Cipe Rio Doce programa trabalhos; Fhidro e barragens em pauta

A Cipe Rio Doce, comissão em defesa da bacia formada por deputados mineiros e capixabas, deverá se reunir na segunda ...

17/05/2007 - 00:00
 

Cipe Rio Doce programa trabalhos; Fhidro e barragens em pauta

A Cipe Rio Doce, comissão em defesa da bacia formada por deputados mineiros e capixabas, deverá se reunir na segunda semana de junho para escolher a nova diretoria e acertar a programação dos trabalhos para este ano. Na próxima terça-feira (22/5/07), os deputados mineiros que integram a Cipe vão fechar uma proposta do Estado a ser levada ao encontro de junho. Tudo isso foi acertado em reunião nesta quinta (17) pelos parlamentares de Minas. Durante o encontro com os deputados capixabas, a Cipe deverá conhecer as atividades de um grupo de trabalho para a recuperação do Rio Doce, que reúne empresários e entidades, entre outros segmentos.

O presidente da Cipe Rio Doce na legislatura passada, deputado José Henrique (PMDB), destacou a importância da participação de todos os integrantes da comissão nas atividades promovidas pelo grupo. Ele relacionou os problemas vividos na bacia, entre eles a pobreza e o êxodo rural no Médio Rio Doce. Também cobrou mais ação de governos e empresas no combate aos efeitos maléficos da atividade mineradora. A deputada Elisa Costa (PT), que coordenou a Cipe em Minas na legislatura passada, defendeu ação integrada para chamar a atenção de governos, empresas e comitês de bacia. Ela também ponderou que é preciso discutir a questão das barragens ao longo da bacia e o modelo energético brasileiro.

Por sugestão do deputado Juninho Araújo (PRTB), ficou definido que será produzido material de divulgação, a ser repassado aos municípios, explicando o "caminho das pedras" para se conseguir recursos, a fim de financiar a elaboração de projetos de recuperação da bacia. Uma constatação já feita pela Cipe Rio Doce é a de que muitos municípios, principalmente os pequenos, não têm recursos para montar um projeto de recuperação de bacia ou de construção de estação de tratamento de esgoto. Haveria verba tanto no Fundo de Recuperação e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro) quanto recursos orçamentários. O orçamento do Fhidro para este ano é de R$ 59 milhões; e, graças à Cipe, foram garantidos no orçamento de 2007 R$ 4 milhões para elaboração de projetos, a fundo perdido. Os deputados foram unânimes em destacar que é preciso divulgar que os recursos existem e quais os passos para pleiteá-los.

Cipe discutirá impactos da barragem de Baguari e participará de debate sobre o Fhidro

A Cipe Rio Doce deverá viabilizar um debate sobre os impactos da barragem de Baguari, nesse distrito de Governador Valadares. Requerimento nesse sentido foi apresentado pela deputada Elisa Costa (PT). O objetivo dela é obter informações e prestar esclarecimentos aos atingidos pela construção da barragem. A obra será feita no Rio Doce, com previsão de produção de 80,2 MW e investimento de U$ 211,05 milhões. Foi licitada no leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de dezembro de 2005, com contrato de concessão assinado em agosto de 2006 com as empresas Baguari Neoenergia, Cemig e Furnas.

Segundo a deputada, o empreendimento teve a licença prévia aprovada pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), o que tem sido questionado pelo Ministério Público Federal, que pediu a suspensão das obras para estudos mais detalhados. Segundo o órgão, uma vez que o Rio Doce está inserido nos bens da União, caberia ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) expedir a licença. De acordo com Elisa Costa, a Procuradoria da República teria constatado irregularidades no levantamento feito pela Feam, pois haveria bioma da Mata Atlântica a ser alagado: a Ilha Bonaparte. Outro problema constatado teria sido a ausência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no processo. Isso teria de ocorrer, pois a barragem atingiria o Reassentamento Liberdade, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra.

Os movimentos populares da Via Campesina, destacou a deputada, defendem uma reformulação completa do estudo e do relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) de Baguari devido à insuficiência para resguardar os direitos ambientais e sociais das populações ribeirinhas e da sociedade. Para Elisa Costa, a participação da Cipe é fundamental nessa discussão - que envolveria as concessionárias, a Feam e o Ibama, bem como as famílias dos atingidos.

Fhidro - A parlamentar também convidou a Cipe Rio Doce para participar de debate sobre o Fhidro marcado para a próxima quarta-feira (23). Ela solicitou audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária para discutir a implementação e a aplicação dos recursos do fundo. Para isso, convidou representantes dos comitês de bacia, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, do BDMG e das Cipes São Francisco e Rio Doce.

Na reunião desta quinta, os deputados Padre João (PT) e Juninho Araújo (PRTB), suplentes na Cipe, também destacaram seu empenho para somar esforços em prol da bacia do Rio Doce.

Integrantes - Foram designados em Plenário, no último dia 9 de maio, os integrantes da Cipe Rio Doce: deputados José Henrique (PMDB), Rosângela Reis (PV), Ronaldo Magalhães (PSDB), Cecília Ferramenta (PT) e Elisa Costa (PT), como membros efetivos; e deputados Adalclever Lopes (PMDB), Juninho Araújo (PRTB), Sebastião Costa (PPS), Gustavo Corrêa (DEM) e Padre João (PT), como suplentes. Pelo Espírito Santo, integrarão a Cipe os deputados Cláudio Vereza, Paulo Foletto, Luzia Toledo, José Ramos e Reginaldo Almeida. Da reunião desta quinta, participaram as deputadas Elisa Costa e Cecília Ferramenta, do PT; deputados José Henrique (PMDB), Juninho Araújo (PRTB), Padre João (PT) e Sebastião Costa (PPS); e representante do gabinete da deputada Rosângela Reis (PV).

 

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