Deputadas defendem cultura como meio de inserção social
Para a ONG Mineiridade em Pencas, a banana é muito
mais que uma simples fruta. Seus derivados viram bolsas, embalagens,
adornos, uma infinidade de produtos de artesanato e se transformam
em fontes de cultura, renda e inserção social para a população
carente da região de Nova União, Sabará e Ravena. A instituição foi
uma das que apresentaram seus trabalhos às Comissões de Cultura e do
Trabalho, Previdência e Ação Social da Assembléia Legislativa de
Minas Gerais, que fizeram uma reunião conjunta nesta terça-feira
(29/05/07). O objetivo foi conhecer melhor experiências de entidades
que promovem a qualificação profissional, explorando a
potencialidade das culturas regionais.
"Cada região tem que explorar sua potencialidade da
melhor forma possível. Nova União, por exemplo, é o maior produtor
de banana nanica do Estado. Por que não aproveitar a riqueza desse
fruto do qual tudo se aproveita, da casca à folha de bananeira",
afirmou a idealizadora da ONG, Maria Teresa Penna, cujos planos são
ambiciosos. "Estamos em busca de parceria para realizarmos um grande
festival e um circuito turístico da banana. O potencial é enorme,
inclusive com implicâncias culturais e folclóricas", opinou.
Atualmente, pelo 200 pessoas aprenderam a tirar o sustento do
artesanato com derivados da banana, graças aos cursos de capacitação
oferecidos pela instituição.
O Instituto Francisca de Souza Peixoto, de
Cataguases, também teve sua atuação destacada. Em pouco mais de oito
anos de atividades, 34 mil pessoas já foram atendidas em atividades
culturais, treinamentos e cursos de capacitação. Já o Instituto Yara
Tupynambá desenvolve trabalhos até nas áreas de restauração de
patrimônio histórico e construção civil.
Elogios - As deputadas que
participaram da reunião elogiaram e até aplaudiram os trabalhos dos
convidados. "Que os exemplos aqui apresentados sejam copiados",
afirmou Gláucia Brandão (PPS). Elisa Costa (PT) lembrou as riquezas
históricas e culturais do Estado e a necessidade de se preservá-las.
Ela alertou para o aumento da verba destinada ao Fundo Estadual da
Cultura, que em 2007 será de R$ 14 milhões.
A deputada Rosângela Reis (PV) defendeu a tese de
que cultura é fonte de empreendedorismo. A parlamentar considera
fundamental a participação dos municípios e a mobilização das
comunidades para que projetos que envolvam cultura e trabalho possam
prosperar.
A deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), por sua vez,
informou que apresentará em breve um requerimento solicitando a
visita das comissões ao Instituto Francisca de Souza Peixoto, em
Cataguases. Maria Lúcia cobrou também a inserção da Zona da Mata no
Plano de Qualificação Profissional do governo do Estado. Segundo o
diretor de Qualificação Profissional da Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Social (Sedese), Juarez Guimarães de Abreu, para
2007 o plano vai beneficiar 14 mil pessoas em diferentes setores,
mas somente das regiões Norte, Nordeste, além dos Vales do
Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. "A escolha se baseou no Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH)", justificou.
Presenças - Deputadas
Gláucia Brandão (PPS), presidente da Comissão de Cultura; Maria
Lúcia Mendonça (DEM), Rosângela Reis (PV) e Elisa Costa (PT),
vice-presidente da Comissão de Trabalho, Previdência e Ação Social.
Convidados: José Theobaldo Júnior, presidente do Instituto Yara
Tupynambá; Maria Tereza Penna, presidente da Mineiridade em Pencas;
Liliane de Paula Mendonça, gestora de projetos do Instituto
Francisca de Souza Peixoto; e Juarez Guimarães de Abreu, diretor de
Qualificação Profissional da Sedese.
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