Projeto que altera o Fhidro está pronto para o 1o
turno em Plenário
Está pronto para votação em 1o turno no
Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais o Projeto de Lei
(PL) 68/07, que altera os critérios de aplicação dos recursos do
Fundo de Recuperação e Desenvolvimento Sustentável das Bacias
Hidrográficas do Estado (Fhidro). De autoria do deputado Paulo
Guedes (PT), o projeto foi analisado pela Comissão de Fiscalização
Financeira e Orçamentária (FFO) nesta quarta-feira (23/5/07), após
reunião que discutiu as mudanças propostas com diversas autoridades.
O parecer do relator, deputado Agostinho Patrús
Filho (PV), é pela aprovação do projeto na forma do substitutivo
no 1, da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais. A
emenda no 1, apresentada pela Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), recebeu parecer pela rejeição. O PL 68/07 visa
alterar a Lei 15.910, que introduziu modificações no Fhidro em 2005.
A intenção original do projeto era direcionar a
aplicação dos recursos do fundo prioritariamente na bacia do Rio
Jequitinhonha. Na CCJ, a proposta recebeu uma emenda de modo a
garantir a aplicação prioritária dos recursos na área de atuação do
Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais
(Idene).
A Comissão de Meio Ambiente, por sua vez,
apresentou o substitutivo no 1, de modo a facilitar a
utilização dos recursos do Fhidro pelos comitês de bacia
hidrográfica, sem, no entanto, privilegiar nenhuma região do Estado.
Outra mudança proposta pelo substitutivo é a possibilidade de
financiamentos a fundo perdido para programas de melhoria dos
recursos hídricos aprovados pelos comitês de bacia. Atualmente,
esses recursos são liberados mediante reembolso, conforme determina
a Lei 15.910.
O relator, deputado Agostinho Patrús Filho,
concorda com a Comissão de Meio Ambiente, e avalia que o Fhidro não
deve privilegiar nenhuma bacia hidrográfica ou região. Ele considera
que a aprovação do PL 68/07 não vai provocar impacto nas finanças do
Estado, uma vez que os recursos do Fhidro já estão assegurados no
Orçamento. Como ele informa no parecer, o fundo tem neste ano
recursos da ordem de R$ 60 milhões, oriundos dos royalties pagos
pelas usinas hidrelétricas como compensação pelas áreas inundadas
por seus reservatórios.
Proibição de bebida alcóolica em estádio
A FFO também analisou o PL 89/07, do deputado
Alencar da Silveira Jr. (PDT), que visa restringir a venda de bebida
alcóolica no Mineirão. O relator, deputado Jayro Lessa (DEM), opinou
pela aprovação do projeto em sua forma original, rejeitando o
substitutivo no 1, apresentado pela Comissão de Segurança
Pública também nesta quarta-feira (23). Esse substitutivo pretendia
proibir terminantemente a venda de bebidas em todos os estádios. Mas
o relator, deputado Jayro Lessa, não concorda com restrição tão
severa, e recomenda a aprovação do PL 89/07 em sua forma original.
Caso a intenção original do autor seja preservada, a venda de bebida
alcóolica seria permitida apenas no primeiro tempo e no intervalo
das partidas de futebol. A proibição vigoraria, então, apenas no
segundo tempo, num raio de 500 metros do Mineirão. O PL 89/07 também
está pronto para análise do Plenário em 1o turno.
Prestação de serviços pelo Estado
Outros três projetos que tratam da prestação de
serviços pelo Estado também foram analisados pela FFO e estão
prontos para o 1o turno em Plenário. O PL 291/07, do
deputado Carlos Pimenta (PDT), que fixa prazo para a realização de
exame de DNA para investigação de paternidade, recebeu parecer pela
aprovação com a emenda no 1, da CCJ. O texto original
previa prazo de um ano, mas a emenda da CCJ reduz esse prazo para
seis meses.
Já o PL 622/07 beneficia pessoas carentes que não
têm acesso à Defensoria Pública. De autoria do deputado Weliton
Prado (PT), a proposta visa criar mecanismos para remunerar os
chamados advogados dativos, que são nomeados para a defesa de réu
pobre. O projeto abre a possibilidade de pagar os honorários dos
defensores dativos por meio da compensação do Imposto sobre
Transmissão Causa Mortis, o chamado "imposto da herança". O
relator, deputado Sebastião Helvécio (PDT), informa que a proposta
não vai onerar os cofres públicos e acredita que ela vai estimular
os advogados a defenderem pessoas pobres, "num contexto de déficit
crônico de defensores públicos."
Por sua vez, o PL 350/07, do deputado Doutor Viana
(DEM), pretende estender às crianças matriculadas na 1a a
4a série das escolas estaduais a obrigatoriedade da
realização do exame de fundo de olho. Na CCJ, o projeto recebeu o
substitutivo no 1, de modo a obrigar a realização desse
exame em todas as crianças com menos de 12 anos de idade.
Mas a relatora, deputada Elisa Costa (PT), depois
de ouvir a Secretaria de Estado da Saúde, avalia que a realização
desse exame em todas as crianças é desnecessária. Isso porque o
teste do reflexo vermelho, cuja realização é bem mais simples, pode
detectar inúmeras anomalias oftalmológicas em recém-nascidos. Por
isso, ela apresentou o substitutivo no 2, de modo a
tornar obrigatória a realização desse teste em todos os
recém-nascidos e assegurar a realização de exames oftalmológicos
completos pelo Sistema Único de Saúde em todas as crianças com idade
entre sete e dez anos. Assim, o PL 350/07 passa a alterar a Lei
16.672, de 2007, revogando as leis 15.394, de 2004; e 16.053, de
2006.
Projetos de defesa do consumidor
Outros dois projetos analisados pela FFO, que
também estão prontos para o Plenário em 1o turno, tratam
de defesa do consumidor. O PL 324/07, do deputado Zé Maia (PSDB),
pretendia obrigar as instituições bancárias a instalarem bebedouros
e sanitários para seus usuários. A CCJ apresentou o substitutivo
no 1, de modo que o projeto passa a alterar a Lei 14.235,
de 2002, que obrigou os bancos a oferecerem assentos para os
clientes. O substitutivo prevê que os bancos devem oferecer
bebedouros, sanitários e assentos adaptados para portadores de
deficiência. O relator, deputado Jayro Lessa, opinou pela aprovação
na forma desse substitutivo.
Também recebeu parecer favorável o PL 477/07, do
deputado Leonardo Moreira (DEM), que visa tornar obrigatória a
inclusão do telefone e endereço do Procon nas notas fiscais emitidas
no Estado. Segundo o relator, deputado Lafayette de Andrada (PSDB),
a aprovação do projeto será benéfica para os consumidores e não terá
custos para o Estado nem para as empresas. Ele apresentou a emenda
no 1, de modo a explicitar que a nova exigência só vai
valer para as notas fiscais impressas após a publicação da futura
lei.
Outros projetos analisados
A FFO também analisou o PL 186/07, que pretende
assegurar a qualificação de servidores públicos para o atendimento a
deficientes visuais nas repartições do Estado. A proposta altera a
Lei 10.379, de 1991, que reconhece oficialmente como meio de
comunicação objetivo e de uso corrente a Língua Brasileira de Sinais
(Libras). Na CCJ, o projeto recebeu o substitutivo no 1,
que retirou do texto a previsão de afixação de cartazes nas
repartições informando sobre a Lei 10.379. Esse substitutivo
suprimiu também a previsão de aplicação de recursos do Fundo de
Amparo ao Trabalhador para o treinamento dos servidores na linguagem
de sinais.
A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e
Informática, por sua vez, apresentou o substitutivo no 2,
que faz alterações mais profundas na Lei 10.379. Por esse
substitutivo, a estrutura do Centro de Capacitação de Profissionais
de Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez será utilizada
para o treinamento dos servidores. Além disso, o substitutivo
determina que os órgãos públicos e concessionárias de serviços
públicos terão pelo menos um intérprete de Libras para o atendimento
externo. Também estabelece que as escolas estaduais terão
professores treinados em Libras para cada grupo de 15 alunos com
deficiência auditiva. O parecer do relator, deputado Sebastião
Helvécio, é pela aprovação da proposta na forma do substitutivo
no 2.
Também recebeu parecer favorável o PL 56/07, do
deputado Weliton Prado, que cria o Programa Estadual de Produção
Alimentar em Pequenas Propriedades (Preapa). O objetivo é melhorar
as condições de vida e a renda do agricultor familiar mineiro, por
meio da distribuição de sementes de alta qualidade e da capacitação
técnica.
O relator, deputado Jayro Lessa, opinou pela
aprovação da proposta na forma do substitutivo no 2,
apresentado pela Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial.
Entre as mudanças propostas por esse substitutivo, está a inclusão,
entre as incumbências do Estado, da realização de programas
orientados de produção de sementes com o envolvimento dos
agricultores beneficiados pelo programa. Pelo substitutivo
no 1, da CCJ, que recebeu parecer pela rejeição, o Estado
deveria instituir uma política de incentivo à utilização de sementes
de alta qualidade nas propriedades que se dedicam à agricultura
familiar.
Ambos os projetos estão prontos para votação em
1o turno no Plenário. Também está pronto para o
1o turno o PL 1.025/07, do deputado Gil Pereira (PP), que
autoriza alienação de terreno da Ruralminas para a instalação do
distrito industrial do Projeto Jaíba. Esse projeto recebeu do
relator, deputado Jayro Lessa, parecer pela aprovação com a emenda
no 1, da CCJ.
Em 2o turno, outros três projetos de
doação de imóveis receberam pareceres favoráveis da FFO: os PLs
305/07, do governador, que autoriza permuta de imóveis com a empresa
São Gonçalo Ltda.; 320/07, do deputado Domingos Sávio (PSDB), que
autoriza doação de imóvel ao município de Ritápolis; e 456/07, da
deputada Ana Maria Resende (PSDB), que autoriza reversão de imóvel
ao município de Rio Pardo de Minas.
Análise adiada - O PL
356/07, do deputado Durval Ângelo (PT), que concede pensão especial
a Ilka do Nascimento Ribeiro, viúva do ex-deputado cassado Wilson
Modesto, não foi analisado porque o relator, deputado Sebastião
Helvécio, pediu prazo para elaborar seu parecer. E o PL 930/07, do
governador, que autoriza doação de imóvel ao município de Belo
Horizonte, foi retirado da pauta da reunião.
Requerimento - Foi
aprovado requerimento do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), para que o
PL 637/07, de sua autoria, seja apreciado em reunião conjunta da FFO
com as comissões de Administração Pública e de Assuntos Municipais e
Regionalização. Esse projeto visa mudar os critérios de distribuição
de recursos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) para os municípios.
Presenças - Deputados Zé
Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice; Agostinho Patrús
Filho (PV), Lafayette de Andrada (PSDB), Sebastião Helvécio (PDT) e
deputada Elisa Costa (PT).
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