dos catadores no processo de gestão dos resíduos, numa tentativa de estimular a profissionalização e permitir a inclusão social desses trabalhadores; e a instituição de instrumentos econômicos, prevendo incentivos fiscais creditícios para aqueles que trabalham com produtos recicláveis ou reciclados para incentivar o mercado de reaproveitamento dos resíduos.

De acordo com Junqueira, pela falta de consenso sobre esses três pontos, a proposta de uma política nacional está sendo discutida no Congresso Nacional desde 1999. "Equacionamos as polêmicas no nível nacional", comemorou. Ele explica que, em Minas, a lei foi construída por todos os segmentos envolvidos, assegurando o pacto para atingir um objetivo comum que é o de criar um marco regulatório para o setor.

Também convidado para a audiência pública, o representante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, Luís Henrique da Silva, conclamou os participantes a lutarem pela regulamentação da política estadual de resíduos sólidos para que ela não sofra "mutações" como ocorreu, em sua opinião, com a Lei de Saneamento Ambiental, aprovada em janeiro pelo Congresso Nacional. "A lei já é um avanço, mas a implementação é outro embate", justificou.

A preocupação de Luís Henrique é que os catadores permaneçam excluídos do processo de gestão dos resíduos sólidos. Ele sugere que se estabeleçam critérios para permitir que o poder público possa contratar esses profissionais para o serviço de limpeza urbana. A relação com os gestores públicos, segundo ele, é baseada, geralmente, na assistência social e a categoria deseja a profissionalização.

O deputado Ronaldo Magalhães (PSDB), que já foi prefeito de Itabira, admitiu que a destinação adequada do lixo é muito complexa e que, por isso mesmo, os aterros não podem receber todo tipo de resíduo. Para o parlamentar, a coleta seletiva é importante para garantir a qualidade do serviço, pois evita que muitos produtos aproveitáveis sejam encaminhados para os lixões.

Já o deputado Almir Paraca (PT) exultou a antecipação do debate nacional, ao lembrar que a implantação da lei em Minas pode subsidiar as discussões no Congresso Nacional. "Minas já vem servindo de modelo, pelo País afora, por sua política de reciclagem", ressaltou ao citar duas instituições que conseguiram prestígio nacional: a Associação de Catadores de Papel (Asmare) e o Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea).

O acerto de um rito de procedimento para assegurar a rapidez e aprovação do projeto do executivo. Essa foi a proposta do presidente da Comissão de Participação Popular, deputado André Quintão (PT), que sugeriu o empenho da liderança do governo, bancadas de apoio e de oposição. Também reforçou a sugestão de um dos participantes da audiência, que propôs a adesão de algum deputado estadual ao Fórum Estadual Lixo e Cidadania. Almir Paraca se propôs a ser o representante e o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, deputado Sávio Souza Cruz (PMDB) afirmou não acreditar em qualquer empecilho, tanto pela efetiva participação dos parlamentares em movimentos ambientais, quanto pelo apoio que o governo estadual sempre consegue para suas proposições.

O deputado Fábio Avelar (PSC) sugeriu um requerimento assinado por todos para atender a um pedido de um dos participantes. Pelo requerimento, aprovado pelos deputados presentes, a Assembléia deve promover um debate público sobre a lei na abertura do 6º Festival Lixo e Cidadania, marcado para ser realizado entre 18 e 21 de setembro.

Presenças - Deputados André Quintão (PT), presidente da Comissão de Participação Popular; Sávio Souza Cruz (PSDB), presidente da Comissão de Meio Ambiente; Almir Paraca (PT); Carlin Moura (PCdoB); Fábio Avelar (PSC); João Leite (PSDB) e Wander Borges (PSB).

 

 

 

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