Presos em Contagem vivem em condições desumanas

Em um apertado cubículo sem luz e ventilação, 33 homens simplesmente esperam o tempo passar em meio à sujeira e ao ma...

12/04/2007 - 00:00
 

Presos em Contagem vivem em condições desumanas

Em um apertado cubículo sem luz e ventilação, 33 homens simplesmente esperam o tempo passar em meio à sujeira e ao mau cheiro, espremidos num espaço de 9m², que lhes obriga a dormir de pé ou de cócoras. Projetadas para receber 40 presos, as três celas do 2º Distrito Policial de Contagem abrigam hoje 106 detentos, situação que preocupa a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. Na tarde desta quinta-feira (12/4/07), os deputados Carlin Moura (PCdoB) e Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão, visitaram a delegacia, acompanhados de defensores públicos, para avaliar a situação dos detentos. "O inferno de Dante oferece uma visão mais agradável", afirmou Durval.

O quadro já foi pior, de acordo com o delegado titular Cleber Baroni dos Santos. Segundo ele, o distrito já chegou a abrigar 176 pessoas. "A situação realmente é insustentável. E existem ameaças constantes de rebelião. Mas não temos para onde transferir esse pessoal", informou.

Nas carceragens, presos já condenados se misturam a outros ainda aguardando julgamento. A Comissão constatou que três deles estão com tuberculose; outros quatro informaram ser portadores do vírus da Aids. "Temos que sensibilizar as autoridades. Esta prisão não pode mais continuar funcionando. Até porque sai caro para a sociedade manter um preso aqui", opinou Durval Ângelo.

A delegacia conta com 24 policiais, sendo que pelo menos metade deles fica por conta dos presos, em trabalhos de guarda e transporte dos encarcerados, o que revoltou os parlamentares. "Ainda por cima, há um desvio de função dos policiais civis, que deveriam estar investigando os crimes e são obrigados a ficar nas carceragens", reclamou Carlin. O parlamentar acusou o Estado de "irresponsável" e pediu a imediata transferência dos detidos. "Esta situação é ilegal. O poder público não pode ser omisso diante destes depósitos de humanos, que criam mais bandidos".

Polêmica - A situação degradante do 2° DP não é nova. Em novembro de 2005, o então juiz da Vara de Execuções Criminais de Contagem, Livinghston José Machado, determinou a soltura de 16 presos em função da superlotação da carceragem, fato que ganhou repercussão nacional.

 

 

 

 

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