Partido Comunista do Brasil recebe homenagem da
Assembléia
Os 85 anos de fundação do Partido Comunista do
Brasil (PCdoB) foram comemorados, na Assembléia Legislativa de Minas
Gerais, em Reunião Especial do Plenário, realizada na sexta-feira
(23/3/07), a requerimento do deputado Carlin Moura, parlamentar
filiado à legenda. O evento foi presidido pelo deputado Gil Pereira
(PP), representando o presidente da Assembléia, deputado Alberto
Pinto Coelho (PP). Pereira, ao historiar a trajetória do partido,
destacou: "esses 85 anos representam um trajeto único entre nossos
partidos políticos, que reflete as grandes mudanças do século no
País e no mundo. É também um trajeto com momentos dolorosos, com a
triste marca da tortura, da prisão e da execução de tantos de seus
militantes".
Gil Pereira destacou que Minas Gerais contou com
"uma das mais importantes e queridas parlamentares estaduais, a
deputada Jô Moraes, que depois de uma brilhante passagem pela Câmara
Municipal de Belo Horizonte, foi a primeira representante da legenda
do PCdoB entre nós, e agora na Câmara Federal, deixa saudades e uma
amizade compartilhada com todos os setores da Casa".
O autor da homenagem também lembrou os principais
momentos do partido, destacando que se trata da legenda mais antiga
em funcionamento no Brasil. O PCdoB foi fundado em 25 de março de
1922, por nove dirigentes proletários: Astrojildo Pereira,
jornalista; Cristiano Cordeiro, advogado; Joaquim Barbosa, alfaiate;
Manuel Cendón, alfaiate; João da Costa Pimenta, gráfico; Luís Peres,
vassoureiro; Hemogêneo Fernandes da Silva, eletricista; Abílio de
Nequete, barbeiro; e José Elias da Silva, pedreiro.
Segundo Carlin Moura, a longevidade do PCdoB "é uma
façanha notável, levando-se em consideração a tradição institucional
brasileira, de existência de partidos efêmeros, conjunturais,
programaticamente frágeis desde o Império, passando pela República
Velha e pelos períodos que se sucederam à Revolução de 1930 e à
redemocratização de 1946 até os dias atuais".
O deputado destacou as principais lutas do partido
nos acontecimentos históricos do Brasil e do mundo, como a luta
contra o nazifascismo, nas décadas de 30 e 40; a luta pela paz,
repercutindo a ação progressista e avançada internacional, na década
de 50, contra a agressão à Coréia. E na década de 70, "mesmo sob as
duras condições da clandestinidade, impostas pela ditadura militar,
o PCdoB combateu a agressão norte-americana ao Vietnã e mais
recentemente, no começo dos anos 90, denunciou, clara e
objetivamente, a agressão ao Iraque e ao povo palestino. E no
Brasil, a luta pela redemocratização".
Carlin Moura enfatizou como característica marcante
da legenda, "o fato de ele ser o partido do socialismo no País. Uma
nova atitude mais afirmativa do PCdoB e ousada na orientação tática
impõe o trabalho de reforçar e ampliar os laços com o movimento
social e encontrar os meios de vinculação com as camadas pobres do
povo", destacou. Lembrando os quase 60 anos em que o PCdoB esteve na
clandestinidade, Carlin Moura criticou as tentativas de reforma
política, baseadas na cláusula de barreira, "derrubada pelo STF no
final do ano passado, mas que acendeu a luz amarela na luta por uma
reforma política democrática, que respeite a realidade
pluripartidária do Brasil".
A placa alusiva à comemoração foi entregue pelos
deputados Gil Pereira e Carlin Moura, juntamente com a deputada
federal Jô Moraes, ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de
Betim, Igarapé e Bicas, Marcelino Orozimbo da Rocha. Em seus
agradecimentos, o sindicalista destacou a participação dos
comunistas nas lutas do povo brasileiro, como a organização dos
trabalhadores. Orozimbo informou que, apesar da conquista da
democracia, ela ainda passa longe das fábricas, exemplificando com
os últimos embates ocorridos em uma metalúrgica de Betim, "onde os
trabalhadores foram alvo de tiros, prisões e perseguições por
lutarem contra os assédios moral e sexual, as jornadas de trabalho
de até 10 horas diárias e as horas extras impostas pelos
patrões".
Participaram da homenagem ao PCdoB ainda: deputado
federal Virgílio Guimarães (PT-MG); Aluísio Marques, presidente do
PT de Belo Horizonte; João Alberto Paixão Lages, presidente do PMDB
Jovem Nacional; Jerônimo Júnior, diretor da Executiva Nacional da
Unegro; e Mariana Alves, diretora da União Colegial de Minas
Gerais.
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