Secretário da Saúde levará reivindicações a Brasília em abril

Um documento com as principais reivindicações de Minas na área da saúde será apresentado ao ministro José Gomes Tempo...

28/03/2007 - 00:00
 

Secretário da Saúde levará reivindicações a Brasília em abril

Um documento com as principais reivindicações de Minas na área da saúde será apresentado ao ministro José Gomes Temporão, em encontro que deve acontecer no final de abril, em Brasília. Entre as prioridades, está o aumento do teto financeiro para média e alta complexidade, hoje fixado em R$ 2 bilhões anuais, e o credenciamento de mais de 200 leitos de UTI neo-natal, pediátrica e adulta. Os pedidos serão levados à capital federal pelo secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana, que falou, nesta quarta-feira (28/3/07), à Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A reunião da comissão foi solicitada pelo presidente, deputado Carlos Mosconi (PSDB).

Comissão é parceira - Marcus Pestana, que é deputado estadual pelo PSDB e está licenciado para ocupar o cargo de secretário, convidou os deputados a participarem do encontro em Brasília. Nessa reunião, ele também pretende negociar a ampliação do teto financeiro para média e alta complexidade em R$ 200 milhões, aprovados por meio de emenda da bancada federal de Minas ao Orçamento de 2007. O objetivo é aplicar no credenciamento das UTIs. O secretário também disse que pretende vir à ALMG a cada três meses, para prestar contas das ações de governo. "A comissão será a principal interlocutora da Secretaria para a formulação das políticas públicas de saúde, pois não há fórum mais legítimo que a Assembléia para representar os interesses da população mineira", completou.

Em resposta, o presidente Mosconi destacou que a comissão tem o importante papel de levar as reivindicações da população ao governo. O deputado Carlos Pimenta (PDT) ressaltou que a comissão quer participar das ações da Secretaria nos próximos quatro anos e pretende defender mais recursos para o setor. Afirmando que não estava fazendo contraponto ao Executivo, já que é da base de apoio ao governo na ALMG, o deputado reivindicou que os recursos aplicados na assistência à saúde e previdência dos militares e servidores públicos, por exemplo, não sejam contabilizados para efeito de cumprimento da Emenda Federal 29, de 2000. Essa emenda, ainda não regulamentada, assegura recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. Para Pimenta, acabando com o que classificou de "maquiagem", sobrará mais verba para se fazer mais pelo setor.

Secretário destaca reforma do Hospital João XXIII, Saúde em Casa e Pró-Hosp

Marcus Pestana falou aos deputados sobre várias ações de governo e projetos para os próximos quatro anos. Destacou que a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) está evoluindo em produtividade e descartou a expansão para novas unidades. "Nossa intenção é montar estruturas gerenciais flexíveis e apostar nas organizações sociais", afirmou. Segundo informações da Secretaria, foram aplicados em saúde, no ano passado, R$ 2,172 bilhões (13,2% do Orçamento estadual). A previsão é aplicar, em 2007, R$ 2,351 bilhões (13,48%).

Ele apontou como um desafio o maior programa de investimento já feito no Hospital João XXIII, referência em atendimento de politraumatizados. Segundo ele, até o primeiro semestre de 2008, o hospital estará completamente reformado, com investimentos do governo estadual da ordem de R$ 28 milhões. Quando as obras estiverem concluídas, completou, serão oferecidos à população mais de 60 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), zerando o déficit da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Outra ação de governo destacada foi o Saúde em Casa, projeto de qualificação e valorização do Programa Saúde da Família (PSF). Pestana anunciou que a meta é chegar ao final do mandato com 3,8 mil equipes formadas. Hoje esse número é de 3,4 mil, contra pouco mais de 2 mil do Estado de São Paulo. Outra meta da Secretaria é concluir o segundo mandato do governador Aécio Neves com a reforma ou a construção de 1,2 mil unidades básicas. No primeiro governo, esse número foi de mais de 600 mil. Segundo a Secretaria, Minas é o único Estado brasileiro a injetar verba estadual no PSF, que é um programa federal.

Pró-Hosp e consórcios - Sobre a reestruturação da rede hospitalar (o programa Pró-Hosp), também mencionada por Pestana, ficou acertado que técnicos da Secretaria falarão aos deputados, em breve, sobre o Plano Diretor de Regionalização, revisto de dois em dois anos. Requerimento nesse sentido, do deputado Carlos Pimenta, foi aprovado na reunião desta quarta. Concordando com o pedido do deputado Rêmolo Aloise (PSDB) para maior atenção aos consórcios de saúde, Marcus Pestana informou à comissão que os consórcios são um instrumento operacional importante, que deve continuar a ser estimulado. Ele citou exemplos de consórcios que colhem bons resultados na área de prestação de consultas especializadas; e ações como o transporte sanitário e o diagnóstico por imagem, bem sucedidas quando consorciadas.

Defasagem da tabela do SUS é destacada pelos parlamentares e por Pestana

Críticas à defasagem dos valores da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) foram feitas tanto por parlamentares quanto pelo próprio secretário. O deputado Arlen Santiago (PTB) cobrou do governo federal a atualização dos valores, afirmando que a União finge que o problema é somente gerencial. Ele classificou o momento atual como de impasse e citou a remuneração por uma consulta básica, que é de R$ 2,55. Suas palavras foram endossadas pelo deputado Hely Tarqüínio (PV).

Em resposta, Marcus Pestana reafirmou que o sistema vive um gargalo financeiro e que alguém "sempre fecha a conta", seja Estado, municípios ou subsídios comunitários. Ou ainda, completou, agravam-se problemas como filas, deficiências de qualidade e acesso ao SUS. O secretário informou que o último reajuste da tabela foi no final de 2005, e abrangeu apenas quatro itens: radioterapia, hemodiálise, parto e diária de UTI. No caso da diária, a remuneração é de R$ 213,00, enquanto o custo real fica em R$ 600,00.

Apesar dos problemas vivenciados, o secretário Marcus Pestana destacou ser o SUS "extremamente ambicioso e generoso". Para ele, o sistema não é o melhor do mundo, como defendem alguns, mas também não é o caos que a mídia retrata. Antes excludente, o sistema público de saúde foi classificado por Pestana como exemplo de estrutura de direito integral e universal fundamental para a cidadania. No entanto, lembrou que enquanto nos planos particulares de saúde o custo anual per capita é de R$ 5 mil, em média, a cifra no SUS é de R$ 500,00 (somando todos os investimentos feitos nos três níveis de governo e dividindo o montante pela população).

Outros deputados também fizeram perguntas ao secretário e todos eles elogiaram o governo estadual. O deputado Doutor Rinaldo (PSB) declarou-se um entusiasta do PSF, enquanto o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) indagou sobre programa de parceria com as Apaes.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Hely Tarqüínio (PV), vice; Carlos Pimenta (PDT), Doutor Rinaldo (PSB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB), Rêmolo Aloise (PSDB) e Arlen Santiago (PTB).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715