Reajuste dos servidores da segurança passa em comissão no 2º turno

Está pronto para ser discutido e votado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em 2º turno, o proje...

16/05/2007 - 00:03
 

Reajuste dos servidores da segurança passa em comissão no 2º turno

Está pronto para ser discutido e votado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em 2º turno, o projeto que reajusta os salários dos servidores da área da segurança pública em 33,1% até 2009. O Projeto de Lei (PL) 929/07, do governador, recebeu parecer favorável da Comissão de Administração Pública na manhã desta quarta-feira (16/5/07). O relator, deputado Domingos Sávio (PSDB), opinou pela aprovação da matéria na forma original, sem emendas. Na reunião, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) apresentou seis propostas de emenda, todas rejeitadas. Ele reafirmou que, da forma como foi votado em 1º turno, o PL não atende aos servidores.

As seis propostas de emenda tratavam da gratificação por exercício de atividade noturna; incorporação do vale-alimentação ao salário-base de agentes de segurança penitenciário e socioeducativo; regulamentação do adicional de periculosidade; pagamento dos 33,1% de reajuste em parcela única e não em três vezes, como determina o projeto; criação da jornada de trabalho de 40 horas semanais para toda a categoria, a exemplo do que ocorreu com os policiais civis; e data-base em 1º de junho.

O que diz o PL - O PL 929/07 concede reajuste de 10% para policiais civis, militares, bombeiros e agentes de segurança penitenciários e socioeducativos, a partir de setembro de 2007; e, sobre os valores resultantes da aplicação desse reajuste, o projeto determina um índice de 10% em setembro de 2008 e, nessa mesma lógica, em setembro de 2009. Outros cargos mais graduados dentro das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros terão aumentos entre 11,2% e 14,83%, em setembro de 2007, com a previsão de novos índices em 2008 e 2009. O impacto financeiro do reajuste proposto será da ordem de R$ 1,09 bilhão (leia detalhes do projeto abaixo).

Na avaliação do relator, na forma como estão propostos, os reajustes fazem parte de uma política de segurança pública voltada para a integração das forças policiais e o alcance de uma remuneração justa para os policiais. "Tais medidas têm por base uma ação consciente das prioridades na área de segurança pública, tendo ainda em vista a disponibilidade de recursos", destaca Domingos Sávio em seu parecer.

Sargento Rodrigues defende aprovação de emendas; relator opina pela rejeição

Ao apresentar suas seis propostas de emendas, o deputado Sargento Rodrigues (PDT) fez críticas ao conteúdo do projeto e à forma como ele tramitou, sem a realização de, por exemplo, audiência pública para possibilitar o debate. Ele reafirmou que a proposição não atende aos servidores da área de segurança pública, acrescentando que a insatisfação é generalizada. Fazendo referência à aprovação do projeto pelo Plenário, em 1º turno, na noite da última terça-feira (15), o parlamentar disse que o desagrado dos servidores deverá estar refletido na tarde desta quarta (16), quando haverá manifestação da categoria na Praça da Liberdade. O ato será às 15 horas.

O deputado questionou o porquê de não terem sido aprovadas, em 1º turno, no Plenário, emendas de sua autoria que propunham que o reajuste fosse implementado em maio e que estabeleciam a data-base da categoria em 1º de maio. Segundo ele, o próprio governo, ao encaminhar na legislatura passada projeto sobre a política remuneratória dos servidores, havia fixado essa mesma data-base.

Ele voltou a pedir aos deputados apoio para mudanças no projeto. Fez, ainda, duras críticas ao que classificou como diferença de tratamento entre projetos que beneficiam servidores e outros que tratam de reajuste para os membros dos Poderes de Estado, Ministério Público e Tribunal de Contas. "Para a casta tudo pode. Quando é para o servidor, parcela-se", opinou Sargento Rodrigues, que cobrou coerência dos parlamentares para com os servidores públicos. Ele acrescentou que, caso chegue à Assembléia projeto do Judiciário e do Ministério Público propondo reajuste salarial de uma única vez, ele apresentará emenda sugerindo o parcelamento. "O texto frio da lei não pode estar acima das questões sociais", completou, citando o renomado jurista Paulo Neves de Carvalho.

Palavra do relator - Apesar de elogiar o empenho de Rodrigues na defesa dos servidores da segurança, o deputado Domingos Sávio (PSDB) afirmou que as emendas não poderiam ser acatadas, por invadirem a competência privativa do governador de legislar sobre a matéria. Como exemplo, citou as que tratam da data-base e do adicional de periculosidade (que deve ser tratado em projeto de lei complementar). Ele ponderou, ainda, que emenda oriunda do Legislativo aumentando salário de servidor é inconstitucional, tendo sido a matéria já transitada em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). Domingos Sávio também disse não ser justo considerar os deputados insensíveis por opinarem pela aprovação do projeto na forma original, defendendo que os parlamentares contribuam para que o Estado continue avançando, equilibrando suas finanças.

Sobre as críticas feitas por Sargento Rodrigues a projetos que deram reajuste em parcela única ao Judiciário e ao Ministério Público, o relator classificou como injusta a comparação feita pelo deputado do PDT. "Não vai ser dizendo que os membros do Judiciário são uma casta, que resolveremos o problema. Precisamos de uma reforma profunda daquele Poder. Já o equilíbrio do Estado de Direito está no Ministério Público, que precisa ser forte, independente, com remuneração adequada", opinou.

Detalhes do PL 929/07

O PL 929/07, em detalhes, traz o seguinte escalonamento de reajuste:

* Para os cargos das carreiras dos policiais civis; postos e graduações da PM e do Corpo de Bombeiros Militar; carreiras de agente de segurança penitenciário e socioeducativo: 10% de reajuste a partir de 1º/9/07. Também se propõe esse reajuste para os valores remanescentes das parcelas mensais dos contratos temporários de prestação de serviços de agentes de segurança penitenciário e socioeducativo, celebrados com base em lei de 1990. Sobre os valores resultantes da aplicação desse reajuste, o PL estabelece um reajuste de 10% com vigência a partir de 1º/9/08.

* Para o posto de tenente-coronel da PM e do Corpo de Bombeiros Militar e o cargo de delegado de Polícia, nível especial, grau E, 14,83% de reajuste a partir de 1º/9/07. Sobre os valores resultantes da aplicação desse reajuste, o PL estabelece um índice de 14,62% a partir de 1º/9/08.

* Para o posto de terceiro-sargento da PM e do Corpo de Bombeiros Militar e o cargo de agente de Polícia, nível II, grau E, e de escrivão de Polícia, nível II, grau E, 11,8% de reajuste a partir de 1º/9/07.

* Para os cargos de agente de Polícia, nível III, grau A, e de escrivão de Polícia, nível III, grau A, 11,2% de reajuste a partir de 1º/9/07. Sobre os valores resultantes da aplicação do reajuste de 11,8% e de 11,2%, o PL estabelece um reajuste de 11,77% a partir de 1º/9/08.

Finalmente, para o ano de 2009, a partir de 1º de setembro, propõe-se um reajuste de 10%, comum a todas as categorias de servidores, sobre os valores resultantes dos reajustes anteriores. Serão revistos, ainda, os proventos dos servidores inativos em face dos reajustes propostos, nos termos da Constituição Federal.

Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente; Ademir Lucas (PSDB), vice; Chico Uejo (PSB), Domingos Sávio (PSDB), Inácio Franco (PV), Ivair Nogueira (PMDB), Sargento Rodrigues (PDT), Delvito Alves (DEM) e Antônio Genaro (PSC).

 

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