Ciro Gomes defende projeto de transposição do São
Francisco
O ex-ministro e deputado federal Ciro Gomes
(PSB-CE) defendeu o projeto de transposição do Rio São Francisco e
reclamou dos que, segundo ele, tratam a questão de forma unicamente
política. A convite do deputado Almir Paraca (PT), Ciro esteve,
nesta quinta-feira (26/04/2007), na Assembléia Legislativa de Minas
Gerais para um debate sobre o polêmico tema.
O parlamentar desmentiu a informação de que a
transposição vá secar ou prejudicar o rio, ao lembrar que apenas
1,4% da vazão apurada na foz será transposto. "O volume de água a
ser transposto é mínimo, mas o suficiente para acabar com a
insegurança hídrica em boa parte do Nordeste", defendeu. Segundo os
estudos apresentados pelo deputado, atualmente são usados, para
consumo humano, projetos de irrigação e indústrias, 91 m3
por segundo de água do São Francisco. E a capacidade é de 360
m3 por segundo.
Muito questionado, Ciro Gomes mostrou outras
experiências de transposição que deram certo no mundo e ressaltou
que o projeto do São Francisco foi feito pelos técnicos mais
qualificados do País. "Para quem não sabe, a água que chega ao
reservatório de Guandu, para abastecer o Rio de Janeiro, é
transposta do Rio Paraíba do Sul, na razão de 80%". De acordo com o
parlamentar, existem 272 cidades que jogam esgoto in natura
no rio. Destas, 250 não têm sequer projeto de saneamento. "O governo
federal reservou R$ 16 bilhões para o saneamento, e parte do
dinheiro está parada por falta de projetos", lamentou.
Ciro causou polêmica na platéia ao criticar Dom
Frei Luiz Cappio, que fez uma greve de fome contra a transposição, e
um professor do Rio Grande do Norte, a quem chamou de idiota, por
defender uma tese de que sobra água no Nordeste.
Para o deputado Carlin Moura (PCdoB), tanto os
defensores quanto os que são contrários têm suas razões e devem ser
avaliadas. "Pelo menos esse projeto pensa o Brasil como um todo e
resgata a idéia do rio como integração nacional", opinou.
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