Aprovadas contas dos governadores Itamar e Aécio

Em reunião extraordinária realizada nesta terça-feira (27/03/07) à noite, foram aprovados no Plenário da Assembléia L...

27/03/2007 - 00:01
 

Aprovadas contas dos governadores Itamar e Aécio

Em reunião extraordinária realizada nesta terça-feira (27/03/07) à noite, foram aprovados no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais os projetos de resolução (PREs) 1.151/03, que trata das contas do governador Itamar Franco referentes ao exercício de 2002; e 1.897/04, relativo às contas do governador Aécio Neves referentes ao exercício de 2003. O placar da primeira votação, que avaliou as contas do governador Itamar, foi de 47 votos favoráveis e cinco contrários. Já a votação das contas de 2003, do governador Aécio Neves, ficou em 41 votos favoráveis e 11 contrários.

Ao encaminhar a votação das contas do governador Itamar Franco, o deputado André Quintão (PT) afirmou que o ideal, para a bancada do PT, seria a aprovação de um substitutivo com ressalvas, algo que não seria possível por razões regimentais. Apesar de considerar que não houve o investimento mínimo constitucional em saúde e amparo à pesquisa, Quintão disse que o PT votaria pela aprovação das contas pelo papel histórico que cumpriu o governo Itamar.

Também recomendaram a aprovação das contas de 2002 os deputados Adalclever Lopes (PMDB), Sebastião Helvécio (PDT), Agostinho Patrús Filho (PV) e Wander Borges (PSB).

Durante o encaminhamento da votação do projeto relativo às contas de 2003, do governador Aécio Neves, o deputado Carlin Moura (PCdoB) pediu a rejeição sob o argumento de que o Executivo teria descumprido o investimento mínimo em saúde e no amparo à pesquisa. O argumento foi rejeitado pelo deputado Lafayette de Andrada (PSDB). Ele lembrou que a Emenda 29 à Constituição Federal, que estabeleceu o mínimo constitucional de aplicação em saúde, ainda não foi regulamentada. Ele também lembrou que 2003 foi o primeiro ano de gestão do governador Aécio, em que ele trabalhou com um orçamento elaborado pelo governo anterior. "Devemos aprovar integralmente, porque 2003 foi uma ano de transição", afirmou o parlamentar.

O deputado Padre João (PT) disse que a decisão do Plenário poderia ser questionada judicialmente, uma vez que as contas de 2003 foram analisadas pelo Tribunal de Contas quando este órgão estava em situação irregular, por não contar com procuradores próprios. "Naquele ano, o governador enviou ao TCE os procuradores do governo. Seria como eu enviar meus contadores para fiscalizar minhas contas", afirmou o parlamentar.

Contas de 2002 registraram déficit de R$ 940 mi

O projeto 1.151/03 recebeu parecer pela aprovação da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. A mensagem contém parecer do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), que opinou pela aprovação da prestação de contas.

De acordo com o parecer, apresentado pelo deputado Sebastião Helvécio (PDT), a lei orçamentária para o exercício de 2002 estimou a receita e fixou a despesa em R$ 19 bilhões para o Orçamento Fiscal e fixou os investimentos em R$ 2 bilhões para o Orçamento de Investimento das Empresas Controladas pelo Estado. A arrecadação da receita totalizou R$ 17 bilhões, desconsideradas as receitas próprias das empresas subvencionadas, evidenciando a importância relativa do ICMS, responsável pelo ingresso de R$ 9 bilhões.

Quanto à execução orçamentária da despesa fiscal, realizou-se, em 2002, o valor correspondente a R$ 18 bilhões, revelando resultado deficitário de R$ 940 milhões. Pelo parecer, esse valor, inferior em 28% ao apurado no exercício anterior, demonstrou que o governo se esforçou para superar os reflexos das mudanças do cenário das finanças públicas e que os créditos suplementares e especiais se mantiveram nos limites legalmente autorizados.

O parecer destaca que 87,7% das despesas com saúde foram empenhadas e efetivamente pagas, o que configura uma situação melhor que a do exercício anterior. Entretanto, o parlamentar considerou que os dados mostraram a necessidade de alocação de recursos nas ações de saneamento básico e de vigilância sanitária.

Em seu parecer, o deputado Sebastião Helvécio ainda destacou que o Estado cumpriu os dispositivos constitucionais relativos à educação e que contabilizou corretamente a vinculação constitucional de 1% da Receita Corrente Ordinária para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Segundo o parecer, o Estado apresentou, ao final de 2002, um estoque de dívida fundada de R$ 34 bilhões, com crescimento nominal de R$ 5 bilhões em relação a 2001.

Saúde é ponto mais polêmico

O PRE 1.897/04, que trata das contas do governador Aécio de 2003, foi aprovado conforme parecer favorável da Comissão de Fiscalização Financeira, na 15ª Legislatura. Com a aprovação do texto original, ficou prejudicado o substitutivo nº 1, apresentado pelo ex-deputado Rogério Correia (PT), que era contrário às contas. O deputado petista argumentou que o governo teria, entre outros pontos, descumprido o mínimo constitucional de investimentos em saúde.

O parecer da FFO, feito pelo ex-deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB), lembra que o início da gestão do governador Aécio Neves teve o objetivo de reduzir o déficit fiscal e restaurar a capacidade de investimento do Estado, tomando medidas como a reestruturação administrativa e a limitação das dotações orçamentárias. Ao concordar com a decisão do Tribunal de Contas do Estado, que opinou favoravelmente às contas, o relator afirmou que as falhas e deficiências constatadas não comprometeram a gestão financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado, pois não se vislumbraram indícios de malversação dos recursos públicos.

Na execução orçamentária de 2003, a arrecadação da receita totalizou R$ 18,85 bilhões e a despesa fiscal ficou em R$ 19,13 bilhões, evidenciando um déficit de R$ 283,23 milhões. Acrescentando-se à receita o valor de R$ 181,22 milhões referente ao superávit financeiro de exercícios anteriores, o déficit nominal caiu para R$ 102,01 milhões.

 

 

 

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