Debate público avaliará perda de renda dos produtores rurais

A perda de renda do produtor rural é o tema do debate público a ser realizado pela Assembléia Legislativa de Minas Ge...

23/03/2007 - 00:00
 

Debate público avaliará perda de renda dos produtores rurais

A perda de renda do produtor rural é o tema do debate público a ser realizado pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta segunda-feira (26/3/07), no Plenário Juscelino Kubitschek, a partir das 13 horas. A solenidade de abertura terá a presença do secretário de Agricultura, Gilman Viana. Os expositores do painel sobre a agenda política para o agronegócio serão o presidente da Faemg, Roberto Simões, e o deputado federal Carlos Melles (PFL).

Melles, que representa o setor cafeeiro, comentou na última sexta-feira a nomeação do novo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Para ele, o ministro "é um homem comprovado na gestão pública, mas só poderá fazer um bom trabalho se melhorar a interlocução do governo Lula com o setor agropecuário, e isso significa fazer o ordenamento da oferta, com leilões públicos e estoque regulador". Melles disse que "o governo Lula colheu safras que não plantou", e que vai trazer ao debate a questão dos subsídios dos países ricos e do seguro de renda para o produtor.

Segundo o deputado Antônio Carlos Arantes (PFL), integrante da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da ALMG e um dos idealizadores do evento, apesar do crescimento da produção e exportação de produtos agrícolas e da melhoria da produtividade, o produtor rural está cada vez mais empobrecido. "O custo para produzir uma saca de milho atualmente é de R$ 15 e não se consegue vendê-la por R$ 9. O produtor precisa de R$ 0,50 para produzir um litro de leite e não o comercializa por R$ 0,40. Situação semelhante ocorre com outras culturas. Ou seja, o homem do campo está pagando para trabalhar", lamenta o parlamentar.

Falência geral da agricultura

A situação piora, segundo ele, com a elevada taxa de juros, a dificuldade de crédito, o dólar em baixa e o alto preço dos insumos. " Nos últimos 30 dias o adubo subiu quase 20%", afirmou, antes de fazer um diagnóstico: "Boa parte das propriedades rurais de minha região foi parar nas mãos de grandes grupos econômicos. O homem está saindo do campo. Há 20 anos só quebravam os aventureiros ou os que investiam mal. Hoje, a quebradeira é generalizada", alertou.

Para receber e encaminhar propostas da sociedade para a criação de uma agenda sobre o tema, participarão os parlamentares da comissão, produtores e trabalhadores rurais, representantes de instituições da área.

Debates - Entre os debatedores, estarão presentes o ex-ministro da Agricultura e consultor, Alysson Paulinelli; o presidente da Comissão de Agropecuária da Câmara dos Deputados, deputado federal Marcos Montes; o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Ronaldo Scucato; o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga de Andrade; e o presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais, Agropecuárias e de Serviços do Estado de Minas Gerais (Federaminas), Arthur Lopes Filho.

A Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da ALMG é composta pelos deputados Vanderlei Jangrossi (PP), presidente; Padre João (PT), vice; Antônio Carlos Arantes (PFL), Chico Uejo (PSB) e Getúlio Neiva (PMDB).

 

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