Comissões debatem a influência da mídia na formação da
mulher
A influência da mídia na formação da mulher é o
tema do debate da reunião conjunta das comissões de Educação,
Ciência, Tecnologia e Informática e do Trabalho, da Previdência e da
Ação Social, nesta terça-feira (27/3/07), às 9 horas, no Auditório
da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O encontro faz parte da
programação da Assembléia em homenagem ao Dia Internacional da
Mulher, comemorado em 8 de março. O requerimento solicitando a
audiência pública é assinado por todas as deputadas da ALMG: Cecília
Ferramenta (PT), Gláucia Brandão (PPS), Elisa Costa (PT), Maria
Lúcia Mendonça (PFL), Ana Maria Resende (PSDB) e Rosângela Reis
(PV).
Segundo a deputada Gláucia Brandão, um dos aspectos
que serão levantados na reunião diz respeito à exploração, por parte
da mídia, do culto ao corpo perfeito, da beleza e da sexualidade da
mulher. "Gostaria que a mídia também divulgasse a importância da
mulher, seus valores, competências e direitos enquanto cidadã",
afirmou. Disse ainda que a mídia tem um papel fundamental para
disseminar as leis e ampliar os espaços de poder da mulher. A
mudança de foco, por parte da mídia, em relação à exploração da
imagem da mulher, também é uma preocupação da deputada Rosângela
Reis. Para ela, é importante o envolvimento do meio político nas
questões voltadas à causa feminina.
Na opinião da vice-presidente da Comissão de
Educação, deputada Maria Lúcia Mendonça, o foco estereotipado da
mídia em relação à mulher merece atenção especial da sociedade
organizada. "Queremos ocupar nossos espaços não apenas pela beleza,
mas, sobretudo, por nossa competência". Ela reconhece que alguns
movimentos já começam a se mobilizar para projetar a mulher, seja
aquela que está nos centros urbanos ou no rural. "A mídia pode
contribuir para amplificar esses valores".
Também para a deputada Cecília Ferramenta, a mídia
transmite uma imagem da mulher carregada de estereótipos de
comportamentos e conceitos socioculturais, colocando-a em posição
subordinada e, na grande maioria das vezes, explorando o corpo
feminino. "A nossa preocupação, ao solicitar esta audiência, foi com
a maneira como a mulher continua sendo 'vendida' pelos meios de
comunicação, apesar de, ao longo dos anos, elas serem protagonistas
de uma importante revolução cultural", opinou. "É preciso debater
até que ponto a imagem da mulher divulgada pela mídia influencia na
formação e justifica as desigualdades ainda existentes no mercado de
trabalho e nos espaços públicos", completou Cecília Ferramenta.
Foram convidados para a reunião o coordenador do
Curso de Comunicação Social da Fumec, Carlos Alexandre Gualberto
Freire; a assessora de comunicação da Coordenadoria Adjunta dos
Direitos de Cidadania da Prefeitura de Belo Horizonte, Noélia
Pereira Prado; e a representante do movimento Articulação de
Mulheres Brasileiras, Neusa Cardoso de Melo.
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