Semad trabalha para evitar novos acidentes com barragens de rejeito

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) prepara-se para divulgar o cadastro com...

04/04/2007 - 00:01
 

Semad trabalha para evitar novos acidentes com barragens de rejeito

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) prepara-se para divulgar o cadastro com a situação das cerca de 700 barragens de rejeitos de minério de Minas Gerais, informou o secretário José Carlos Carvalho em reunião da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (4/4/07). Ele foi convidado para fazer um balanço de sua atuação à frente da secretaria no primeiro mandato de Aécio Neves e para informar quais são os projetos da pasta para os próximos quatro anos. O monitoramento da situação das barragens foi um dos pontos destacados pelo secretário.

"Não dá para falar de risco zero nas barragens de Minas Gerais. Mas temos a obrigação de reduzir riscos, e procuramos fazê-lo da melhor maneira possível", afirmou José Carlos Carvalho. Ele informou que, desde 2005, estão em vigor novas recomendações técnicas e a auditoria obrigatória para averiguar a situação das barragens. Adiantou também que em breve será criado um sistema de gestão de risco, de modo a evitar a ocorrência de acidentes como o rompimento da barragem de rejeitos da Mineração Rio Pomba em Miraí, na Zona da Mata, em janeiro deste ano.

Questionado pela deputada Elisa Costa (PT) sobre a situação na cidade, onde a inundação de lama de bauxita causou prejuízos da ordem de R$ 64 milhões, Carvalho informou que o caso foi tratado com rigor pela Semad. "Não vamos permitir a retomada da mineração no local e a empresa já começou a indenizar as famílias atingidas. Foi aplicada uma multa e o recurso apresentado pela mineradora já está em fase final de julgamento no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam)", respondeu o secretário.

Elisa Costa também questionou o secretário sobre a investigação da mortandade de peixes no Rio São Francisco, na altura do lago da hidrelétrica de Três Marias. José Carlos Carvalho informou que técnicos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF) já estão no local fazendo um levantamento da extensão dos danos e da quantidade de peixes mortos, que já ultrapassa dez toneladas. O incidente, segundo o secretário, decorre de falhas na operação de uma turbina e do vertedouro da usina de Três Marias. Ele garantiu que a multa a ser aplicada será proporcional aos danos causados.

Já o deputado Carlos Pimenta (PDT) cobrou do secretário maior agilidade no licenciamento ambiental de 58 barragens projetadas para o Norte de Minas. Carvalho rebateu as acusações de morosidade e atribuiu a demora ao governo Federal, responsável pelas obras. Segundo ele, o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) e a Codevasf não apresentam uma solução para as famílias que serão atingidas pelos barramentos, e é isso que emperra a liberação dos empreendimentos. "Não vamos cometer a irresponsabilidade de liberar a construção das barragens sem a questão dos reassentamentos resolvida", garantiu.

Transposição do São Francisco recebe críticas

A proposta de transposição do Rio São Francisco foi duramente criticada pelo secretário José Carlos Carvalho. Ele avalia que a maior parte dos recursos do projeto serão destinados para projetos de irrigação, e não para garantir o fornecimento de água para consumo humano no sertão do Nordeste.

O deputado Fábio Avelar (PSC) informou que está colhendo assinaturas de parlamentares para um manifesto contra a transposição, e defendeu a realização de um referendo popular sobre a proposta. Já o presidente da comissão, deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), que solicitou a realização da audiência, avalia que falta empenho do governo do Estado para impedir a transposição. "O posicionamento militante do governador Aécio Neves é capaz de brecar a falta de racionalidade desse projeto", afirmou.

O deputado Domingos Sávio (PSDB), por sua vez, propôs a realização de um seminário legislativo para discutir a relação entre licenciamento ambiental e desenvolvimento sustentável. E o deputado Dinis Pinheiro (PSDB) defendeu que a Semad adote tratamento diferenciado para os municípios mais pobres, que não têm condições de implementar seus aterros sanitários dentro do prazo estipulado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

Presenças - Deputados Sávio Souza Cruz (PMDB), presidente; Fábio Avelar (PSC), vice; Wander Borges (PSB), Jayro Lessa (DEM), Dinis Pinheiro (PSDB), Célio Moreira (PSDB), Domingos Sávio (PSDB), Hely Tarqüínio (PV), Carlos Pimenta (PDT), Carlin Moura (PCdoB), Paulo Guedes (PT) e Ronaldo Magalhães (PSDB) e a deputada Elisa Costa (PT).

 

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