Crise em Teófilo Otoni será investigada pela Comissão de Saúde

O deputado Getúlio Neiva (PMDB) tem qualificado como "caótica" a situação da saúde pública em Teófilo Otoni, cidade d...

27/04/2007 - 00:01
 

Crise em Teófilo Otoni será investigada pela Comissão de Saúde

O deputado Getúlio Neiva (PMDB) tem qualificado como "caótica" a situação da saúde pública em Teófilo Otoni, cidade da qual foi prefeito até 2004. Ele atribui ao secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana, a afirmação de que o maior problema de saúde, hoje, no Estado, está localizado nessa cidade. Neiva denunciou também o fechamento do Hospital Municipal Raimundo Gobira e a ameaça de fechamento do São Lucas e do Vera Cruz. Os casos de dengue notificados, segundo o deputado, são 4,4 mil, e os não notificados, segundo pesquisa do Ministério da Saúde, chegariam a 22 mil, o que configuraria epidemia.

A requerimento dele, a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se deslocará para uma visita à cidade na próxima quinta-feira (3/5/07). A partir das 9h30, haverá uma visita ao hospital municipal e depois a outras unidades de saúde do município. O presidente da Comissão, deputado Carlos Mosconi (PSDB), confirmou sua presença e disse que deseja contribuir para melhorar o atendimento à população e para assegurar o funcionamento dos hospitais.

Getúlio Neiva disse que obteve, junto ao Governo do Estado, o envio a Teófilo Otoni de oito veículos UBV para pulverização contra o mosquito da dengue. Apelou à prefeita Maria José Haueisen (PT) que aceite a ajuda que o Governo está oferecendo para enfrentar a crise de saúde na cidade. A prefeita disse que a presença dos deputados será muito bem-vinda para conhecer a situação que o município enfrenta e que acompanhará toda a visita dos integrantes da Comissão de Saúde. Afirmou que aceita qualquer ajuda "que não fique no discurso, mas que se traduza em ação coerente".

Segundo ela, o hospital Raimundo Gobira não está fechado e o ambulatório continua atendendo cerca de 800 pessoas, diariamente. Apenas as internações foram suspensas este ano porque o hospital não apresentava as condições exigidas pela Central de Leitos. A cidade recebeu verbas do ProHosp para reforma da internação, mas ainda não teve condições de aplicá-las inteiramente. "Desde fevereiro enfrentamos uma greve de ortopedistas, embora nossa remuneração pelos plantões seja a melhor da região. Mas estamos já chegamos a um acordo com eles", informa a prefeita.

Getúlio Neiva afirma que o problema do hospital municipal é má-gestão, porque teria recebido recursos do ProHosp no valor de R$ 1,2 milhão no ano passado sem prestar contas e sem concluir a reforma. "Quando fui prefeito, tomei o hospital da Maçonaria e elevei o faturamento do SUS de R$ 70 mil para R$ 240 mil. Hoje, esse faturamento caiu para R$ 50 mil", afirma.

A prefeita Maria José contrapôs que o município gasta 26% do seu orçamento com Saúde, quando a lei lhe exige apenas 15%. "Mesmo assim não é suficiente, e lutamos com recursos minguados para atender uma imensa região com 63 municípios, e ainda recebemos pacientes do Espírito Santo e da Bahia".

A secretária Municipal de Saúde, Ildete Silva Mota, assegura que não há risco de fechamento dos hospitais São Lucas e Vera Cruz, e que estes apenas estariam cogitando descredenciar-se do SUS por causa da defasagem da tabela. "Esse não é um problema local, mas ocorre em todo o Estado", afirmou.

Ildete Mota confirma 3 mil casos de dengue notificados na cidade, e outros 3 mil não notificados, mas nega que tenha havido aumento nos índices. "Retornamos aos mesmos níveis de 2003 e 2004, porque em 2005 e 2006 não tivemos dengue na cidade", afirmou, acrescentando que não há registro de nenhum caso de dengue hemorrágica, nem de mortes causadas pela doença. Informou também que as ações preventivas, como o controle de focos da doença e esclarecimento à população tinham sido intensificadas e aprovadas pelo secretário adjunto da Saúde de Minas, Luiz Márcio Araújo.

 

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