Vara especializada para mulher e criança será criada

Em um encontro com deputados estaduais realizado nesta terça-feira (10/4/07), o presidente do Tribunal de Justiça de ...

10/04/2007 - 00:00
 

Vara especializada para mulher e criança será criada

Em um encontro com deputados estaduais realizado nesta terça-feira (10/4/07), o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Orlando Adão Carvalho, assumiu o compromisso de criar nos próximos dias uma Vara Especializada em Crimes contra a Mulher e a Criança. A reunião aconteceu na sede do Tribunal de Justiça, com a participação do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo (PT); do presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Sargento Rodrigues (PDT); dos deputados Délio Malheiros (PV) e Luiz Tadeu Leite (PMDB); e da deputada Cecília Ferramenta (PT), representando a bancada feminina do Legislativo mineiro.

O objetivo da visita dos parlamentares ao presidente do TJ foi pedir a criação do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, previsto na Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006, a chamada "Lei Maria da Penha". A lei institui diversas medidas para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. De acordo com o desembargador Orlando Carvalho, a criação da Vara é uma providência imediata, uma vez que não é possível criar, no curto prazo, um órgão mais complexo, como o Juizado. A criação da nova vara acontecerá, segundo o desembargador, por meio da transformação da atual 1ª Câmara Criminal do Fórum de Belo Horizonte, que hoje já se dedica a casos de violência contra mulheres. O novo órgão também cuidará dos casos de violência contra crianças e adolescentes.

Ao contrário da vara, o Juizado Especial deverá incluir, em sua estrutura, representantes da Defensoria Pública, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, assistentes sociais e psicólogos. "Essa interdisciplinaridade é fundamental para um atendimento mais eficiente às vítimas desse tipo de violência", afirmou a deputada Cecília Ferramenta.

O deputado Durval Ângelo afirmou que a criação da vara é uma conquista importante, em um primeiro momento, mas uma solução provisória. Ele acredita que o juizado será criado no futuro, uma vez que está previsto em lei. Para ele, o órgão é a melhor solução para combater a impunidade. "A violência doméstica é de uma perversidade muito grande, porque é acobertada pelo manto protetor do lar. O silêncio implica em uma impunidade muito grande", afirmou o parlamentar.

Para o deputado Sargento Rodrigues, é necessário dar algum tempo para o Poder Judiciário se organizar, a fim de criar o Juizado Especial. "Temos que entender que o Tribunal precisa se organizar melhor, para que isso seja efetivado", afirmou.

Procuradoria - Representantes da bancada feminina da Assembléia também encaminharam ao Ministério Público de Minas Gerais, nesta terça-feira (10/4/07), um pedido de apoio para criação do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Apesar dessa criação ser de competência do Judiciário, a deputada Cecília Ferramenta disse que as parlamentares estão determinadas a mobilizar para esta causa o maior número possível de autoridades. "Vamos continuar nessa luta para a criação do juizado, porque ele teria muito mais condições para dar o suporte necessário às vítimas. Também discutimos isso com o Ministério Público, a fim de mobilizar todas as forças que possam contribuir para a criação desse órgão", afirmou a deputada.

As representantes da bancada feminina da Assembléia foram recebidas pelo procurador-geral adjunto, Fernando Fagundes. Participaram do encontro as deputadas Cecília Ferramenta, Maria Lúcia Mendonça (DEM), Rosângela Reis (PV) e Elisa Costa (PT).

 

 

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