Comissão verifica superlotação em cadeia de Ponte Nova

Quatro anos depois de sua última visita, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais vol...

11/05/2007 - 00:01
 

Comissão verifica superlotação em cadeia de Ponte Nova

Quatro anos depois de sua última visita, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais voltou à cadeia pública de Ponte Nova nesta sexta-feira (11/5/07), ao receber novas denúncias de superlotação e mortes suspeitas. O presidente da Comissão, deputado Durval Ângelo (PT), foi informado por pastorais e entidades de apoio aos sentenciados sobre seis mortes dentro das celas nos últimos três anos, sendo duas em 2007. Atualmente, 167 presos dividem as celas, onde caberiam no máximo 60, se respeitadas as normas internacionais que determinam seis metros quadrados por preso. Entre os presos há 14 menores e sete mulheres.

O delegado Wanderley Miranda, há oito anos titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida e gestor da cadeia pública, considera que o ambiente seria suportável com até 70 presos. Para o delegado, a maior prioridade em Ponte Nova é o envio de agentes penitenciários para que os dez policiais militares e 12 policiais civis que fazem a guarda dos internos possam retornar à função policial. Em segundo lugar, pede uma casa de albergados, afastada da cadeia, para evitar sua contaminação pelos criminosos de maior periculosidade.

A maioria dos condenados foram acusados por tráfico de drogas e furtos. A principal queixa dos presos é a falta de assistência judiciária. O deputado fez uma lista de nomes para encaminhar à Defensoria Pública e verificar os tempos de condenação, pois muitos detentos acreditam já terem direito à liberdade. Queixas quanto à qualidade da comida não impressionaram o deputado Durval Ângelo, que disse já ter visto condições piores em outras cadeias.

O deputado não viu motivos para duvidar da versão de suicídio de pelo menos um dos presos, já que os depoimentos colhidos pareceram coerentes e sinceros. "Vamos pedir um esforço conjunto do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Judiciário local para assegurar o atendimento a esses direitos básicos, de modo a pacificar a cadeia de Ponte Nova. O problema do preso não é só da Polícia ou do Estado. É de toda a sociedade, que não lhe deu escola nem oportunidade de trabalho, e agora tem que dar cadeia", afirmou o parlamentar. Depois da visita, o deputado se reuniu na Igreja de São Pedro com representantes da Pastoral Carcerária, vereadores ligados aos Direitos Humanos e empresários que dão ajuda aos presos.

 

 

 

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