Trincheira de Santa Luzia deve ser entregue até janeiro de
2008
As trincheiras de acesso ao município de Santa
Luzia e região industrial de Simão Cunha, na BR-381, Região
Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), devem ser concluídas entre
novembro deste ano e janeiro de 2008. Essa foi a informação
repassada pelo capitão do Exército, João Freire, responsável pelo
canteiro de obras, aos cinco deputados que participaram da visita,
ao local, da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas,
requerida pelo vice-presidente da comissão, deputado Juninho Araújo
(PSB). O objetivo dos parlamentares foi saber o motivo do atraso da
obra, prevista para ser entregue ainda no primeiro semestre de
2007.
De acordo com o capitão Freire, são três os
principais fatores que estão prejudicando o andamento da trincheira:
as chuvas, que segundo ele, durante quatro meses, impediram os
trabalhos; a demora na licitação de empresas para fazer serviços que
o Exército não executa; e a liberação dos recursos federais. Dos R$
7,5 milhões previstos no projeto, foram liberados e gastos cerca de
R$ 2 milhões.
O oficial explicou que a previsão era de conclusão
em 455 dias - prazo que ainda não expirou, ao se considerar que a
obra teve início em abril de 2006. Pelos cálculos do capitão, a
pista principal deve ser liberada dentro de três a quatro meses, o
que já facilitaria o tráfego. Na próxima quarta-feira, antevéspera
da Sexta-feira da Paixão, será feito um recapeamento na pista de
rolagem para melhorar o trânsito. De acordo com o supervisor do
Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) de
Contagem, Alexandre Oliveira, o trecho tem um fluxo médio de 30 mil
veículos por dia e convive com congestionamentos diários, além de
altos índices de acidentes.
Segundo informações do gabinete de Juninho Araújo,
os usuários enfrentam congestionamentos diários que chegam a 3 km no
horário de pico e chegam a 12 km nos feriados prolongados. A obra
atenderá aos moradores de Santa Luzia e facilitará o acesso a outros
municípios como Taquaraçu, Jaboticatubas, Sete Lagoas, Belo
Horizonte e João Monlevade.
Reflexão - O presidente da
comissão, deputado Gustavo Valadares (DEM) questionou a viabilidade
de obras que são repassadas diretamente para o Exército. A intenção
é evitar a burocracia da licitação, pois órgãos do governo são
dispensados dessa exigência legal; e economizar com os gastos, pois
o custo do Exército já faz parte do orçamento dessa força armada. O
parlamentar analisa, no entanto, que tanto atraso acaba anulando
essas facilidades. "O que se economiza, acaba se gastando com o
atraso e sendo diluído com o prejuízo inestimável à população com os
engarrafamentos e os acidentes que continuam", pondera. A principal
preocupação do deputado é com o atraso de quase um ano que a obra
terá para ser entregue.
O vice-presidente da comissão, Juninho Araújo,
considera que se for cumprida a promessa de entregar a pista
principal em três meses, o fluxo de veículos será facilitado. Ele
também ficou satisfeito com a agilidade de recapear a pista já esta
semana para melhorar o tráfego. Pessimista, o deputado Ronaldo
Magalhães (PSDB) não acredita que a obra será concluída no prazo
estipulado pelo oficial.
O deputado Fábio Avelar (PSC) também alerta para a
morosidade no desenvolvimento da obra o que, acredita, impedirá a
conclusão a contento. "Um dos motivos apontados foi o atraso no
repasse dos recursos federais. Isso é agravante e a comissão tem que
cobrar do Dnit que não ocorra mais", sugeriu.
Já o deputado Wander Borges (PSB) lembrou que só a
construção da trincheira não resolverá o problema da região. Segundo
ele, o estreitamento na ponte sobre o Rio das Velhas, a cerca de 2
km do local, já é fator de congestionamento. Para o deputado, a
solução definitiva só chegará com a duplicação da rodovia e a
construção do Rodoanel. O representante do Dnit afirmou que a
duplicação já está sendo estudada, mas a licitação só poderá ser
feita em pelo menos 18 meses.
Presenças - Deputados
Gustavo Valadares (DEM), presidente; Juninho Araújo (PSB),
vice-presidente; Fábio Avelar (PSC), Ronaldo Magalhães (PSDB),
Wander Borges (PSB); o assessor parlamentar da 4ª Região Militar e
4ª Divisão do Exército, coronel Evandro Bartolomeu Vidal; o diretor
de Obras da Prefeitura de Santa Luzia, José Carlos Monteiro da Mata,
e os citados na matéria.
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