Dengue está sob controle em Minas Gerais
A dengue é uma doença sob controle em Minas Gerais
e Belo Horizonte, garantiram autoridades de saúde que participaram
de audiência pública da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa
de Minas Gerais nesta quinta-feira (12/4/07). A reunião, solicitada
pelo deputado Eros Biondini (PHS), serviu para que os membros da
comissão tomassem conhecimento das ações governamentais que estão
sendo desenvolvidas para controlar a doença.
Há epidemias localizadas em algumas cidades do
interior, mas houve uma sensível redução do número de casos de
dengue em Minas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). No
primeiro trimestre deste ano, foram notificados 12 mil casos da
doença, contra 20 mil ocorrências no mesmo período do ano passado.
"Houve uma redução significativa, e isso se deve ao trabalho árduo
que vem sendo desenvolvido pelas prefeituras", explicou o gerente de
vigilância ambiental da SES, Francisco Leopoldo Lemos.
Segundo Lemos, havia a possibilidade real de uma
explosão da doença no último verão, em virtude da descontinuidade
dos programas municipais de controle, da desmobilização da população
e da presença do vírus do tipo 3. Ele credita o controle da epidemia
a um programa desenvolvido pelo governo do Estado, que mapeou as
áreas mais vulneráveis à doença, capacitou profissionais de saúde,
investiu em campanhas de conscientização da população e destinou
recursos da ordem de R$ 3,3 milhões para os municípios com focos de
infestação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da
dengue.
Em Belo Horizonte, são desenvolvidas diversas ações
para evitar uma nova epidemia da doença. De acordo com a gerente de
vigilância, saúde e informação da Secretaria Municipal de Saúde
(SMS), Celeste de Souza Rodrigues, essas ações envolvem visitas
domiciliares, aplicação de inseticida, mutirões de limpeza e
campanhas educativas. "São ações diárias que não podem deixar de ser
realizadas, se não quisermos ser surpreendidos por uma nova
epidemia", ressaltou.
O índice de infestação domiciliar pelo Aedes
aegypti na Capital é de 1,8%, segundo o último levantamento da
SMS, feito em março. Está acima do índice ideal (1%), mas representa
uma queda em relação à última medição, feita em janeiro, quando esse
percentual chegou a 4,7%. No ano passado, foram registrados cerca de
650 casos de dengue em Belo Horizonte. Até o dia 9 de abril, haviam
sido notificadas 560 ocorrências da doença, mas Celeste Rodrigues
garante que a situação está sob controle. No verão de 1998, Belo
Horizonte enfrentou uma grande epidemia de dengue, com cerca de 90
mil casos.
Leishmaniose: R$ 2 mi de investimentos
Após a epidemia de 2004, a leishmaniose é outra
doença sob controle em Minas Gerais, como garantiu Francisco Lemos.
Desde 2005, o governo do Estado repassou quase R$ 2 milhões para as
prefeituras das cidades mais atingidas pela doença. O dinheiro
serviu para o mapeamento de áreas de risco, capacitação de técnicos
e estruturação de serviços de vigilância sanitária.
A doença é causada pelo protozoário Leishmania
chagasi, transmitido pela picada do chamado mosquito-palha, e
que tem como hospedeiro intermediário o cachorro. No homem, a
leishmaniose causa febre e emagrecimento, ataca o fígado e o baço,
podendo levar à morte.
Em Belo Horizonte, o pico da epidemia foi em 2004,
quando foram registrados 134 casos (com 25 mortes). No ano passado
foram 113 casos (com dez mortes), e neste ano já foram confirmadas
17 ocorrências (com uma morte), segundo a gerente de controle de
zoonoses da Prefeitura de Belo Horizonte, Vanessa Pires
Fiúza.
Envolvimento da população - O deputado Eros Biondini ressaltou a importância do envolvimento
de todos os cidadãos no combate à dengue, uma vez que a maioria dos
focos do mosquito transmissor encontra-se dentro das residências. Já
o presidente da comissão, deputado Carlos Mosconi (PSDB), elogiou a
atuação da SES e da SMS no controle da dengue e da leishmaniose.
A comissão aprovou requerimento do deputado Eros
Biondini para a realização de audiência pública para debater surtos
de meningite no Vale do Aço e na Zona da Mata.
Presenças - Deputados
Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Hely Tarqüínio (PV), vice; Carlos
Pimenta (PDT), Doutor Rinaldo (PSB), Ruy Muniz (DEM), Eros Biondini
(PHS) e Délio Malheiros (PV). Também participaram da reunião os
professores da PUC Minas Betim, Maria da Consolação Cunha e Vítor
Márcio de Oliveira.
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