Partido Comunista do Brasil recebe homenagem da Assembléia

Os 85 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foram comemorados, na Assembléia Legislativa de Minas G...

26/03/2007 - 00:00
 

Partido Comunista do Brasil recebe homenagem da Assembléia

Os 85 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foram comemorados, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em Reunião Especial do Plenário, realizada na sexta-feira (23/3/07), a requerimento do deputado Carlin Moura, parlamentar filiado à legenda. O evento foi presidido pelo deputado Gil Pereira (PP), representando o presidente da Assembléia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP). Pereira, ao historiar a trajetória do partido, destacou: "esses 85 anos representam um trajeto único entre nossos partidos políticos, que reflete as grandes mudanças do século no País e no mundo. É também um trajeto com momentos dolorosos, com a triste marca da tortura, da prisão e da execução de tantos de seus militantes".

Gil Pereira destacou que Minas Gerais contou com "uma das mais importantes e queridas parlamentares estaduais, a deputada Jô Moraes, que depois de uma brilhante passagem pela Câmara Municipal de Belo Horizonte, foi a primeira representante da legenda do PCdoB entre nós, e agora na Câmara Federal, deixa saudades e uma amizade compartilhada com todos os setores da Casa".

O autor da homenagem também lembrou os principais momentos do partido, destacando que se trata da legenda mais antiga em funcionamento no Brasil. O PCdoB foi fundado em 25 de março de 1922, por nove dirigentes proletários: Astrojildo Pereira, jornalista; Cristiano Cordeiro, advogado; Joaquim Barbosa, alfaiate; Manuel Cendón, alfaiate; João da Costa Pimenta, gráfico; Luís Peres, vassoureiro; Hemogêneo Fernandes da Silva, eletricista; Abílio de Nequete, barbeiro; e José Elias da Silva, pedreiro.

Segundo Carlin Moura, a longevidade do PCdoB "é uma façanha notável, levando-se em consideração a tradição institucional brasileira, de existência de partidos efêmeros, conjunturais, programaticamente frágeis desde o Império, passando pela República Velha e pelos períodos que se sucederam à Revolução de 1930 e à redemocratização de 1946 até os dias atuais".

O deputado destacou as principais lutas do partido nos acontecimentos históricos do Brasil e do mundo, como a luta contra o nazifascismo, nas décadas de 30 e 40; a luta pela paz, repercutindo a ação progressista e avançada internacional, na década de 50, contra a agressão à Coréia. E na década de 70, "mesmo sob as duras condições da clandestinidade, impostas pela ditadura militar, o PCdoB combateu a agressão norte-americana ao Vietnã e mais recentemente, no começo dos anos 90, denunciou, clara e objetivamente, a agressão ao Iraque e ao povo palestino. E no Brasil, a luta pela redemocratização".

Carlin Moura enfatizou como característica marcante da legenda, "o fato de ele ser o partido do socialismo no País. Uma nova atitude mais afirmativa do PCdoB e ousada na orientação tática impõe o trabalho de reforçar e ampliar os laços com o movimento social e encontrar os meios de vinculação com as camadas pobres do povo", destacou. Lembrando os quase 60 anos em que o PCdoB esteve na clandestinidade, Carlin Moura criticou as tentativas de reforma política, baseadas na cláusula de barreira, "derrubada pelo STF no final do ano passado, mas que acendeu a luz amarela na luta por uma reforma política democrática, que respeite a realidade pluripartidária do Brasil".

A placa alusiva à comemoração foi entregue pelos deputados Gil Pereira e Carlin Moura, juntamente com a deputada federal Jô Moraes, ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e Bicas, Marcelino Orozimbo da Rocha. Em seus agradecimentos, o sindicalista destacou a participação dos comunistas nas lutas do povo brasileiro, como a organização dos trabalhadores. Orozimbo informou que, apesar da conquista da democracia, ela ainda passa longe das fábricas, exemplificando com os últimos embates ocorridos em uma metalúrgica de Betim, "onde os trabalhadores foram alvo de tiros, prisões e perseguições por lutarem contra os assédios moral e sexual, as jornadas de trabalho de até 10 horas diárias e as horas extras impostas pelos patrões".

Participaram da homenagem ao PCdoB ainda: deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG); Aluísio Marques, presidente do PT de Belo Horizonte; João Alberto Paixão Lages, presidente do PMDB Jovem Nacional; Jerônimo Júnior, diretor da Executiva Nacional da Unegro; e Mariana Alves, diretora da União Colegial de Minas Gerais.

 

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